sábado, setembro 23, 2017

ENTREVISTA: Antônio diz que Lupércio faz gestão pífia em Olinda

Derrotado na eleição para prefeito de Olinda, numa disputa em segundo turno com o prefeito Professor Lupércio, o advogado Antônio Campos avalia, nesta entrevista, os dez meses de gestão do adversário. Para ele, Lupércio é a continuidade da gestão do PCdoB e tem efetuado uma gestão bastante precária. "Não modernizou a máquina pública, que continua inchada de empregos, peca na transparência, que o diga os gastos no carnaval e abandonou a periferia, fazendo a limpeza urbana, por exemplo, principalmente nas principais avenidas. A saúde está um caos. Prometeu muitos empregos e até agora basicamente empregou quem irá votar na sua esposa, que é pré-candidata a Deputada Estadual. É provável que a Justiça Eleitoral casse o seu ilegítimo mandato, em futuro próximo", diz ele. Veja abaixo a entrevista. 
O senhor é pré-candidato ao Senado Federal em 2018?
Coloquei o meu nome à disposição do Podemos, que tem um projeto de renovação na política e de fortalecer as propostas do partido, que trabalha com causas e ouvindo a sociedade. A candidatura também tem a finalidade de aprofundar o debate político, econômico e estratégico de Pernambuco e do Brasil, que está muito empobrecido e personalizado. Formalizei minha intenção por carta ao Podemos e tive sinal verde para iniciar os trabalhos, visitas e conversas para viabilizar a candidatura.
Como o senhor vê a candidatura de Álvaro Dias pelo Podemos?
Quero ajudar a montar o palanque de Álvaro Dias em Pernambuco e no Nordeste, cuja performance eleitoral acho que vai surpreender em 2018. Tem biografia limpa e preparo para ser Presidente da República. O Nordeste é a segunda região mais importante na hora do voto, com 26,9% do eleitorado nacional. Álvaro Dias é e será uma versão tropical de Macron da França.
E candidatura de Bolsonaro pontuando bem nas pesquisas?
O fenômeno Bolsonaro é a vitória do medo sobre a esperança, mas a esperança nunca decepciona. Com o tempo o eleitor vai entender que Bolsonaro não é solução e, na realidade, mais um problema para o Brasil. Não precisamos de radicalismos, mas de pontes e de tolerância para construir um futuro melhor para o nosso país.
Sua avaliação do Governo Temer?
O Governo Temer é um governo rejeitado pelos brasileiros, que aposta tudo na base parlamentar e numa reação da economia. Estamos vivenciando o maior processo de desnacionalização da nossa economia da história, seja em relação a empresas privadas, seja em relação a estatais. A queda da taxa de juros poderá ajudar no início da saída da recessão, com a economia voltando a se movimentar. O problema maior do Brasil é a dívida pública e o aumento dos juros agrava esse problema. Chegamos a cerca de 3,5 trilhões de dívida pública para um PIB um pouco maior de cinco trilhões e pagamos mais de 400 bilhões de juros para rolar a dívida. Precisamos reestruturar essa dívida sem calote e a questão da previdência é uma questão menor diante da magnitude desta.
O senhor tem militado contra a privatização da Eletrobras e da Chesf?
Acho um equívoco privatizar um setor estratégico como a energia e a União deveria tirar a Chesf e as hidroelétricas do Rio São Francisco da privatização por, entre outros motivos, o rio São Francisco ser utilizado para produção de alimentos, abastecimento humano, a Transposição e a pesca, tendo uma importância estratégica relevante para o Nordeste. Imagine o que pode ser esse rio ao passar a ser explorado por uma empresa privada que não tenha compromisso com o seu múltiplo uso? Pretende-se privatizar o sistema Eletrobras para gerar uma receita primária em 2018, a curto prazo, sendo uma verdadeira pedalada elétrica, pois contém uma manobra contábil-financeira. Movi a primeira ação popular, no Brasil, contra o procedimento da privatização que está para decisão. Não discuto o tema privatizar ou não, mas o procedimento viciado da consulta pública que contamina todo processo e o desvio de finalidade da privatização do sistema de energia.
Como vê a movimentação política do G4 em Pernambuco?
A entrada de Fernando Bezerra Coelho no G4 foi uma importante defecção no PSB. No meu sentimento, Armando recuou, sem tirar a sua candidatura a Governador, deixando momentaneamente Fernando Bezerra fazer o embate. Acho que o Ministro Fernando Bezerra Filho deverá migrar com mais deputados para uma nova sigla, que não será necessariamente todos para o PMDB, estando alguns indo para o DEM, e irá postular a indicação a Governador. Resta saber como a família Coelho sobreviverá as tempestades até o São João de 2018. Armando Monteiro é o candidato mais forte da oposição.
Sobre o direito de uso da imagem do ex-governador Miguel Arraes?
A utilização da imagem e do nome de Miguel Arraes dentro de um caráter de continuidade e apropriação política, pelo grupo de Paulo Câmara e Geraldo Júlio, já está sub judice no TRE e será contestada politicamente.
Como resolver ou minorar os índices de violência em Pernambuco?
Precisamos ter uma política de tolerância zero com o crack, que é um problema relevante de saúde pública, combatendo o tráfico e dando ajuda humanitária aos usuários. Precisamos de um Governador que assuma e coordene pessoalmente as ações de segurança em nosso Estado. O diálogo com a Polícia Civil e Militar da atual gestão continua profundamente ainda arranhada. É preciso criar um novo ambiente de confiança. É preciso refundar o pacto pela vida em outras bases. Um bom reinício é regulamentar e tirar do papel o Conselho Estadual de Defesa Social, instância consultiva com várias entidades, conforme sugerido, recentemente, por José Luiz Ratton.
Qual agenda de desenvolvimento para Pernambuco o senhor defende?
Assim como o Rio de Janeiro, Pernambuco precisa reavaliar o seu plano de desenvolvimento e readequá-lo aos tempos atuais, pois o “boom” da industrialização, dos estaleiros, dos grandes investimentos passou. Precisamos assegurar o que já temos de bom e finalizar algumas obras de infraestrutura importantes para o nosso desenvolvimento. A Adutora do Agreste e do Moxotó e outras obras hídricas para viabilizar o uso da água da Transposição e outras soluções hídricas para o Estado, o Arco Metropolitano, ajudar a destravar a Transnordetina, em um novo formato, entre outras obras de infraestrutura são fundamentais. Fortalecer a economia criativa, o turismo, os serviços e o comércio. Reposicionaria o Porto de Suape para uma maior proximidade com Roterdã e o Panamá, estudando a possibilidade até mesmo de abrir o capital dele. Criaria uma sociedade de propósito específico com o Porto de Pecém, atraindo investidores chineses para finalizar a Transnordestina, o que interligará o Nordeste.
A sua avaliação sobre a atual gestão do Professor Lupércio?
Lupércio é a continuidade da gestão do PCdoB e tem efetuado uma gestão bastante precária. Não modernizou a máquina pública, que continua inchada de empregos, peca na transparência, que o diga os gastos no carnaval e abandonou a periferia, fazendo a limpeza urbana, por exemplo, principalmente nas principais avenidas. A saúde está um caos. Prometeu muitos empregos e até agora basicamente empregou quem irá votar na sua esposa, que é pré-candidata a Deputada Estadual. É provável que a Justiça Eleitoral casse o seu ilegítimo mandato, em futuro próximo.
E a recente aliança entre Lupércio e o PSB?
A recente alteração do quadro político na Câmera de Vereadores e algumas outras ações, em Olinda, no passado e no presente, tem o dedo pessoal do prefeito do Recife, Geraldo Júlio, que é o mentor dessa aliança e que, na realidade, é o cacique do PSB, podendo mesmo vir a ser candidato a Governador, numa inviabilização de Paulo Câmara, que se desenha. A provável entrada de Aldo Rebelo no PSB nacional abre um novo capítulo da história do partido. Lembre-se que ele disputou com a minha mãe Ana Arraes, no Congresso Nacional, a indicação para ser Ministro do TCU. Cada dia mais o PSB se afasta dos Arraes.
E a pré-candidatura de Marília Arraes a governadora e a possibilidade do PSB coligar com o PT?
O PT precisa se renovar e de novas lideranças. Marília demonstrou combatividade, tem se movimentado e tem história para pleitear a pré-candidatura. Acho que a delação de Palocci foi um divisor de águas no PT e reduziu muito a possibilidade da candidatura de Lula à Presidente. O mais provável é ter Fernando Haddad candidato e, nesse cenário, não vislumbro essa coligação e aposto no cenário da candidatura própria do PT no Estado, o que é bom para a oposição. E se ela houver, a candidatura mais provável é de Marília Arraes.
Dá para antever algo para 2018, referente política?


Qualquer exercício de futurologia no Brasil é profundamente arriscado, mas apostaria que algo de novo ainda pode surgir e surpreender o Brasil. Essa eleição não será dos grandes partidos e terá muitas surpresas. O maior adversário é a descrença dos brasileiros na política e reacender a esperança em algo novo e inovador.
Do Blog do Magno

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