Mananciais da região melhoraram situação, mas
aumento no volume dos rios registram desalojados e mortes.
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Rio Ipojuca registrou um grande volume de água (Foto: Alexandre Henrique/Divulgação ) |
Por
G1 Caruaru
O sábado (27) e
o domingo (28) trouxeram de volta a esperança para os moradores do interior de
Pernambuco. Cidades do Agreste e Mata Sul receberam um grande volume de chuvas,
o que não ocorria desde 2010, quando houve a última grande cheia no Estado. Em Caruaru,
foram mais de 290 mm de chuva, o volume esperado para todo o mês num único dia.
A barragem do
Rio da Prata, principal manancial, que estava em colapso, dobrou a capacidade.
Com o aumento, o reservatório que abastece Caruaru, Agrestina, Santa Cruz do
Capibaribe, Ibirajuba, Altinho e Cachoeirinha está com 10 milhões de m³ de
água. Este acréscimo no volume da barragem irá garantir o uso da água até
agosto deste ano, conforme informou a Compesa.
"A
melhoria do nível do Prata é uma boa notícia, pois ainda estamos no meio da
quadra chuvosa, e a nossa expectativa é que a barragem acumule mais água no
período das chuvas, assim como outros mananciais do estado", afirma o
diretor Regional do Interior da Compesa, Marconi de Azevedo.
Em Garanhuns,
os três reservatórios que fornecem água para o município também elevaram o
volume. A barragem do Cajueiro aumentou o nível de acumulação de 43% para 48%
(6,9 milhões de m³ de água); Mundaú subiu de 23% para 35% (696 mil m³);
enquanto Inhúmas, que estava em colapso, com 5% da capacidade total, agora
subiu para 27% (1,8 milhão m³).
Barragens no
Sertão também acumularam água. O manancial Jazigo, localizado em Serra Talhada,
voltou a acumular água após seis anos. O reservatório está com 14,8 milhões de
m³ de água, o que corresponde a 95,3% da capacidade total, segundo a Agência
Pernambucana de Águas e Clima (Apac).
De acordo com
os agricultores que moram nas proximidades da barragem, o local estava seco
desde 2011. Com a chegada da água, a paisagem mudou e já tem até pasto para os
animais se alimentarem.
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Cheia em Barra de Guabiraba foi uma das maiores no Estado (Foto: Mário Flávio/G1 ) |
Sem
estrutura
Com as chuvas,
a falta de estrutura nas cidades ficou evidente e o número de pessoas atingidas
por causa de inundações preocupa as autoridades. Barra de Guabiraba, no
Agreste, registrou alagamento em vários bairros. Segundo a secretária de
governo do município, Heine Freitas, cerca de 1.500 casas foram inundadas e 4
mil pessoas estão desalojadas.
A queda de uma
barreira bloqueou parte de um trecho da BR-101 em Palmares, na Mata Sul. De
acordo com a Polícia Rodoviária Federal, o acidente ocorreu provavelmente por
causa da chuva. Em Belém de Maria, o nível do Rio Panelas subiu e a cidade foi
tomada pelas águas, em algumas casas marcando até 80 cm. A população deixou o
local e seguiu para os pontos mais altos da cidade.
Em Caruaru, a
prefeitura determinou que equipes da secretaria de Serviços Públicos façam uma
força-tarefa no Parque 18 de Maio, para garantir a realização da Feira da
Sulanca nesta segunda-feira (29) com a limpeza necessária.
Mortes
e desaparecidos
Em Caruaru,
duas pessoas de idade não divulgadas estão desaparecidas. De acordo com
informações da Defesa Civil da cidade, ambas foram levadas pelas águas nos
canais que cortam a cidade. Além disso, alguns bairros estão sem energia
elétrica.
Em Lagoa dos
Gatos, um casal morreu após um desabamento. De acordo com o secretário de
administração da cidade, Marcelo Antônio da Silva, um servidor da Compesa
estava com a esposa dela, quando por volta de 2h, uma barreira teria caído na
residência. Os dois morreram no local.
Comitê
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Governador reuniu equipe para monitorar situação (Foto: Roberto Pereira/SEI) |
O governador
Paulo Câmara reuniu a equipe para monitorar a situação nas cidades do Agreste e
Sertão de Pernambuco. O coordenador de Defesa Civil em Pernambuco, Coronel
Fábio Rosendo, disse que o alerta de novas chuvas segue, mas que a tendência é
de diminuição.
"Até o
momento o alerta segue mantido até às 18h. Após essa hora, vamos saber se vamos
emitir um novo alerta. Existe um mutirão no estado para recolher doações para
as pessoas que estão fora das casas, principalmente as que moram próximas aos
rios.
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