Organização criminosa atuava em três núcleos,
diz denúncia. Ex-governador Ricardo Coutinho, deputada estadual Estela Bezerra
e ex-secretários estão na lista de denunciados.
Por G1 PB

Ministério Público da Paraíba (MPPB) - Procuradoria-Geral de Justiça — Foto: Krystine Carneiro/G1
O Ministério Público da Paraíba (MPPB) protocolou no Tribunal de Justiça, nesta segunda-feira (13), a sexta denúncia feita com base nas investigações da Operação Calvário. No documento, 35 agentes públicos, empresários e operadores financeiros são acusados de formarem uma organização que cometeu crimes como corrupção e lavagem de dinheiro, através das atividades de organizações sociais (OSs) na saúde e educação do estado.
A denúncia foi elaborada pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) e a Comissão de Combate aos Crimes de Responsabilidade e a Improbidade Administrativa (Ccrimp).
O documento elaborado
pelo MPPB, aponta que o grupo agia de forma corrupta nos bastidores dos poderes
Executivo e Legislativo da Paraíba. As atividades da organização teriam sido
intensificadas com a eleição de Ricardo Coutinho, preso
na 7ª fase da Operação Calvário, ao Governo do Estado.
Conforme a denúncia, a organização
criminosa atuava em três núcleos: político, administrativo e financeiro
operacional.
Integravam o núcleo político os seguintes
denunciados:
· Ricardo Vieira Coutinho - ex-governador da Paraíba
·
Estelizabel Bezerra de Souza - deputada
estadual
·
Maria Aparecida Ramos de Meneses -
ex-secretária de estado
· Márcia de Figueiredo Lucena Lira - prefeita do Conde
·
Faziam parte do núcleo administrativo os seguintes denunciados:
· Waldson Dias de Souza - ex-secretário de planejamento,
orçamento e gestão da Paraíba
·
Gilberto Carneiro da Gama - ex-procurador
geral da Paraíba
·
Coriolano Coutinho - irmão de Ricardo
Coutinho
·
José Edvaldo Rosas - ex-presidente do PSB-PB
·
Cláudia Luciana de Sousa Mascena Veras -
ex-secretária de Saúde da Paraíba
·
Aracilba Alves da Rocha - ex-secretária de
Finanças e Fazenda da Paraíba
·
Livânia Maria da Silva Farias - ex-secretária
de administração do Estado
· Ivan Burity de Almeida - ex-secretário de Turismo da
Paraíba
·
Ainda estão sendo denunciados como integrantes do núcleo
financeiro operacional da organização:
· Francisco das Chagas Ferreira - pessoa ligada à Waldson
de Souza
·
Ney Robinson Suassuna - ex-senador da Paraíba
·
Geo Luiz de Souza Fontes - motorista de
Gilberto Carneiro
·
Bruno Miguel Teixeira de Avelar Pereira
Caldas - pessoa ligada à Waldson de Souza
·
Jair Éder Araújo Pessoa Júnior - sobrinho de
Edvaldo Rosas
·
Raquel Vieira Coutinho - irmã de Ricardo
Coutinho
·
Benny Pereira de Lima - pessoa ligada à
Coriolano Coutinho
·
Breno Dornelles Pahim Filho - pessoa ligada à
família Coutinho
·
Denise Krummenauer Pahim - pessoa ligada à
família Coutinho
·
Saulo Pereira Fernandes
·
Keydison Samuel de Sousa Santiago
·
Maurício Rocha Neves
·
Leandro Nunes Azevedo - pessoa ligada à
Livânia Farias
·
Maria Laura Caldas de Almeida Carneiro
·
Daniel Gomes da Silva - ex-dirigente da Cruz
Vermelha
·
David Clemente Monteiro Correia
·
José Arthur Viana Teixeira - ex-secretário de
Educação da Paraíba
·
Vladimir dos Santos Neiva
·
Valdemar Ábila
·
Márcio Nogueira Vignoli
·
Hilário Ananias Queiroz Nogueira
· Jardel da Silva Aderico
Operação
Calvário
A Operação Calvário
foi desencadeada em dezembro de 2018 com o objetivo de desarticular uma
organização criminosa infiltrada na Cruz Vermelha Brasileira, filial do Rio
Grande do Sul, além de outros órgãos governamentais.
A investigação identificou que a organização
criminosa teve acesso a mais de R$ 1,1 bilhão em recursos públicos, para a
gestão de unidades de saúde em várias unidades da federação, no período entre
julho de 2011 até dezembro de 2018.
O que
dizem os citados
O ex-governador
Ricardo Coutinho declarou "que jamais seria possível um Estado ser
governado por uma associação criminosa e ter vivenciado os investimentos e
avanços nas obras e políticas sociais nunca antes registrados", diz em
nota.
O advogado da deputada Cida Ramos,
Getúlio de Souza, afirmou deputada está muito tranquila no que tange a essa
fase da operação. E quantas e quantas vezes ela for solicitada, ela irá
colaborar com a Justiça, até porque ela não tem nada a esconder", afirmou.
Em nota, a prefeita do Conde, Márcia
Lucena, disse que está à disposição da Justiça para elucidar os fatos.
O advogado Francisco das Chagas
Ferreira informou que está tranquilo quanto aos indícios que se referem a ele.
"Nunca recebi um centavo que não tenha sido pela prestação dos meus
serviços. Nunca fui sócio oculto de ninguém. Confesso que estou surpreso, mas
acredito que a Justiça e o Ministério Público fazem o trabalho correto de
investigar. Por isso, me apresentarei com tranquilidade e com a certeza de que
provarei a minha total inocência", disse em nota.
Até as 18h desta segunda-feira, o G1 não
conseguiu contato com os outros denunciados.
Blog do Paixão