Com a ajuda de dois assessores, a vereadora Maristela do Gás (PHS)
usaria dinheiro público para subsidiar campanha eleitoral em 2020, de acordo
com a Polícia Civil.
Por Bruno Fontes, TV Globo

Maristela do Gás
(PHS) é suspeita de desviar mais de R$ 1 milhão em esquema de
"rachadinha" — Foto: Reprodução/WhatsApp
A Polícia Civil
investiga a vereadora Maristela do Gás (PHS),
presidente da Câmara Municipal de Nazaré da Mata, na Zona da Mata de Pernambuco, pela
suspeita de desvio de mais de R$ 1 milhão em esquema de "rachadinha",
com a ajuda de dois assessores. O dinheiro seria usado ilegalmente para a
campanha eleitoral em 2020, segundo os investigadores.
O pai da vereadora
também é investigado. "Os indícios apontam para o esquema de 'rachadinha',
ou seja, dois assessores da presidente da Câmara recolhiam uma quantidade de
dinheiro em espécie e repassavam para o pai, que possui empresas de água e gás
em Nazaré da Mata, Carpina e Buenos Aires e lavava esse dinheiro",
explicou o chefe da Polícia Civil, Joselito Kerhle do Amaral.
Nesta sexta-feira
(27), foram expedidos 13 mandados de busca e apreensão e 14 de quebra de sigilo
bancário referentes ao caso. Chamada de Cavalo de Troia, a operação policial
investiga os crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
De acordo com a
delegada Jéssica Ramos, a prática acontece desde 2017. A investigação do caso
foi iniciada em julho de 2019.
"Os assessores eram obrigados a devolver uma parte significativa dos seus proventos à presidente da Câmara como forma de subsidiar uma eleição da mesma no próximo ano", disse a delegada.
Com a apreensão dos
celulares de Maristela do Gás, a expectativa da polícia é encontrar mensagens
que comprovem o esquema, para que sejam aplicadas as medidas cabíveis aos
envolvidos. Ao todo, 70 policiais civis, entre delegados, agentes e escrivães,
participaram da operação.

Documentos
apreendidos em Nazaré da Mata foram levados para a sede do Draco, no Recife —
Foto: Polícia Civil/Divulgação
Documentos
apreendidos durante a Operação Cavalo de Troia foram levados para a sede da
Delegacia de Repressão a Ações Criminosas (Draco), no bairro de Tejipió, na
Zona Oeste do Recife.
"Tanto a
presidente quanto assessores, familiares e empresários da mesma [vereadora]
poderão ser presos se encontrarmos, em documentos e celulares, outros fatores
que nos levem à concretização desses crimes e outros que, por ventura, forem
descobertos", declarou Jéssica Ramos.
O G1 tenta contato com a defesa da vereadora
investigada. Os nomes dos assessores suspeitos de envolvimento no caso não
foram divulgados pela Polícia Civil.
Blog do Paixão