A moeda
norte-americana subiu 8,15%, a R$ 3,389 na venda.Veja a cotação do dólar hoje. Este é o maior valor de
fechamento desde dezembro de 2016, quando, no dia 16, o dólar terminou o dia
vendido a R$ 3,3906. Segundo a agência Reuters, a alta desta quinta foi a maior
desde 5 de março de 2003, quando a moeda subiu 10,4% sobre o real, logo no
início do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Oscilação do dólar em maio (Foto: G1 )
Nesta
quinta,o dólar para turismo chegou a ser
vendido acima de R$ 4.Algumas
casas de câmbio interromperam a venda de moedas pela manhã, enquanto outras
colocaram os preços nas alturas, por causa da falta de parâmetros para as
cotações em dia de turbulência do mercado.
Oscilação da Bovespa em maio (Foto: G1 )
O economista
Roberto Troster credita a forte alta desta quinta-feira não apenas às
incertezas geradas pelas turbulências políticas, mas também ao chamado “efeito
manada”. “Não existe nada mais covarde que o dinheiro, e há uma coisa que se
chama comportamento em manada”, afirma. Ele explica que a primeira reação dos
investidores é comprar dólar. “Primeiro porque as pessoas buscam refúgio no
dólar e segundo porque os investidores estrangeiros, que entendem menos de
Brasil, estão vendendo suas ações. Essa saída de dólares da Bovespa afeta o
câmbio.”
Troster diz que
“tanto a Bovespa quanto o dólar devem continuar nervosos nas próximas semana”,
mas avalia que do ponto de vista econômico a tendência de recuperação da
economia, ainda que lenta, está mantida. “As reformas são um projeto do país,
não do governo. Tudo indica que, ainda que num ritmo mais devagar, isso vai
continuar.” Para o analista, “a turbulência é grande, mas o impacto na economia
é menor”.
O economista
chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito, diz que o mercado já está
precificando a saída de Temer da presidência, na espera apenas de detalhes de
como será a transição. “A discussão do mercado agora é como vai se permitir um
ciclo de transição que permita a continuidade das reformas econômicas no
Brasil.”
O economista
chefe da Infinity Asset, Jason Vieira, disse que o discurso de Michel Temer
nesta tarde reforçou o clima de incertezas no mercado sobre o andamento das
reformas econômicas. Em seu pronunciamento, Temer disse que não renunciaria ao
cargo de presidente da República.
“Na verdade,
nós estamos mais em dúvida do que antes. O mercado sentiu um posicionamento
seguro no discurso, o que abre a primeira dúvida: ele está fazendo um movimento
de autodefesa?”, diz Vieira. “O segundo ponto é: se ele [Temer] estiver certo,
como é que vai ser no futuro com o PSDB pulando fora do barco rápido como
pulou?”
Segundo Vieira,
o ponto do discurso que agradou os investidores “talvez seja a defesa das
reformas”. “É a principal preocupação. O mercado não está preocupado com a
questão política. O mercado quer saber se as reformas vão passar, se os juros
vão cair.”
O Ibovespa,
principal indicador da bolsa, caiu 8,8%, a 61.597 pontos.Veja a cotação. Foi a maior queda diária desde o dia 22 de
outubro de 2008, quando a bolsa caiu 10,18%, reagindo à crise financeira
internacional. É também o menor patamar desde janeiro deste ano.
Intervenção
do BC no câmbio
Em meio à forte turbulência, o Banco Central anunciou
nova intervenção no mercado, com leilão de swaps tradicionais, equivalentes à
venda futura de dólares, e que não eram voltados para rolagem de contratos já
existentes.
"Depois do
pânico inicial, o mercado está aguardando novos desdobramentos. Os leilões do
BC aliviaram suavemente as cotações", afirmou à Reuters o operador da
Advanced Corretora, Alessandro Faganello.
Segundo a
agência, o BC vendeu integralmente, em dois leilões, a oferta integral de até 40
mil swaps tradicionais. O BC também vendeu a oferta total de 8 mil swaps para a
rolagem do vencimento de junho, no valor total de US$ 4,435 bilhões.
Em novembro do
ano passado, o BC também havia feito oferta adicional de swap para tentar
conter a volatilidade do mercado após a vitória de Donald Trump à Presidência
dos Estados Unidos.
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