Edson Silva (PSOL) afirma que R$ 2,8 bilhões em empenhos foram cancelados
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Deputado Edilson Pediu auditoria especial nas contas estaduais |
O deputado Edilson Silva (PSOL) pediu ao Tribunal de Contas do
Estado (TCE) que apure uma possível "pedalada fiscal" realizada pelo
governador Paulo Câmara (PSB) para fechar no azul o caixa do governo em 2015.
Um levantamento feito pelo parlamentar aponta que foram anulados empenhos já
liquidados no valor de R$ 2,88 bilhões, o que equivaleria a 10% de toda a
despesa do Estado naquele ano. Para ele, o gesto burla a Lei de
Responsabilidade Fiscal.
O líder da oposição, Silvio Costa Filho (PRB), disse que, se
comprovada, a manobra pode representar crime de responsabilidade, similar ao
que foi imputado à ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Ele quer que os
secretários Marcelo Barros (Fazenda) e Márcio Stefanni (Planejamento) vão à
Alepe explicar a denúncia. Um empenho é considerado liquidado quando o Governo
reconhece que o serviço foi executado e deve ser pago. Por isso, a princípio, a
despesa só poderiam ser anulada na hipótese de atos administrativos indevidos.
Um levantamento prévio feito pelo gabinete de Edilson mostra que cerca de R$
690 milhões foram reempenhados em 2016. "Estamos diante de uma burla nas
contas públicas com o objetivo de fazer política", disparou o psolista,
que quer uma auditoria especial sobre os empenhos.
A anulação de despesas também causou polêmica nas contas do Estado
em 2013, ano em que Paulo ocupava a Secretaria da Fazenda. No final daquele
ano, um usuário não identificado cancelou 678 empenhos já liquidados no valor
de R$ 395,2 milhões. Relator do caso, o conselheiro do TCE Carlos Porto fez
ressalvas ao mecanismo, mas acabou sendo voto vencido.
Na Alepe, os deputados endossaram as contas com as exceções de
Edilson e da deputada Priscila Krause (DEM). "A administração pública não
merece isso", reagiu ela ontem. Hoje presidente do TCE, Carlos Porto disse
que encaminhará o pedido de Edilson para o conselheiro Ranilson Ramos, relator
das contas do governo em 2015. Ele volta de férias na próxima semana. Antes da
denúncia, a expectativa no TCE era que as contas de 2015 entrassem na pauta de
votações no curto prazo.
Ontem, enquanto Edilson discursava, o plenário da Alepe permaneceu
em silêncio, num gesto incomum. O líder do governo, Isaltino Nascimento (PSB),
que não estava inscrito para discursar, defendeu o governador como um bom
gestor e servidor público de carreira. "Não houve pedalada fiscal. Nada
disso aconteceu", afirmou. À imprensa, Isaltino disse, com base numa troca
de mensagens com a equipe da Sefaz, que nenhum empenho liquidado foi cancelado
no ano de 2015. Ele também disse que todos os restos a pagar daquele ano, da
ordem de R$ 1 bilhão, já foram quitados. Governista, o deputado Romário Dias
(PSD), que já passou pelo TCE, pediu que o levantamento de Edilson seja
distribuído aos 49 deputados.
(Com informações do Jornal do Commercio)
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