Presidente mais jovem da França fez dois discursos
após vitória no 2º turno. Emmanuel Macron diz que moralização da vida pública
do país será a primeira prioridade de seu mandato.
Por
G1
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Macron é visto em telão montado próximo ao Museu do Louvre momentos após a divulgação do resultado das eleições (Foto: Jean-Paul Pelissier/Reuters) |
Emmanuel Macron
fez seu primeiro discurso como presidente eleito na França pouco depois de as
projeções o indicarem como o vencedor deste segundo turno. Em seu comitê de
campanha, o centrista destacou que a França estará à frente da luta contra o
terrorismo, tanto em território francês como internacionalmente, e que a
moralização da vida pública do país será a primeira prioridade de seu mandato.
Ele afirmou
que, nos próximos cinco anos, terá a responsabilidade de apaziguar medos e
promover otimismo entre os franceses. Também enfatizou a necessidade de
trabalhar para reconciliar a nação, diante dos votos extremos. Em seu discurso,
enviou uma "saudação republicana" à candidata derrotada Marine Le
Pen.
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Emmanuel Macron e sua esposa, Brigitte Trogneux, comemoram vitória em palco em frente ao Museu do Louvre (Foto: Christian Hartmann/Reuters) |
Depois, em um
segundo discurso, desta vez mais acalorado, se dirigiu a apoiadores em um palco
montado em frente ao Museu do Louvre. Macron disse ao povo da França que a
força, energia e vontade é o que "fez de nós o que somos". "É
isso o que vai conduzir nosso futuro. Não cederemos nada ao medo, nada às
divisões, nada à mentira, à ironia, ao amor pelo declínio ou pela derrota",
afirma.
Segundo a
pesquisa de boca de urna do Instituto Ipsos, o candidato centrista
recebeu 65,1% dos votos, contra 34,9% de Le Pen. A líder da
extrema-direita reconheceu a derrota na
eleição e afirmou que seu partido, a Frente Nacional,
conquistou um resultado histórico nas urnas.
Veja as
principais frases de seu discurso:
Sei as divisões da nossa nação que levaram alguns a votos extremos e respeito essas divisões. Sei da raiva, da ansiedade, das dúvidas que grande parte de vocês também expressou. É minha responsabilidade escutá-las, protegendo os mais frágeis, organizando melhor a solidariedade, lutando contra todas as formas de desigualdade e de discriminação, garantindo de forma implacável e resoluta a sua segurança, garantindo a unidade da nação.
Vou defender a França, seus interesses vitais, a sua imagem, a sua mensagem. E me comprometo diante de vocês: vou defender a Europa, a comunidade de destinos que se deram os povos do nosso continente. É a nossa civilização que está em jogo.
A França estará na primeira fileira na luta contra o terrorismo, no seu solo e na ação internacional. Pelo tempo que durar esse combate, nós vamos estar nele sem fraquejar.
A moralização da nossa vida pública, o reconhecimento do pluralismo, a vitalidade democrática serão desde o primeiro dia a base da minha ação.Nesses cinco anos que começam minha responsabilidade será de acalmar os medos, de nos levar a reencontrar o otimismo, o espírito de conquista.Vou lutar com todas as minhas forças contra a divisão que nos enfraquece e nos abate. É assim que nós poderemos devolver ao povo francês as chances que a França lhes deve.
Vamos amar a França a partir dessa noite. E nos próximos cinco anos eu vou com humildade, devoção e determinação servir em nome de vocês. Viva a República, Viva a França.
Festa pela vitória
Depois de seu
primeiro discurso, Macron seguiu para a região do Mudeu do Louvre, onde estava
sendo realizada uma festa em comemoração à sua vitória. Entrou ao palco com o
hino europeu de fundo, simbolizando seu apoio ao bloco europeu, uma de suas
principais bandeiras e fonte de discordância com Le Pen.
Então,
discursou a apoiadores com um tom mais acalorado, reforçando que respeitará
desacordos dos franceses e que vai trabalhar para unir o país. Veja os
destaques de seu segundo discurso:
Não cederemos nada ao medo, nada às divisões, nada à mentira, à ironia, ao amor pelo declínio ou pela derrota.Eu vou protegê-los frente às ameaças. Respeitarei cada um naquilo que pensam e defendem. Eu quero a união do nosso povo e do nosso país.
Eu vou servi-los em nome da igualdade, liberdade e fraternidade. Vou servi-los com amor. Viva a República, viva a França.
A festa em
comemoração à vitória de Macron começou logo que as pesquisas de boca de urna
indicaram que ele seria eleito presidente da França, às 15h (horário de Brasília).
Uma multidão se reuniu em frente ao museu Louvre. Veja aqui fotos da comemoração da vitória de Macron
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Seguidores de Emmanuel Macron comemoram resultado da eleição em frente ao Louvre (Foto: REUTERS/Benoit Tessier) |
Impactos da eleição
Na prática, a
escolha pelo jovem ex-ministro da Economia do até agora presidente François
Hollande é uma opção pela política de engajamento com a União Europeia.
Especialistas ouvidos pelo G1 comentam que
manter essa política externa deverá ser o menor dos problemas de Macron.
No entanto,
para avançar em outros projetos, o novo presidente deverá esperar por um
segundo resultado importante: de 11 a 18 de julho ocorrem as eleições
legislativas francesas. Filiado a um partido pequeno e recente com menor probabilidade
de vencer, o En Marche!, ele deverá traçar uma estratégia para angariar apoio
dos mais tradicionais.
Perfil e propostas
Macron é o mais
jovem presidente eleito da França. Ex-banqueiro e ex-ministro da Economia, ele
vem de uma família com tendências políticas de esquerda e agrada a direita, mas
hoje é considerado um político de centro. É casado desde 2007 com Brigitte
Trogneux, 24 anos mais velha do que ele. Em 2014, foi nomeado ministro da
Economia pelo primeiro-ministro Manuel Valls. Durante seu período como
ministro, Macron foi classificado como um pró-reformista e favorável a
empresas.
Entre suas
propostas estão maior controle nas fronteiras, assumir sua “justa parte” na
acolhida de refugiados, redução do imposto que incide sobre as empresas,
alterar a cobrança do imposto sobre grandes fortunas
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