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Foto: Carlos Paixão |

Podemos sim, unir o útil ao agradável para também não brecar o movimento comercial que tanto tem ajudado as pessoas a sustentar suas famílias. Seria um crime, atitudes impensadas, mas podemos com uma boa gestão criar meios de patrocinar e fomentar as cadeias que movimentam a cidade, atrelando a ela um projeto urbano que beneficiem a todos. Ficar sentado aqui opinando também é muito fácil, isso não é só papel gerencial do município, mais tem que ser algo prazeroso para toda população e teremos que atender um chamado para um futuro agregador.
A nossa Majestosa Igreja Matriz, que passou por uma reforma que a tornou mais bela ainda, que era cercada por coloridas rosas, violetas e outras belezas da espécie, complementavam a magnitude desse nosso histórico monumento. Hoje vive cercada de bancas que exalam o odor de óleo saturado, de lixo descartado ao seu redor, e tantos outros que provocam a poluição ambiental.
São os frutos do progresso meus caros. Progresso expandido, mas sem entender que cultura, ambiente e outros benefícios podem harmoniosamente progredir na mesma proporção, inclusive a educação da população para se atentar aos problemas tão salutares para a nossa convivência em sociedade.
E do que mais poderíamos sentir saudade. Das canções em que quando ouvíamos lembrávamos-nos da namorada, das cartas escritas com linhas mal traçadas, da paquera? Aí eu me pergunto? Como um jovem moderno pode se apaixonar se tudo é tão efêmero, se não existe mais canções com melodia e letras que possam tocar o coração?
A barulhenta música eletrônica, sem rima, sem letra e vulgarizada em versos distorcidos e cheio de duplo sentido serve de alucinógeno para os jovens, e muitos dizem ser uma indução ao libido para o amor moderno. Isso é puro sadomasoquismo barato.
Eu sinto muita saudade da outrora Araripina, das tertúlias dos finais de semanas, Cê Que Sabe, Cacto’s Bar, o velho e sempre Bar Colegial, os shows de calouros no Cine Capri, os desfiles esplendorosos do carnaval. E a paz? Varávamos a noite sem ser incomodados com tanta violência do progresso atual.
E o São João e o São Pedro? Naquela época comemorávamos os dois com a mesma alegria. Forró nas salas das casas, ruas enfeitadas (não com esses enfeites carnavalescos que têm transformado as roupas juninas), fogueira, bombas, tracks, chuvinhas, batizado à beira da fogueira, batata frita, muito arrasta pé e o velho som do Gonzagão: “aproveita gente, danado de bom, casamento da rosa”, eita nós.
Araripina cresceu e junto com crescimento econômico, social e político, veio o desmantelo de um projeto desorganizado, que ao invés de transformar em bela, virou esse modelo horroroso de cidade maltratada pela política da incompetência que deixou de ostentar o título de a “Princesa do Sertão”.
Somos o iceberg do Polo Gesseiro e uma cidade economicamente pujante e desenvolvimentista na Região do Araripe, mas não temos os investimentos que nos torne humanamente um município que prima pelo o seu bem maior: o seu povo. Precisamos sair da concorrência individualista e populista e pensar quem sabe no coletivismo que ajudaria a nossa Araripina a caminha com os passos largos que já deviam ter elevado a nossa Princesa do Sertão a um patamar mais glorioso. Prefeito, Governador, Deputados, invistam em suas disputas eleitorais (isso é regra), invistam em suas campanhas individuais, mas pensem em brigar e lutar pelas conquistas que o Município pode conseguir com o mesmo tom, o mesmo palanque, as mesmas vozes, quando o pensamento for o bem de nossa cidade.
Se existe esperança para o futuro, é preciso repensar uma nova ideia, uma nova gestão, um novo compromisso, uma nova política (sem demagogias) e um engajamento de todos, ou então nunca seremos ou teremos a Araripina que tanto sonhamos... Para todos.
Todos nós somos atores importantes para as mudanças necessárias e pontuais.
Pensem nisso!!!
Blog do Paixão