segunda-feira, setembro 18, 2017

OPINIÃO: Governador e prefeita de Caruaru, renunciem!

Por Leandro Magalhães*
Imagem Ilustrativa
Andar pelo Estado de Pernambuco é um passeio similar a andar pelas ruas da Síria, onde há uma duradoura guerra civil vista com indiferença pelos governantes. A diferença é que em Pernambuco não há armas químicas, nem mísseis tomahawks.
A semelhança é que o poder público, em Pernambuco, é o grande responsável pela violência, que vem matando pernambucanos e quem visita o Estado. Isso pela incompetência administrativa e pela omissão de ações.
Há dúvidas, governador? Ande sozinho pelo centro do Recife, Vila Velha, em Itamaracá, Sítio Histórico de Olinda, Cajueiro Seco, em Jaboatão. No mínimo será roubado como eu fui enquanto caminhava às 9h da manhã na praia de Boa Viagem quando visitei pela última vez o meu Estado.
Até agosto, quase 4.000 pessoas já foram assassinadas, um aumento de mais de 80% em comparação a 2013. Quase o dobro dos assassinatos. Dados da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco, nos quais eu não confio. O número deve ser muito superior a isso, porque passamos a conviver com a violência envolvendo amigos, familiares e pessoas próximas a nós.
É o caso do amigo jornalista Alexandre Farias que foi atingido na cabeça por uma bala perdida no sábado (16), no Alto do Moura, em Caruaru, após sair do trabalho.
Quem são os responsáveis por isso? Há pelo menos duas pessoas: a prefeita de Caruaru e o governador de Pernambuco. O que vimos no final de semana foi um dos vários exemplos de insegurança no Estado, que revela uma má administração dos gestores. Essa ingerência recai, sim, no colo do governador e de qualquer prefeito. Esse é o ônus do cargo que exercem.
E o que os dois imperitos e desazados administradores disseram? A prefeita, ela divulgou uma infeliz nota em que questiona: "Até quando vamos sair de casa sem saber se vamos voltar?"
Ora, a maior autoridade administrativa de Caruaru não sabe o que fazer? A senhora foi eleita para solucionar problemas na sua cidade e não questioná-los. Resolva! Crie ações paralelas! Não tem verba? Corte cabides de emprego e invista em câmeras de segurança, iluminação. Seria o primeiro grande passo. A população não tem condições, como a senhora tem, de ter carro blindado.
E o governador? O que fez? Nada. Omitiu-se. Típico de um gestor que passa horas em excessivas reuniões vazias de resultados, trancado no gabinete, no Palácio do Campo das Princesas, em vez de andar pelo Estado para ver a guerra em que a sociedade está mergulhada. O que lhe interessa é tão somente a reeleição em 2018.
Administrar não significa criar cabides de emprego e fazer de conta que investe em segurança, senhores! Governar significa, entre outras coisas, dar segurança plena à população que lhe paga caro por isso, governador!
Em nada surte efeito aumentar o número de policiais que trabalham com colete vencido, sem infraestrutura, nem comprar novas viaturas ou criar postos de segurança que só servem de enfeite, como os que já existem. Qual o policial que se arrisca perder a vida, na rua, por um salário de pouco mais de dois mil reais?
Já passou da hora de fazer uma revolução na segurança pública de Pernambuco, fazer um estudo de caso, assim como ocorreu em Nova Iorque e em Bogotá. Os bons exemplos estão aí. A prioridade é que falta. Aí é quando surge o velho discurso de jogar a culpa no outro. Vocês, gestores, são os responsáveis!
Aos futuros gestores ao governo do Estado, vai uma dica: estudem e saibam administrar! Precisamos de líderes à altura do nosso Estado. Aos atuais gestores que não sabem como acabar com a violência em Pernambuco, por favor, renunciem!
A permanência dos senhores causa um dano irreparável e uma dor incomensurável no peito de centenas de pernambucanos que perdem, diariamente, amigos, parentes, colegas de trabalho.
Os senhores não estão aptos a exercer essa função. Enquanto estiverem nos seus cargos, alheios aos interesses da população, estarão prestando um desserviço à sociedade, que clama e almeja por segurança, além de contribuírem para o surgimento de outros Alexandres, que revelam ao País a ingerência da segurança pública no Estado, que machuca e fere de forma cruel cada um de nós (pernambucanos), sobreviventes – por enquanto – nesta guerra em Pernambuco.
Repórter do Jornal da Cultura (TV Cultura), de São Paulo

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