PM chegou a alegar que equipe foi recebida a tiros. Investigação constatou que não havia pessoas armadas além dos policiais.
Por Matheus Rodrigues, G1 Rio

Ágatha Félix, morta por bala perdida no Alemão — Foto: Reprodução
A Polícia Civil afirmou nesta terça-feira (19) que não havia tiroteio no momento em que a menina Ágatha Félix foi baleada no Complexo do Alemão, no último dia 20 de setembro. A conclusão do inquérito confirmou que a bala que atingiu a menina saiu do fuzil de um policial militar.
O relatório da perícia
contesta o depoimento dos PMs envolvidos na ação -- os militares sustentam que
revidaram contra uma dupla que passava atirando em uma motocicleta. Para a
Polícia Civil, no momento do crime, não havia pessoas armadas além dos
policiais.

Polícia indicia PM pela morte da
menina Ághata no Complexo do Alemão, Zona Norte do Rio
Ágatha estava no banco
de trás de uma Kombi com a mãe quando foi atingida nas costas. Na hora, o
veículo estava parado, com o porta-malas aberto. O projétil entrou pela
traseira do utilitário, rasgou o forro do assento e feriu a menina.
Trajetória
da bala foi refeita
A
Delegacia de Homicídios concluiu que nem armados os possíveis suspeitos
estavam.
“O que nós apuramos é
que a motocicleta passou naquele momento em uma certa velocidade e não atirou
contra o policial nem contra ninguém", afirmou o delegado Marcus Drucker,
responsável pelas investigações da Delegacia de Homicídios da Capital.
"O policial
atirou contra a motocicleta, a bala bateu no poste, fragmentou, bateu na tampa
do motor da Kombi, pesou pelo banco traseiro e atingiu a menina Ágatha
fatalmente. A apuração não constatou tiroteio”, detalhou Drucker.
“O que nós apuramos
foi que na hora em que a moto passou, o policial que estava ali alega que ele
[homem da moto] estava armado. Mas nós provamos que não estava. O policial
atirou na motocicleta, pegou no poste e a bala desviou e desceu. Nós provamos
que não estavam armados”, disse o delegado Marcus Drucker.
O delegado titular da
DH Capital, Daniel Rosa, informou que o PM irá responder por homicídio doloso.
No entanto, a prisão não foi requerida pelos investigadores.
“Uma investigação
muito criteriosa que terminou com o indiciamento desse policial militar que foi
responsável pelo tiro. A prisão tem requisitos próprios na Constituição, mas
neste caso não apresentou os requisitos. Ele vai responder por homicídio
doloso”.O nome do policial militar que efetuou os disparos não foi divulgado pela
polícia. Em nota, a PM informou que o cabo será afastado das atividades nas
ruas.
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