Por: Márcio Didier / BLOG DA FOLHA
No campo oposto ao comando do partido em vários episódio, o deputado federal Jarbas Vasconcelos leva revide pelo voto que deu pela investigação contra Temer
Foto: Divulgação
A pequena sala, em Brasília, palco da filiação do senador Fernando Bezerra Coelho, foi de tamanho suficiente para acomodar a tropa que o agora peemedebista contará para assumir o controle do PMDB de Pernambuco.
Ele sabe que a batalha será longa, até pela senha dada minutos após a filiação, com a nota da ala pernambucana do partido. Mas não se preocupa. Sabe a força dos personagens com os quais dividiu a mesa nesta quarta-feira (6).
Do lado esquerdo, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha. À direita, o líder do Governo no Senado e presidente nacional do PMDB, Romero Jucá, e o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Moreira Franco. O núcleo duríssimo do presidente Michel Temer. E ainda tinha o presidente do Senado, Eunício Oliveira.
Na federação que é o PMDB, esse grupo iniciará um processo que nunca aconteceu no passado: tirar o comando estadual da legenda das mãos do deputado federal Jarbas Vasconcelos. Podem dizer que em 1985 o ex-governador teve que ir para o PSB para disputar a Prefeitura do Recife. Certo. Mas naquela ocasião houve uma prévia e ele perdeu.
DO CONTRA
Combativo no regime militar e crítico de vários governos na redemocratização, a começar pelo de José Sarney, Jarbas nunca teve o poder estadual ameaçado. Nem durante os governos petistas de Lula e Dilma Rousseff.
Um exemplo da posição antagônica do peemedebista ocorreu após Lula vencer a disputa em 2006. No final de novembro daquele ano, o PMDB se reuniu para decidir se participaria do segundo mandato do petista. Na votação, 65 membros do Conselho Nacional foram favoráveis à aliança e apenas um contra, Jarbas. Nesse período o deputado pernambucano não só discordou da posição do partido como foi o mais virulento crítico das gestões do PT.
No entanto, o voto favorável à investigação contra o presidente Michel Temer, um peemedebista como ele, no início de agosto passado, selou o destino de Jarbas.
A nota divulgada pelo comando estadual do PMDB instantes depois da filiação do senador Fernando Bezerra Coelho, condenando a postura do new-peemedebista – “pelo elevado cargo que ocupa, o gesto do senador (de não comunicar a filiação) demonstra, no mínimo, falta de consideração e de respeito com as lideranças partidárias no Estado” – e tentando enquadrar o ex-socialista – "integrar o PMDB de Pernambuco significa respeitar sua história, sua linha política e suas instâncias partidárias" – serve no papel, para a história. A prática será outra.
O senador não esperou nem a conversa com Jarbas Vasconcelos e botou a fila para andar.
As informações é que o ato para celebrar a filiação do senador no Estado servirá também para consumar o novo comando do PMDB em Pernambuco.
A partir daí, vai ser muita briga na Justiça Eleitoral que só deve acabar no TSE, instância que, vale lembrar, rejeitou em junho passado o pedido de cassação da chapa Dilma Rousseff/Michel Temer, mantendo, com isso, o peemedebista no comando do País.
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