OPINIÃO - TSE: UM TRIBUNAL DE BANANAS

Por Everaldo Paixão

Ilustração / Amarildo

Resumindo o meu entendimento sobre a decisão do Tribunal Superior Eleitoral - TSE, que absolveu a chapa Dilma/Temer nesta fatídica sexta-feira (10), já que o assunto foi amplamente mal digerido, quero lembrar da versatilidade de Napoleão Bonaparte, digo, Napoleão Maia Filho, que diferente de outro nordestino, o paraibano Herman Benjamin naquele julgamento, que provou ser “Cabra Macho” sim senhor, brochou e fez declarações que os professores em direito constitucional, juristas, advogados, enfim, essa classe que entende do jargão, de toga, ficou estarrecida ao ouvir tanta verborragia jurídica e com licença do termo que usarei: o ministro “regurgitou matéria fecal pela boca” (desculpem a redundância proposital).

O quarteto que votou pela absolvição da chapa eleita em 2014, apesar da petição ter sido feita ao tribunal por quem hoje integra o governo, é comandado por um debochado “juiz ‘ministro’ político” que vive de afago com o “poder de plantão”. Gilmar Mendes articulou e domou o trio minúsculo de ministros, Napoleão Maia, Admar Gonzaga, Tarcísio Vieira, todos indicados por políticos para compor o TSE, que com argumentos pífios, desconectados da nossa constituição e da legislação em vigor, se transformaram em carneirinhos do dedo indicador do Palácio do Planalto. Terão que prestar contas a sociedade brasileira e com certeza sentirão na decisão errônea que tomaram, o peso das críticas que sofrerão os seus filhos, netos, parentes, que se comungaram com a decisão dos senhores ministros, não se livrarão do fardo de ver as biografias das excelências manchadas com tanto cinismo e desrespeitos aos preceitos republicanos. Não adianta o Supremo Tribunal Federal – o STF -  tentar agora se sentir o guardião da constituição depois do tropeço enorme do TSE, porque esse mesmo STF, em decisão análoga, enfiou a cabeça na areia e garantiu a permanência de Renan Calheiros (PMDB-AL), citados em vários crimes, no cargo de Presidente do Senado Federal. A presidente do STF, Cármem Lúcia, a quem esse articulista acreditava ser digna de admiração, endossou a permanência na cadeira de um dos poderes da República, também desacreditado, de um senador que sempre usa de subterfúgios para conseguir as garantias dos interesses individuais.

E simplificando: agora Temer, o nosso presidente da República com a decisão que partidarizou o Tribunal Superior Eleitoral (sendo o mesmo já um tribunal bancado por políticos, e a maioria envolvida em escândalos), se robustece para criar um exército de ataque as investigações da Lava-Jato, começando em setembro com a indicação de um Procurador-Geral da República de sua confiança.

Como assisti parte da exposição do voto do Ministro Napoleão Maia (desliguei a TV antes de ter uma síncope), fiquei imaginando o que será do futuro jurídico, dos tribunais, das tais instâncias, se nos resta ainda apenas uma válvula de escape: o MPF, porque os Ministérios Públicos Estaduais, e me refiro ao do meu estado Pernambuco, trilha o mesmo caminho do TSE, do STF...

Para finalizar, quero lembrar do que disse o Ministro Admar Gonzaga quando afirmou que tinha orgulho de ser advogado, aí pergunto: OS ADVOGADOS DO BRASIL PODE TER ORGULHO DE SE ESPELHAR EM VOSSA EXCELÊNCIA?

Atualizado dia 12/06/2017 - às 21h20min

Leia a matéria abaixo (clicando no link) e confira o que eu reafirmo sobre o Supremo Tribunal Federal - STF. É uma "cortezinha" presidida por uma ministra fraca e ladeada de um dos piores pesadelos do judiciário, o ministro Gilmar Mendes, atual articulador político dentro do Supremo e do Tribunal Superior Eleitoral - TSE, que sobre a sua batuta, absorveu a chapa Dilma/Temer de uma cassação. 

Queira Deus que eu esteja errado que o ministro Fachin fez o pedido discreto à ministra Lúcia interceder junto ao presidente da República para pacificar e pavimentar os laços entre os dois, já que os burburinhos de suspeição em torno de denúncias que citam o seu nome podem ficar evidentes...

...com o Brasil podre em todas as esferas, nada é impossível.

CÁRMEN LÚCIA MUDA DISCURSO APÓS TEMER NEGAR ESPIONAGEM A FACHIN