Apaixonado por esporte e música, apresentador fez amigos por onde passou
e conquistou uma legião de admiradores com bom humor e competência
Por Redação do ge — Rio de Janeiro
Rodrigo Rodrigues chegou à Globo em janeiro de 2019 — Foto: arquivo pessoal
A televisão brasileira está de luto. Aos 45 anos, morreu nesta terça-feira o apresentador Rodrigo Rodrigues, vítima de trombose venosa cerebral decorrente da Covid-19. O jornalista estava internado por complicações do novo coronavírus desde o último sábado na unidade de terapia intensiva do Hospital da Unimed, no Rio de Janeiro.
Com o bom humor
característico e a competência indiscutível, Rodrigo Rodrigues deixou sua marca
por onde passou. Desde janeiro de 2019 na Globo, o apresentador conquistou a
confiança de todos, e diversos colegas logo se tornaram amigos também fora do
ambiente de trabalho.
André Rizek se emociona ao falar da morte do apresentador Rodrigo Rodrigues
A morte de Rodrigo
abre uma ferida que vai muito além do profissional insubstituível. Dentro e
fora da Globo, dezenas de pessoas sentem a perda de um amigo. E a família chora
a partida de um parente que conquistou uma legião de admiradores.
Rodrigo Rodrigues apresentou o Troca de Passes pela última vez no dia 9 de julho, quando relatou que um amigo com quem tivera contato recente testou positivo. No dia 13, o apresentador fez o exame, que também diagnosticou a Covid-19. Desde então, cumpriu o isolamento em casa, com acompanhamento da equipe médica da Globo.--:--/--:--
Inicialmente,
apresentou sintomas leves, como falta de paladar e olfato, mas disse que se
sentia bem. No entanto, a situação mudou no último sábado, quando deu entrada
no hospital com vômitos, desorientação e dor de cabeça.
De acordo com o
boletim médico do hospital, foi diagnosticada uma trombose venosa cerebral, e o
apresentador passou por uma cirurgia na noite de domingo para aliviar a pressão
intracraniana. Nesta terça, porém, ele não resistiu e teve morte encefálica
confirmada.
Rodrigo Rodrigues foi um dos grandes nomes da televisão brasileira nas últimas décadas. Iniciou a carreira em 1995, na Rede Vida, embora só fosse ingressar na faculdade de Jornalismo dois anos mais tarde. Em 2001, aceitou um convite da TV Cultura para integrar a equipe do programa "Vitrine", apresentado por Marcelo Tas. Rodrigo ficou por lá até meados de 2003 e, na sequência, teve passagem curta como repórter no SBT.
Já em 2005,
mudou-se para a TV Bandeirantes e, em seguida, retornou para a TV Cultura,
desta vez para ancorar o "Cultura-Meio Dia" ao lado de Maria Júlia
Coutinho. Ele permaneceu na função até 2010.
Em janeiro de 2011,
Rodrigo ingressou na área de onde não sairia mais: o esporte. Assumiu a função
de apresentador do "Bate-Bola", da ESPN Brasil. Ganhou espaço e
admiração graças à forma leve e descontraída de transmitir informação aos
telespectadores. Entre idas e vindas, passou também pela TV Gazeta, pelo
Esporte Interativo e pela Rádio Globo antes de ser contratado pela Globo no
início de 2019.
Com carreira consolidada, Rodrigo Rodrigues chegou à equipe de esporte da Globo como reforço de peso. Começou com aparições em diferentes programas do SporTV e apresentou em algumas oportunidades o Globo Esporte de São Paulo. Em agosto, como mais um reconhecimento de sua competência, tornou-se âncora fixo do Troca de Passes.
Dentro e fora da
televisão, Rodrigo Rodrigues tinha outra paixão que carregava desde a infância:
a música. Em participação no "Domingão do Faustão" em março de 2020,
ele contou que o interesse pelas artes começou cedo, com o desenho. Na
sequência, veio o violão.
Em 2008, Rodrigo
montou a banda "The Soundtrackers", especializada em tocar trilhas de
grandes sucessos do cinema. Guitarrista do grupo, ele dividia seu tempo entre o
jornalismo e a música. Também encontrava espaço na agenda para escrever livros
relacionados ao ambiente musical, como "As Aventuras da Blitz" e
"Almanaque da Música Pop no Cinema".
Rodrigo Rodrigues com os comentaristas Sergio Xavier e Petkovic — Foto:
Divulgação
Na tela ou no palco, Rodrigo Rodrigues desempenhou suas funções com o brilhantismo de um dos gigantes da comunicação brasileira no século 21.
Blog do Paixão