Demóstenes Meira (PTB), que está
preso, é investigado por fraude em licitação, corrupção e lavagem de dinheiro.
Outro pedido foi apresentado em fevereiro e barrado pela Justiça.
Por
Mhatteus Sampaio, TV Globo

Vereadores de Camaragibe aprovaram abertura de processo de impeachment
contra prefeito — Foto: Reprodução/TV Globo
Os vereadores
de Camaragibe, no
Grande Recife, aprovaram nesta terça-feira (13) um novo pedido de abertura de
processo de impeachment do prefeito afastado da cidade, Demóstenes Meira (PTB).
O chefe do Executivo foi preso pela Polícia Civil em
junho, sob suspeita de fraude em licitação, corrupção, lavagem
de dinheiro e organização criminosa.
Outro processo para cassar o prefeito
foi aberto em 26 de fevereiro, após o político exigir a presença de servidores
comissionados em uma prévia carnavalesca, durante o show da
noiva dele, Taty Dantas, que também era secretária de Assistência Social do
município. Em maio, no dia da votação do afastamento, a Justiça impediu a
realização da sessão.
A sessão desta
terça-feira, realizada na Câmara de Camaragibe, começou por volta das 9h40, com
40 minutos de atraso. Estavam presentes 11 dos 13 vereadores da cidade. Doze
votaram a favor da abertura do processo.
O vereador Paulo
André (PSB), primeiro secretário da Câmara, leu a ata e falou sobre a
importância do processo de impeachment. Ele se absteve de votar. A vereadora
Lindomar Santos (PSDB) faltou, alegando um problema de saúde.

Do lado de fora da
Câmara, muita gente aguardava o início da sessão. O plenário ficou lotado e não
houve registro de tumulto.
Com a aprovação do
pedido, os vereadores criaram uma comissão. Formado por três parlamentares, o
colegiado terá 90 dias para avaliar o caso e marcar a data para a votação do
afastamento, em sessão no plenário.
Moradores acompanharam sessão sobre impeachment de prefeito na Câmara de
Camaragibe — Foto: Reprodução/TV Globo
Comissionados em show
No dia 17 de
fevereiro, o então prefeito Demóstenes Meira divulgou mensagens de voz, pelas
redes sociais e WhatsApp, convocando os servidores
comissionados para participar o desfile do bloco Canário
Elétrico, no Centro de Camaragibe.
A festa da
agremiação, que teve a participação da cantora e ex-secretária da prefeitura,
foi organizada pelo ex-secretário de Educação Denivaldo Freire. A contratação
de Taty Dantas, segundo o ex-secretário, ocorreu a partir de um pedido de
Demóstenes Meira.
Nas mensagens,
Meira afirmou que filmaria o evento para saber quantos comissionados
compareceriam, de fato, para prestigiar Taty Dantas.
Pouco antes do
desfile do bloco, o prefeito confirmou que fez a convocação dos servidores e
justificou que “era preciso apoiar a noiva”.
Investigação e prisão

Prefeito de Camaragibe, que está preso, é suspeito de fraudes de até R$
64 milhões
A Operação Harpalo,
do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (Draco), começou em dezembro
de 2018 e investiga o superfaturamento em contratos da prefeitura de
Camaragibe. A primeira fase foi deflagrada em março de 2019. (Veja
vídeo acima)
Segundo a delegada
Jéssica Ramos, que comanda as investigações, o rombo pode chegar a R$ 117 mil
em um contrato de R$ 1,2 milhão para a manutenção de escolas municipais, em que
houve dispensa de licitação.
Após a deflagração
da primeira fase, a delegada afirmou que dois funcionários públicos haviam
sido ameaçados a mando de Meira por
"saberem demais".
A prisão preventiva
e o afastamento cautelar do prefeito, ocorridos em 20 de julho, fazem parte da segunda
fase da operação e foram determinados pelo Tribunal de
Justiça de Pernambuco (TJPE), em decisão assinada pelo desembargador Mauro
Alencar.
Demóstenes Meira
foi preso no apartamento onde mora, no bairro da Madalena, na Zona Oeste do Recife.
Com o afastamento de Meira, a vice-prefeita Nadegi Queiroz
(DC), tomou posse e assumiu a prefeitura da cidade. Nadegi
já havia rompido com o prefeito afastado desde janeiro de 2017.
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