Empresas não veem
solução de curto prazo, mesmo com linhas de crédito sendo oferecidas


Sem uma perspectiva de curto prazo para a retomada das
construções, as indústrias gesseiras têm vivido dias de incerteza sobre quais
são as ações mais importantes para a manutenção dos empregos e o funcionamento
das indústrias que empregam diretamente cerca de 2,5 mil funcionários, e outros
10 mil, indiretamente, em mais de cem fábricas de calcinação, produtos
pré-moldados e mineração, segundo dados do Sindicato das Indústrias de Gesso do
Estado de Pernambuco (Sindusgesso).
Como não existe mercado consumidor, os empresários acreditam
que as linhas de crédito oferecidas pelo Governo Federal não resolvem o
problema, pois caso as contratem, estarão contraindo mais uma dívida sem ter
nenhuma expectativa de vendas dos produtos nos próximos meses. Por conta disto,
a estimativa do sindicato é de que mais de 50% desta mão de obra já tenha sido
demitida e que menos de 10% das empresas continuem em funcionamento.
Para Francisco Alves, diretor regional da Federação das
Indústrias do Estado de Pernambuco (FIEPE) no Araripe, nos últimos dois anos as
indústrias vinham melhorando seus processos produtivos para retomar o
crescimento este ano. Segundo ele, todos os empresários estavam confiantes que
2020 seria um ano com mais produção e vendas, porém a chegada da Covid-19
diminuiu estas expectativas.
“A pauta das empresas mudou radicalmente em menos de dois
meses, porém a FIEPE continua cumprindo seu papel de ser a entidade
representativa do setor levando até os governantes sugestões para que todas as
empresas e, especialmente, as micro e pequenas, tenham condições de atravessar
este momento de dificuldade. Sabemos que é uma crise mundial, mas ela tem data
para acabar e após, nós iremos reerguer nossa economia voltando a gerar emprego
e riquezas”, destacou Francisco Alves.
BUSCANDO A
SOBREVIVÊNCIA
A presidente do Sindusgesso, Ceissa Campos Costa, elenca os
principais pleitos que estão sendo enviados aos governos para ajudar o setor a
“não quebrar de vez”. Com mais de 80% de queda nas vendas, o sindicato destaca
que o principal objetivo é manter o caixa das empresas saudável uma vez que as
obrigações fiscais devem ser mantidas.
Na esfera federal, o sindicato propôs à Agência Nacional de
Energia Elétrica (ANEEL) que não cobre das indústrias a Demanda Contratada –
valor fixo na conta de energia que independe do consumo ou não da demanda
elétrica. Para o Governo de Pernambuco, o setor já solicitou isenção nas taxas
da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) e a prorrogação nos vencimentos das
Licenças de Operação. Junto às prefeituras das cidades do polo gesseiro, o
pedido é de parcelamento dos impostos municipais para que as empresas tenham
acesso às Certidões Negativas de Débito.
“Ainda não é possível
estimar o prejuízo que o setor vai passar durante esta pandemia. A construção
civil possivelmente será uma das últimas economias a se reerguer e, nós, do
polo gesseiro, dependemos dela para produzir e vender. Com este cenário
desenhado, muitas empresas vão parar sua produção e empregos serão perdidos
causando mais problemas sociais em uma região que tem a indústria do gesso como
sua principal força econômica”, lamentou Ceissa Costa.






Da ASCOM
Fotos: Everaldo Paixão
Blog do Paixão