Por Redação da Agência Brasil
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Os fãs formaram uma imensa fila no Centro Dragão do Mar, em Fortaleza, para as despedidas ao cantor Belchior |
Um imenso coro de fãs cantava músicas de Belchior no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, em Fortaleza, enquanto aguardavam a chegada do corpo do cantor, que morreu ontem (30), no Rio Grande do Sul. A fila dava voltas na Praça Almirante Saldanha até a porta onde os fãs entrariam para se despedir do artista.
O corpo de
Belchior foi trasladado do Rio Grande do Sul para o Ceará na madrugada de hoje
(1º), sendo velado inicialmente em Sobral, sua cidade natal, no Teatro São
João. O público também lotou o local e acompanhou o cortejo do caixão no carro
do Corpo de Bombeiros.
Em
Fortaleza, o corpo do artista também chegou ao Centro Dragão do Mar em carro
aberto, sob salva de palmas dos fãs. Alexandre Osiecki e Kami Queiroz são de
Santa Catarina e homenagearam Belchior ao pintar no rosto com tinta preta um
bigode grosso e um sinal na bochecha, marcas características do cantor.
"O
que me conforta é saber que ele morreu feliz. Eu imaginava ele estava
depressivo, triste, mas as últimas informações mostraram que ele vivia bem.
Isso me fez ficar menos triste", disse Alexandre.
Saiba Mais
Ele e Kami
fazem parte da organização do Festival Psicodália, realizado anualmente em Rio
Negrinho (SC) durante o carnaval. O sonho deles era achar o artista, que vivia
recluso há mais de uma década e sem localização certa. Diante de uma informação
de que Belchior vivia no Uruguai, eles planejavam realizar uma viagem de carro
em busca do cantor.
"Ele
não vai morrer. Temos um amor muito grande por ele no Sul. Todos somos
Belchior: de coração, de pensamento, em poesia, música e arte. Nos festivais
rurais, procuramos refúgio, sair da cidade, sair de si e ser você. Foi isso o
que o Belchior fez", afirmou Kami.
O poeta e
compositor Leonardo Lucas, 25, expressou sua mensagem em um cartaz onde
escreveu "Obrigado, Belchior".
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A homenagem do poeta Leonardo Lucas a Belchior foi em agradecimento à obra do artista |
"Este
é o meu agradecimento ao Belchior pelo que ele fez pela geração dos meus pais e
também pela minha. Ele contribuiu com nosso crescimento, com nosso pensar. A
única palavra que encontrei para me expressar foi obrigado. Houve um grande
movimento em Fortaleza chamado 'Volta, Belchior', mas ele teve de voltar dessa
maneira. No entanto, voltou para o sertão, para o canto que é dele, e a memória
dele nunca vai morrer", acrescentou Leonardo.
Belchior
teve paradeiro incerto desde 2005. O irmão mais novo, Francisco Gilberto
Belchior, informou que o último contato direto que teve com ele foi há dez
anos. Quatro anos atrás, tentou falar por telefone, mas não teve retorno.
"Guardo
a memória de Belchior como amigo, fumando um charutão e deitado na rede. Ele
foi um artista completo: fazia letra, música, partitura e cantava. Temos de
mostrar nesse momento que ele era um artista muito querido em todo Brasil, que
venceu na vida. Estávamos aguardando os lançamentos que ele tinha falado."
O velório de Belchior segue no Centro Dragão do Mar durante a noite e madrugada. Por volta das 9 horas de amanhã (2), o corpo do artista será levado para o Cemitério Parque da Paz, onde será enterrado próximo às sepulturas dos pais e demais familiares.
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