'O Globo' informou que empresário fez gravação de conversa com Temer na qual se discutiu compra do silêncio de Eduardo Cunha. Presidente nega acusação e não cogita renunciar.
Por Renan Ramalho, G1, Brasília
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O presidente Michel Temer, em foto de 7 de março deste ano (Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo) |
Diante da
revelação, pelo jornal "O Globo", de que o empresário Joesley
Batista, dono da JBS, entregou uma gravação ao Ministério Público de uma
conversa entre ele e o presidente Michel Temer na qual os dois discutiram a compra do silêncio do deputado cassado Eduardo Cunha(PMDB-RJ),
parlamentares da oposição passaram a defender a renúncia de Temer ou o impeachment.
Entenda abaixo
o que acontecerá se o presidente renunciar ao cargo ou sofrer impeachment no
Congresso Nacional. Segundo a colunista do G1Andréia
Sadi, porém, Temer não cogita deixar a Presidência da
República.
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Pela
Constituição, tanto na hipótese de renúncia quanto num eventual cenário de
impeachment, deverão ser realizadas novas eleições.
Conforme o
Artigo 81, como faltam menos de dois anos para o fim do mandato (que se encerra
em dezembro de 2018), a eleição seria feita pelos deputados e senadores, 30
dias depois da vacância no cargo.
Até lá, assume
interinamente o presidente da Câmara, posto atualmente ocupado por Rodrigo Maia
(DEM-RJ).
Eleição indireta
Numa eventual
eleição indireta, feita pelos parlamentares, deverão ser eleitos o novo
presidente e o novo vice-presidente da República.
A sessão seria
convocada pelo presidente do Congresso Nacional e do Senado, posto atualmente
ocupado por Eunício Oliveira (PMDB-CE).
Estariam aptos
brasileiros natos com mais de 35 anos, filiados a partido político e que não se
enquadrem em qualquer das restrições da Lei da Ficha Limpa – como, por exemplo,
terem sido condenados por tribunal colegiado.
As votações
No Congresso,
seriam realizadas duas votações, uma secreta, somente para o cargo de
presidente, e outra, também secreta, exclusiva para o vice.
Seriam eleitos
aqueles que obtivessem a maioria absoluta dos votos dos congressistas, isto é,
298 parlamentares, entre deputados e senadores.
Se um candidato
não se alcançar esse número, deve ser feita uma nova votação. Se, mesmo assim,
nenhum candidato conquistar a maioria absoluta, será feita uma terceira
votação, que deve eleger o que conseguir a maioria dos votos.
Após o
resultado, no mesmo dia os vencedores seriam proclamados pelo Congresso.
Os novos
mandatários seriam eleitos para mandatos que também terminariam no dia 1º de
janeiro de 2019, cumprindo o término do período para o qual foram eleitos, em
2014, Dilma Rousseff e Michel Temer.
Pedido de impeachment
Mais cedo,
nesta quarta-feira (17), o deputado Alessandro Molon (Rede-RJ), protocolou na
Câmara um pedido de impeachment de Temer em razão das revelações, feitas pelo
jornal "O Globo", envolvendo uma suposta obstrução da Justiça por
Temer.
Caberá ao
presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), aliado de Temer, analisar o pedido
e autorizar ou rejeitar o início do processo, que precisa, depois, ser
autorizado pelo plenário da Câmara e, posteriormente, admitido e aprovado pelo
Senado, da mesma forma como foi feito com a ex-presidente Dilma Rousseff.
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