
Tentamos reproduzir o cenário onde ficava localizado o circo de Fábio e de seus amigos e encontramos um formato quase que similar do que fora erguido para os espetáculos e o divertimento daquela turma da Rua Joaquim Rodrigues Nogueira.

O Circo de Fábio e Companhia ficava na Rua Joaquim Rodrigues Nogueira, onde é possível avistar as casas que algumas delas ainda estão intactas




O circo de Fábio de Dona Gualterina que ficava aqui na Rua Joaquim Rodrigues Nogueira (veja fotos do lugar capturada do google maps) que tinha dançarinas, baterista, mágico, palhaço e Neto de Dona Zizi (o homem que era enterrado vivo). O hilário da história de Neto é que quando ele era “enterrado vivo” (fazia parte do espetáculo) certa vez, o canudo que colocavam para ele respirar entupiu com fragmentos de areia e todos podem imaginar o que aconteceu. A lona do circo era feita de saco de nylon e todos emendados igual a colcha de retalhos. A iluminação era feita através de uma fiação (gambiarra) como uma espécie de jogo de luz e o cenário circense improvisado tinha entrada e seguranças que eram também componentes do circo, para impedir àqueles que gostavam de passar por debaixo da “lona”.



Vista aérea da Rua Joaquim Rodrigues Nogueira


Fotos: Google Maps
Competindo com o “Circo de Fábio” e com a estrutura similar, mas menos pomposa, os traços de tempos marcantes, alegres, mas difíceis, o Circo do Palhaço Comentário, idealizado por Perninha e Flávio Kleber (ele mesmo me contou a história) ficava ali na Rua do Padre (não sei especificar bem o local) e ganhou outro sócio, irmão de Perninha, que era Avelar- o Palhaço Comentário. Lá, como o circo da Rua Joaquim Rodrigues Nogueira, também tinha as dançarinas.
Comentam-se que por birra ou ciumeira, a rivalidade tornou-se tão grande entre os "empresários circenses" que na calada da noite mandaram tocar fogo no circo de Fábio, e como a lona era de saco de nylon, o estrago foi total.
Depois apareceram mais dois circos para protagonizar o efeito circense entre as nossas diversões: o Circo de Soró Sereno (que ficava localizado onde hoje é a Torre da Telpe e o Circo de Zé Pelado (que ficava na Rua Onze de Setembro).
Vagamente tenho lembranças desses tempos tão bons, tão simples, aventureiros e divertidos, mas que marcaram a infância vivida intensamente por todos de uma geração criativa, que driblou a dificuldade, driblou o ócio, as limitações, a pobreza, para protagonizar o que para hoje gera e cria apenas figurantes.
Tenho certeza que desses fatos aqui mencionados com tanto júbilo por mim, Fábio, Robinho (o nosso poeta e cantador) e outros personagens, com certeza contariam com mais riqueza de detalhes.
Contaremos aqui no nosso espaço "Quem Quiser que Conte Outra" sempre algo marcante da nossa Araripina.
Blog do Paixão