Por: Everaldo Paixão
O governador de Pernambuco Paulo Câmara (PSB) conseguiu a proeza de mesmo sendo rejeitado ter sido reeleito e com a marca de administrador austero, claro, visto pela ótica dos seus aliados e correligionários e de parte dos pernambucanos que consolidou nas urnas no dia 07 de outubro deste ano, o seu segundo mandato que assumirá em 1º de janeiro de 2019. Câmara ganhou do seu principal oponente Armando Monteiro (PTB) logo no primeiro turno, mas de forma apertada (50,70% dos votos válidos).
Cumprindo o calendário de pagamento dos servidores durante todo o primeiro mandato, o governador teve dificuldades de anunciar o pagamento do 13º e começam a aparecer as dívidas do governo como os repasses as Organizações Sociais de Saúde (OSS), dos Transportes Escolares e Merenda Escolar -e, principalmente, não cumpriu as agendas das promessas feitas em campanha. Por força de lei extinguiu a Delegacia de Combate à Corrupção no Estado (DECASP), com a conivência dos seus aliados na ALEPE, e agora, Câmara e o seu secretário de saúde e braço direito, José Iran Costa Júnior, viraram alvo do Ministério Público Federal (MPF) em ação por atos de improbidade administrativa, por falta de transparência sobre os repasses dos recursos do Sistema Único de Saúde (SUS). Imaginem vocês quando mexer na “Caixa Preta” dos repasses da Educação que são destinados diretamente para as Gerências Regionais de Educação. O buraco é bem mais embaixo.
“É de plena ciência da cúpula do Governo do Estado de Pernambuco a omissão decorrente da ausência de transparência nos recursos relativos à área de saúde, especialmente os destinados às OSS. Na verdade, a negação de publicidade aos repasses realizados junto às OSS e os respectivos dispêndios efetivados pelas entidades visa esquivar agentes públicos de eventuais malfeitos cometidos e, o pior, macular de morte qualquer esfera de controle social, político ou judicial”, afirma a procuradora Silvia Regina Pontes Lopes, que assim como a Delegada da Extinta DECASP, Patrícia Domingos, vem sofrendo ataques pessoais dos aliados do Reizinho do Palácio do “Campo(s)” das Princesas.
Todos já estão de olho nos malfeitos do governador e seus aliados (menos o TJPE) e acreditamos ter chegado o momento de avançar novamente nas operações Fair Play – braço da Lava Jato - (que investigava denúncias de superfaturamento na construção pela Odebrecht do estádio Arena Pernambuco) e que tinham suspeitas do envolvimentos de políticos ligados ao PSB, como Geraldo Júlio e Paulo Câmara – presidente e vice-presidente respectivamente da Unidade de Parcerias Público-Privada; A Operação Torrentes (que investigava o desvio de dinheiro em obras de reconstrução em cidades atingidas por enchentes em Pernambuco) e óbvio, as Operações Tsunami e Ratatouille, que investigavam uma Máfia da Merenda Escolar com envolvimento de uma empresa denominada Casa de Farinha, e o inquérito estava para ser concluída pela DECASP, quatro dia depois da prisão do empresário Romero Fittipaldi Pontual Filho, um dos proprietários, o governador Paulo Câmara enviou de forma urgente para ser aprovada a extinção da Delegacia.
Suspeito, não?
A máscara do governador caiu e mesmo os justiceiros sendo a todo instante perseguidos por ele e sua cúpula, em um Estado que mesmo estando distante do caos fluminense, por lá já foram presos três ex-governadores (Cabral, Garotinho e Rosinha), tem um preso em fim de mandato (Fernando Pezão), chegou o momento de acreditar que a Justiça por aqui, em nome de Patrícia Domingos (extinta Decasp), Sílvia Regina (MPF), Áureos Cisneiros (Presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco - Sinpol-PE) e Noelia Brito (blogueira), pode estar engatinhando, mas dando passos importantes para provar que o Estado não deve ser um latifúndio dos Campos e nem de partido nenhum, mas um Estado do povo pernambucano, onde um dia acreditaremos que a lei por aqui deve vigorar acima daqueles que transformaram as terras dos altos coqueiros em curral eleitoral particular.
E tenho dito.
E tenho dito.
Blog do Paixão