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Prefeito defende gestores após ação da PF que investigou irregularidades na compra de material na pandemia

Geraldo Julio disse, neste domingo (26), que "não existe intenção de omitir informações". Diretor da Secretaria de Saúde foi afastado, na quinta (23). 

Por G1 PE

Prefeito defende gestores após investigação da PF sobre compra de material na pandemia. Foto: Reprodução

(veja vídeo acima)

O prefeito do RecifeGeraldo Julio (PSB), defendeu, neste domingo (26), os gestores da Secretaria de Saúde e falou sobre uma ação da Polícia Federal (PF), que investigou irregularidades na compra de materiais de uso médico-hospitalar na pandemia. Na quinta-feira (23), o diretor financeiro da pasta, Felipe Soares Bitencourt, foi afastado, após a Operação Bal Masqué (veja vídeo acima).

Em pronunciamento transmitido em vídeo pelas redes sociais, o prefeito afirmou que "não existe nenhuma intenção de omitir informações.

“Todos os processos foram devidamente enviados. Pode haver, sim, falhas, equívocos e erros. Mas, por todo histórico de tantos anos que relatei nesse vídeo, tenho a plena convicção de que não há dolo ou má-fé de nenhum dos gestores da Prefeitura do Recife”, disse.

Ele ressaltou que ocorreram diversas contratações em um prazo curto para atender a necessidades urgentes, que podem resultar em erros. Também reconheceu que o trabalho de fiscalização pode ajudar a prefeitura a promover revisões e ajustes em processos realizados.

Em seu pronunciamento, o prefeito ressaltou que vários servidores municipais responsáveis pelas despesas da prefeitura são concursados do Tribunal de Contas do Estado (TCE), assim como ele, entre outros órgãos fiscalizadores.

“O secretário de finanças é auditor da receita federal, o procurador geral é procurador do estado, o secretário de planejamento é auditor do tribunal de contas, o secretário de administração também é do tribunal de contas, o controlador é auditor do município e o secretário que coordena as licitações também é auditor do tribunal de contas.”

Geraldo Julio também declarou total confiança no trabalho do secretário de Saúde, Jaílson Correia, a quem descreveu como um médico e professor conhecido e respeitado por todos da área de saúde no Brasil.

“Sua equipe é formada por centenas de gestores que demonstraram enorme desprendimento e dedicação no enfrentamento à pandemia. Pessoas sérias que tiveram a disposição de realizar em poucos dias centenas de compras, de milhares de itens, tendo a responsabilidade de assinar uma infinidade de documentos para garantir atendimento à população”, disse.

De acordo com o prefeito, o portal da transparência específico da Covid-19 foi analisado pelo Tribunal de Contas e atendeu a todos os nove itens avaliados, quase todos de maneira integral. Ele ressaltou que, em sete anos de gestão, nunca houve processos julgados irregulares ou ato de corrupção comprovado de nenhum gestor.

“Nossa gestão não iniciou ontem, muitos de nós estamos no serviço público, há décadas, sem que nenhuma denúncia tenha sido confirmada pela justiça ao final das apurações. Muitos processos, nesses anos, foram sim corrigidos pela atuação dos órgãos de fiscalização e isso é muito importante. Preserva o interesse público, revisa erros, corrige equívocos e evita prejuízos.”

O chefe do Executivo municipal também se referiu à Constituição Federal para defender o direito de defesa concedido nos processos administrativos, judiciais e mesmo perante a sociedade.

“Ninguém pode ser condenado sem que tenha sequer condições de se defender. Seja na esfera administrativa, seja na justiça, seja na imprensa, cada gestor, cada ato, cada compra questionada, deve ter garantido o direito de defesa, de esclarecimento”.

Operação Bal Masqué

Durante a operação, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão, sendo nove no Recife e dois na cidade de Jaboatão dos Guararapes, na Datamed e em outra empresa do mesmo dono, em endereços dos sócios dos empreendimentos e em residências de servidores da prefeitura. O trabalho envolveu quatro servidores da CGU e 50 policiais federais. 

A delegada Mariana Cavalcanti, responsável pelas investigações, disse que Felipe Bittencourt autorizava os pagamentos e fazia os empenhos da Secretaria de Saúde.

Nesse caso específico, segundo a policial federal, ele assinou um relatório descritivo para autorizar a contratação de uma empresa quase um mês depois do começo do fornecimento os materiais, apesar de o relatório estar sem data.

No dia da operação, a defesa de Felipe Soares Bittencourt disse à TV Globo que tomaria as medidas judiciais, com urgência, em relação ao afastamento do servidor.

Entrega irregular de materiais

A operação recebe o nome de Bal Masqué em referência ao nome do tradicional baile de carnaval realizado anualmente na capital pernambucana.

Segundo a polícia, levantamentos iniciais feitos pela Controladoria Geral da União (CGU) encontraram irregularidades na execução dos valores contratados, gerando suspeitas de que a empresa contratada seria de fachada.

Ainda segundo a delegada Mariana Cavalcanti, a PF percebeu que foi adquirida uma grande quantidade de máscaras, aventais e toucas de uma empresa de Pernambuco, com dispensa de licitação devido à emergência da pandemia.

Segundo ela, a empresa recebeu pagamento integral no mês de abril, mas sequer tinha adquirido os materiais. A quantidade que eles adquiriram depois, para entregar foi bem inferior à que eles venderam.

De acordo com a PF, a ocorrência de pagamentos por itens não entregues pode ter causado um prejuízo de aproximadamente R$ 7 milhões aos cofres públicos. Desse total, R$ 4 milhões seriam de máscaras que não foram entregues.

TV Globo esteve na sede da empresa, no bairro do Zumbi, no Recife, e tentou contato com os donos ou funcionários. No local, ninguém quis falar sobre a operação.

Outra operação na secretaria

Também deflagrada na quinta-feira (23), a terceira fase da Operação Apneia cumpriu cinco mandados de busca e apreensão, em Pernambuco e São Paulo.

A PF investiga irregularidades em contratos feitos por meio de dispensa de licitação pela Prefeitura do Recife para a compra de respiradores pulmonares durante a pandemia do novo coronavírus.

Segundo a PF, os mandados foram contra dois servidores da Secretaria de Saúde do Recife e a um empresário.

As investigações apontaram que empresas com débito de cerca de R$ 10 milhões com a União utilizaram uma microempresa fantasma para fechar o contrato com a Prefeitura do Recife, já que organizações com débitos fiscais ou previdenciários não têm autorização para firmar contratos com a administração pública.

Ao ser deflagrada, no fim de maio, a operação cumpriu mandados na casa do secretário de Saúde do Recife, Jailson Correia. Durante as investigações, ele teve o celular apreendido e a Justiça Federal determinou quebra de sigilos dele.

Defesa

Por meio de nota, a defesa do secretário de Saúde do Recife, Jaílson Correia, e dos demais servidores citados na operação informou que “recebeu com surpresa a deflagração da 3ª fase da Operação Apneia e da Operação Balmasqué”.

Sobre a Operação Apneia, o escritório de Ademar Rigueira, informou, ainda, que a “investigação ocorreu por fatos que não geraram nenhum prejuízo aos cofres públicos”.

Além disso, afirmou a defesa, “o teor dos requerimentos da Polícia Federal e do Ministério Público Federal demonstram que, na verdade, a investigação já se encontrava encerrada, pendente apenas de relatório conclusivo”.

Ainda de acordo com os advogados de defesa, foi requerida “desarrazoada prisão temporária do secretário e de outros funcionários da secretaria, com duração de apenas um dia”

O escritório argumentou que o pedido foi “acertadamente indeferido pelo Juízo da 36ª Vara Federal, que considerou se tratar de uma tentativa de condução coercitiva velada, procedimento já declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Em relação à Operação Balmasqué, a defesa disse que ela “baseou-se em conclusões precipitadas da Polícia Federal, pois todos os produtos adquiridos pela secretaria foram efetivamente entregues e os preços praticados foram coerentes com o momento vivido durante a fase mais aguda da pandemia”.

Por fim, os advogados consideram que “as operações só se justificam pelo seu caráter midiático. Curiosamente, coincidem com a iminência do julgamento de Habeas Corpus pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região, marcado para a próxima semana, no qual se discutirá a competência da própria Polícia Federal para conduzir essas investigações”.

Na nota, o escritório reiterou que “seus clientes estão, como sempre estiveram, absolutamente à disposição das autoridades para contribuir com as investigações e esclarecer, com provas, os equívocos precipitadamente considerados”.

Covid-19 em Pernambuco

Pernambuco confirmou, no sábado (25), 1.710 novos casos da Covid-19. Com isso, o total de pessoas infectadas pelo novo coronavírus no estado chegou a 86.752. Além dos novos registros de infectados, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) contabilizou 62 óbitos, elevando o total de mortes a 6.299.

 


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