Minutos após a decisão do juiz Otávio Pimentel Ribeiro pela conversão em liberdade provisória da prisão em flagrante por ocultação de cadáver, Jussara e Danilo tiveram pedido de prisão preventiva por homicídio acatada
Por: Priscilla Aguiar, do Portal FolhaPE
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Danilo Paes, 23, e Jussara Rodrigues Silva Paes, 54Foto: Arthur de Souza/Folha de Pernambuco |
Minutos após a decisão do juiz Otávio Pimentel Ribeiro pela conversão em liberdade provisória da prisão em flagrante da esposa e do filho do médico cardiologista e advogado Denirson Paes da Silva, de 54 anos, por ocultação de cadáver, o caso teve uma reviravolta e a farmacêutica Jussara Rodrigues Silva Paes, 54, e o filho, o engenheiro civil Danilo Paes, 23, foram presos preventivamente. Os dois devem ficar na Delegacia de Camaragibe até as 16h.
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O engenheiro civil Danilo Paes, 23, em audiência de custódia em Jaboatão dos GuararapesFoto: Arthur Mota/Folha de Pernambuco |
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Jussara Rodrigues Silva Paes, 54, em audiência de custódiaFoto: Arthur Mota/Folha de Pernambuco |
"Não tenho dúvidas do envolvimento dos dois", disse Carmem Lúcia, delegada responsável pelo caso. Foi ela quem apresentou o pedido de prisão temporária de mãe e filho, por homicídio, acatado pela juíza Marília Falcone, da 1ª Vara Criminal de Camaragibe. A decisão desta vez é relacionada à suspeita de assassinato. Carmem Lúcia disse que vai fazer mais perguntas a eles.
Os dois devem ficar na Delegacia de Camaragibe até as 16h. Depois disso, serão submetidos a exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML), no Recife. Depois Jussara será encaminhada para a Colônia Penal Feminina Bom Pastor e Danilo Paes para o Centro de Triagem de Abreu e Lima (Cotel). Eles terão que cumprir a prisão temporária de 30 dias, podendo ser renovada por mais 30 dias.
Durante audiência de custódia realizada na manhã desta quinta-feira (5), no Fórum de Jaboatão dos Guararapes, mãe e filho tiveram a prisão convertida em liberdade e foram isentados do pagamento da fiança de R$ 908 mil estipulada pela delegada Carmem Lúcia no momento do flagrante.
Decisão foi tomada com base no artigo 325, §1°, incisos I e II, do CPP, que diz que se o preso deixar de pagar a fiança por não ter condições financeiras para tanto, caberá ao juiz diminuir o valor da medida cautelar liberatória ou até dispensá-la.
Funcionária pública, Jussara é analista em saúde da Secretaria de Saúde de Pernambuco e tem um salário mensal de R$ 2.374,44, além de gratificação de desempenho de R$ 293,20, de acordo com informações levantadas no Portal da Transparência. Recém formado em engenharia civil, Danilo não trabalha.
Decisão foi tomada com base no artigo 325, §1°, incisos I e II, do CPP, que diz que se o preso deixar de pagar a fiança por não ter condições financeiras para tanto, caberá ao juiz diminuir o valor da medida cautelar liberatória ou até dispensá-la.
Funcionária pública, Jussara é analista em saúde da Secretaria de Saúde de Pernambuco e tem um salário mensal de R$ 2.374,44, além de gratificação de desempenho de R$ 293,20, de acordo com informações levantadas no Portal da Transparência. Recém formado em engenharia civil, Danilo não trabalha.
Entenda o Caso
O desaparecimento do médico cardiologista Denirson Paes da Silva vinha sendo investigado há quase um mês. Em um Boletim de Ocorrência registrado no último dia 20 de junho sobre o desaparecimento do marido, a farmacêutica Jussara Rodrigues Silva Paes, 54, alegava que a vítima teria viajado para fora do País e que não teria retornado. A delegada Carmem Lúcia desconfiou do envolvimento dos familiares e solicitou um mandado de busca e apreensão no condomínio em que eles moravam.
Para a polícia, há indícios suficientes da participação de mãe e filho na ocultação do cadáver do médico, encontrado nesta quarta-feira (4) dentro de uma cacimba na casa onde morava, no condomínio Torquato Castro, na Estrada de Aldeia, em Camaragibe, Região Metropolitana do Recife. As investigações continuam a fim de esclarecer a motivação e a conduta de cada um.
Vizinhos do médico afirmaram que dois funcionários dele prestaram depoimento. Um deles teria afirmado que a esposa da vítima o chamou dias atrás para fechar, com cimento, uma cacimba que já estaria fechada com uma tampa "bastante pesada para ser carregada por uma pessoa só". O homem teria notado um mau cheiro, mas a farmacêutica alegou que um gato tinha morrido dentro da cacimba.
O segundo funcionário contou à polícia que o médico, pouco antes de desaparecer, tinha explicado a ele que não precisaria mais de seus serviços porque estaria se separando e iria morar no Recife.
Vizinhos do médico afirmaram que dois funcionários dele prestaram depoimento. Um deles teria afirmado que a esposa da vítima o chamou dias atrás para fechar, com cimento, uma cacimba que já estaria fechada com uma tampa "bastante pesada para ser carregada por uma pessoa só". O homem teria notado um mau cheiro, mas a farmacêutica alegou que um gato tinha morrido dentro da cacimba.
O segundo funcionário contou à polícia que o médico, pouco antes de desaparecer, tinha explicado a ele que não precisaria mais de seus serviços porque estaria se separando e iria morar no Recife.
Médico esquartejado era querido por pacientes e colegas
Denirson trabalhava no Procape, em Santo Amaro, e numa clínica em Camaragibe.
Por: Portal FolhaPE![]() |
Corpo do médico Denirson Paes foi encontrado esquartejado numa cacimba em AldeiaFoto: Reprodução / Facebook |
O médico cardiologista e advogado Denirson Paes da Silva, 54 anos, encontrado esquartejado numa cacimba do condomínio onde residia com a família na Estrada de Aldeia, em Camaragibe, Região Metropolitana do Recife. na última quarta-feira (4), é descrito por colegas de profissão como um profissional responsável e carinhoso com os pacientes.
Formado em medicina pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) em 1989, Denirson trabalhava no ambulatório do Pronto-Socorro Cardiológico Universitário de Pernambuco (Procape), no bairro de Santo Amaro, área central do Recife, e na Unidade de Diagnóstico e Tratamento (UDT), em Camaragibe.
Por meio de nota, o gestor executivo do Procape, Ricardo Lima, lamentou a morte do colega, que estava de férias e deveria retornar às atividades nesta quinta-feira (05). "Dr. Denirson era profissional responsável, educado, carinhoso com os doentes e com os colegas. Homem simples e cumpridor dos seus deveres. Nunca presenciei alguma queixa relacionada a ele", disse.
A enfermeira-chefe do Procape, Almina Alencar, também lamentou o ocorrido. "Ele era um profissional da maior envergadura e estamos transtornados com a sua partida. Tinha um bom relacionamento com todos, era prestativo, disposto a atender a todos com a maior humildade. Vai fazer muita falta ao nosso serviço", desabafou.
Denirson também se formou em direito, pelo Centro Universitário Maurício de Nassau. Em nota, a Ordem dos Advogados do Brasil seccional Pernambuco (OAB-PE) lamentou o falecimento e ressaltou que "espera a apuração dos fatos e o cumprimento da lei com devida punição dos autores do crime."
Nascido em Campo Alegre de Lourdes, município do interior da Bahia, assim como a esposa e principal suspeita do crime, Jussara Rodrigues Silva Paes, o médico se mudou com ela para a Região Metropolitana do Recife ainda nos anos 80.
O casal teve dois filhos. Danilo Paes, de 23 anos, formado em engenharia pela UFPE e que também é suspeito de participação no crime, e Daniel Paes, de 20 anos, estudante de administração na UPE e que passou mal ao saber do esquartejamento.
Formado em medicina pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) em 1989, Denirson trabalhava no ambulatório do Pronto-Socorro Cardiológico Universitário de Pernambuco (Procape), no bairro de Santo Amaro, área central do Recife, e na Unidade de Diagnóstico e Tratamento (UDT), em Camaragibe.
Por meio de nota, o gestor executivo do Procape, Ricardo Lima, lamentou a morte do colega, que estava de férias e deveria retornar às atividades nesta quinta-feira (05). "Dr. Denirson era profissional responsável, educado, carinhoso com os doentes e com os colegas. Homem simples e cumpridor dos seus deveres. Nunca presenciei alguma queixa relacionada a ele", disse.
A enfermeira-chefe do Procape, Almina Alencar, também lamentou o ocorrido. "Ele era um profissional da maior envergadura e estamos transtornados com a sua partida. Tinha um bom relacionamento com todos, era prestativo, disposto a atender a todos com a maior humildade. Vai fazer muita falta ao nosso serviço", desabafou.
Denirson também se formou em direito, pelo Centro Universitário Maurício de Nassau. Em nota, a Ordem dos Advogados do Brasil seccional Pernambuco (OAB-PE) lamentou o falecimento e ressaltou que "espera a apuração dos fatos e o cumprimento da lei com devida punição dos autores do crime."
Nascido em Campo Alegre de Lourdes, município do interior da Bahia, assim como a esposa e principal suspeita do crime, Jussara Rodrigues Silva Paes, o médico se mudou com ela para a Região Metropolitana do Recife ainda nos anos 80.
O casal teve dois filhos. Danilo Paes, de 23 anos, formado em engenharia pela UFPE e que também é suspeito de participação no crime, e Daniel Paes, de 20 anos, estudante de administração na UPE e que passou mal ao saber do esquartejamento.
Portal da Transparência
De acordo com o Portal da Transparência de Pernambuco, Denirson Paes recebia R$ 9.569,51 brutos como servidor da Secretaria de Saúde do Estado, além de R$ 13.019,75 brutos como servidor da Universidade de Pernambuco, a qual o Procape pertence.
Entenda o caso
O corpo do médico cardiologista e advogado Denirson Paes da Silva foi encontrado esquartejado na tarde de quarta-feira (4) numa cacimba dentro do condomínio Torquato Castro, na Estrada de Aldeia, em Camaragibe, Região Metropolitana do Recife. O desaparecimento do médico vinha sendo investigado há quase um mês.
Os principais suspeitos do crime são a esposa e farmacêutica Jussara Rodrigues Silva Paes, de 54 anos, e o filho mais velho, Danilo Paes, de 23 anos. Em um Boletim de Ocorrência registrado no último dia 20 de junho sobre o desaparecimento do marido, Jussara Paes alegava que a vítima teria viajado para fora do País e que não teria retornado. A delegada Carmem Lúcia desconfiou do envolvimento dos familiares e solicitou um mandado de busca e apreensão no condomínio em que eles moravam.
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