Foi o segundo mês de 2017 em que as contratações superaram as demissões
no país. No acumulado de janeiro a abril, país registra fechamento de quase mil
vagas.
Por
Alexandro Martello, G1, Brasília
O Brasil voltou
a gerar empregos com carteira assinada em abril deste ano, apontam dados do
Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta
terça-feira (16) pelo Ministério do Trabalho.
No mês passado,
as contratações superaram as demissões em 59.856 vagas. Foi o primeiro
resultado positivo para abril desde 2014.
Abril também
foi o segundo mês de 2017 em que houve geração de empregos formais - em
fevereiro, as contratações também
superaram as demissões, em 35.612 vagas, no que foi o primeiro
registro de criação de postos com carteira assinada no país em quase dois anos.
Após o
resultado positivo de fevereiro, porém, o país voltou a fechar vagas de
trabalho em março. Naquele mês, 63.624 postos foram
fechados.
"Espero
que no mês que vem, quando venhamos a conversar novamente, possamos comemorar
essa expectativa da retomada do emprego no Brasil. Isso é uma tendência. Quanto
maior o número de pessoas consumindo, toda essa cadeia se fortalece. Esperamos
que se concretize e se estabeleça esses números positivos", disse o
ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira.
1º quadrimestre ainda foi negativo
Apesar do resultado positivo no mês passado, os dados do
governo mostram que, no acumulado de janeiro a abril, houve o fechamento de 933
vagas com carteira assinada no país. Mesmo negativo, esse foi o melhor
resultado para este período desde 2014 - quando 458 mil vagas formais foram
abertas.
Nos quatro
primeiros meses de 2015 e de 2016, respectivamente, foram fechados 137 mil e
358 mil empregos com carteira assinada.
Os números de
criação de empregos formais do primeiro quadrimestre, e de igual período dos
últimos anos, foram ajustados para incorporar as informações enviadas pelas
empresas fora do prazo nos meses de janeiro e março. Os dados de abril ainda
são considerados sem ajuste.
O Ministério do
Trabalho informou também que, nos últimos doze meses, foi registrada a demissão
de 969.896 trabalhadores com carteira assinada. Com isso, o total de
trabalhadores empregados no país, com carteira assinada, somou 38,31 milhões de
pessoas em abril deste ano, contra 39,28 milhões no mesmo mês do ano passado.
Nível de atividade econômica
A notícia de que o país voltou a criar empregos em abril
ocorre num momento em que dados apontam para um possível início de recuperação
da economia brasileira.
Esses números
mostram que, no primeiro trimestre deste ano, o nível de atividade voltou a
acelerar, embora os efeitos da recessão ainda não tenham acabado. Além disso, a
prévia do PIB, divulgada pelo Banco Central nesta semana, indica que o PIB
brasileiro cresceu 1,1% no acumulado dos três
primeiros meses deste ano, na comparação com o último trimestre
de 2016.
Para tentar
reaquecer a economia, o governo Michel Temer tem anunciado medidas como a
liberação de saques das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço (FGTS). O Banco Central também vem reduzindo a taxa Selic, o que deve
se traduzir em queda dos juros dos empréstimos bancários e, consequentemente,
em retomada do consumo.
Por setores
Os dados do Caged mostram que quase todos os setores da
economia registraram criação de empregos formais em abril. O único setor que
demitiu no mês passado foi a construção civil, que fechou 1.760 vagas.
A indústria de
transformação contratou 13.689 trabalhadores formais. O setor de serviços abril
24.712 vagas. Já o comércio contratou 5.327 trabalhadores no mês passado.
A agricultura
abriu 14.648 vagas formais em abril, ao mesmo tempo em que a administração
pública contratou 2.287. A indústria extrativa mineral abriu 263 vagas no mês
passado.
Segundo o
Ministério do Trabalho, houve o registro de contratações formais em três das
cinco regiões do país no mês passado.
A região
Sudeste foi a que teve mais trabalhadores contratados no mês passado: 46.039. A
região Centro-Oeste registrou a abertura de 10.538 postos. A região Sul, 5.537.
Já a região Norte fechou 1.139 vagas com carteira assinada no mês passado e, a
região Nordeste, fechou 1.119.
Carne Fraca
Segundo o coordenador-geral de Estatísticas do Trabalho,
Mário Magalhães, a operação Carne Fraca, que apura irregularidades em
frigoríficos, não chegou a impactar os números do emprego no país.
"A gente
não viu impactos negativos no abate de aves, suínos e bovinos. Do ponto de
vista do emprego direto, não se pode verificar isso", declarou.
Ele avaliou
ainda que a recuperação do comércio, em abril deste ano, certamente está relacionada
com a liberação dos recursos das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo
de Serviço (FGTS).
“Uma parte do
FGTS pode ter ido para saldar dívidas. Mas quem salda dívida paga o seu devedor
e esse dinheiro volta para a economia de alguma maneira. Maio e junho, se esse
impacto tiver acabado, pode ser que o comércio varejista não vá tão bem”,
afirmou.
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