sexta-feira, abril 14, 2017

ONU Mulheres lamenta declaração atribuída à atriz Juliana Paes

Em entrevista a VEJA, a atriz disse que condena a luta das mulheres por igualdade com os homens "a todo custo"

Por Da Redação / Cláudia

(Mariana Ribeiro/CLAUDIA)


A atriz Juliana Paes, 38 anos, criticou a luta feminista por igualdade com os homens “a todo o custo” em recente entrevista à revista VEJA.
“Existe uma linha do feminismo com a qual eu não concordo muito. Somos tão competentes e valiosas quanto eles, mas não iguais”, disse ela. Em outro momento, também afirmou que a mulher tem mais sensibilidade e que o afeto feminino é um “antídoto para a frieza do mundo business”.
Com os comentários negativos sobre seu depoimento, Paes afirmou que foi mal interpretada e que trabalha ativamente para que as mulheres possam viver sem violência.
A polêmica não passou batida na ONU Mulheres Brasil, que publicou uma carta no último dia 10 lamentando as declarações atribuídas à estrela – que é defensora para a Prevenção e a Eliminação da Violência contra as Mulheres da instituição. Para a organização, não houve compreensão correta do discurso.
Leia na íntegra:
“A ONU Mulheres Brasil lamenta a declaração sobre feminismos atribuída à Juliana Paes, defensora para a Prevenção e a Eliminação da Violência contra as Mulheres da ONU Mulheres Brasil, veiculada em entrevista na última semana.

A ONU Mulheres entende que o conhecimento sobre feminismos é uma construção constante. Juliana Paes posicionou-se publicamente, explicando a descontextualização de sua declaração, reconhecendo a pluralidade dos feminismos e se dispondo a aprofundar seu conhecimento sobre o tema e se somar ao debate com diálogo.
Desde novembro de 2015, Juliana Paes presta apoio voluntário e regular à ONU Mulheres em campanhas públicas para o fim da violência contra as mulheres, em defesa da Lei Maria da Penha e do direito das mulheres e meninas participarem em condição de liberdade e sem violência de todos os espaços, além da defesa pública da garantia da inclusão da temática da igualdade de gênero na educação.
Em entrevistas, campanhas e diálogos anteriores à sua nomeação como defensora para a Prevenção e a Eliminação da Violência contra as Mulheres da ONU Mulheres Brasil, Juliana Paes afirmou valores importantes para o empoderamento das mulheres. Dentre eles, o engajamento em causas sociais, especialmente a conscientização de mulheres sobre o câncer de mama, incentivo ao aleitamento materno e mobilização em defesa do meio ambiente.
A ONU Mulheres está certa de que os movimentos feministas e de mulheres são fundamentais para o debate político qualificado e construtivo acerca das realidades das mulheres, condições de vida e transformação das desigualdades de gênero, raça e etnia a partir da inclusão ativa das mulheres nas negociações políticas. Reitera, ainda, que avanços políticos, econômicos, culturais e de direitos humanos somente foram possíveis no Brasil e no mundo por conta da atuação incansável e propositiva dos movimentos feministas e de mulheres na sua pluralidade.
Diante da polêmica causada, a ONU Mulheres faz um alerta sobre a responsabilidade da imprensa de se atentar a abordar pautas contundentes e plurais sobre os direitos das mulheres, como proposto pelo Pacto de Mídia “Dê um passo rumo pela igualdade de gênero”.”

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