
Nada disso existiria no Araripe se o acaso não fizesse com que o químico Domingos de Campos fosse obrigado a ficar na região tempo suficiente para sua maior descoberta – as jazidas de gipsita.
A história começa em janeiro de 1942, quando Domingos de Campos era funcionário do governo de São Paulo e levava uma peça para ser entregue em Teresina, no Piauí. Cumprida a missão, voltou para a capital paulista pelo sertão. Parou em Picos, depois em Araripina, onde ficou isolado por fortes chuvas.
Depois, seguindo para Santa Cruz, sem saber, começou a mudar a história da região ao identificar uma pedra de gipsita exposta em um estabelecimento comercial. Perguntou de quem era a pedra e soube que pertencia a Manoel Torquato. Traçou seu rumo: pediria demissão em São Paulo e voltaria para o local onde a pedra foi encontrada.
Domingos de Campos retornou, subiu o Córrego da Pitombeira em Ouricuri e identificou a que ficaria conhecida como a primeira jazida de gipsita do Araripe, no Pé da Serra do Inácio.
Começou a exploração em sociedade com a Mineradora de Cimento Portland Itaú, que depois foi comprada pelo Grupo Vororantim. Domingos de Campos continuou interessado em exploração. Encontrou a jazida onde atualmente está a Mineradora Campevi e também achou outros veios de gipsita em Trindade, no Sertão do Araripe, em Paulistana e em Simões, no Piauí.
Não deixou riqueza. Deixou o exemplo de trabalho, seguido pelo filho Gerôncio, que depois de anos comprou a Campevi, localizada na nossa Princesa do Sertão.
Blog do Paixão