Pai teve que substituir Porthos por Apolo para que nome fosse aceito.
Cartório pode se recusar a fazer o registro se entender que criança corre risco
de constrangimento.
Por Acre
TV, Rio Branco
Pai
queria homenagear Os Três Mosqueteiros (Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre)
A hora de escolher o nome de uma criança é sempre
um momento difícil para os pais, que muitas vezes optam por nomes incomuns ou
exóticos. Foi o caso do engenheiro Adcélio Firmino, de Rio Branco. Fã de “Os
Três Mosqueteiros”, ele encontrou problemas na hora de registrar os filhos
gêmeos.
O primeiro filho chama-se Aramis e os dois garotos
vieram para completar o trio de mosqueteiros, mas o cartório não aceitou os
nomes. “Não seria tão simples colocar os nomes como a gente queria. Embora eu
não ache tão incomum Porthos e Athos, disseram que seria necessário uma ordem
judicial para colocar nomes desse tipo”, conta.
Depois de muita persistência, Firmino conseguiu
registrar os filhos e homenagear parcialmente os heróis da infância. Porthos
acabou sendo substituído por Apolo. A esposa, a estudante Elisanilde Oliveira
até chegou a relutar no início. “Era um nome muito estranho, Aramis, mas depois
fui acostumando e gostei”, fala.
Com
resistência do cartório, nomes ficaram Aramis, Athos e Apolo (Foto:
Reprodução/Rede Amazônica Acre)
Às vezes, porém, existem erros de digitação na hora
do registro. A assistente administrativo Francnatra Ferreira Bezerra, por
exemplo, deveria se chamar Francinatra, nome escolhida pela mãe, mas acabou
faltando uma letra por causa de um equívoco no cartório de Senador Guiomard.
Francnatra diz que não chegou a sofrer bullying na
infância, mas atualmente é chamada pelo sexo masculino por telefone algumas
vezes. “Dizem: ‘gostaria de falar com o senhor Fancnatra?’. Às vezes, me
incomoda, mas não o suficiente para considerar um caso de bullying”, relata.
Os cartórios se baseiam em uma lei de 1993 que
estabelece que os oficiais de registro civil devem se recusar a registrar nomes
que expõem as crianças ao ridículo. No entanto, o assunto acaba sendo
subjetivo, cabendo diferentes interpretações em relação ao pode ser considerado
constrangedor.
O tabelião Fabrício Maia explica que não existe
nenhum tipo de lista com “nomes impróprios”, sendo necessário o bom senso na
hora de cumprir a regra normativa. “Ficaria a critério do oficial que faz a
qualificação. Se o pai não concordar, tem que ser submetido ao juízo. Nosso
entendimento é que a grafia tem que ser correta. Apesar do pai escolher o nome,
existem regras gramaticais”, finaliza.
Postar um comentário
Blog do Paixão