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Em pouco tempo, a pandemia provocada pelo novo coronavírus
causou mudanças profundas no mercado de trabalho. Embora muitos desses impactos
já sejam visíveis no presente, eles também poderão ecoar no futuro –
especialmente no dos jovens. Um estudo divulgado no último mês de maio pela
Organização Internacional do Trabalho (OIT) revelou que, desde o início da
pandemia, um em cada seis deixou de trabalhar e os que mantiveram o emprego
tiveram uma redução média de 23% nas horas de trabalho. Agora, nesse contexto
de retomada, o retorno e a inserção desse grupo no mercado de trabalho também
será um desafio - isso porque, além de habilidades técnicas, os jovens
precisarão estar com as habilidades socioemocionais em dia.
Para Andréa Carvalho, analista de Educação Profissional do
SENAI Pernambuco, a melhor forma de retornar ao mercado de trabalho é, em
primeiro lugar, buscar as qualificações que as empresas estão procurando - como
é o caso da área de tecnologia. Além disso, investir em cursos
profissionalizantes, por exemplo, pode garantir a aquisição de conhecimentos de
forma mais rápida. “A capacitação sempre abre novas portas e a educação
tecnológica é muito focada no aprender a fazer. Quando você está fazendo um
curso técnico, por exemplo, as empresas - e especialmente as indústrias -
demonstram maior interesse porque estes cursos possuem visão mercadológica”,
opina.
Andréa defende, no entanto, que no cenário pós-pandemia
haverá um interesse maior das empresas pelas habilidades socioemocionais e
comportamentais dos profissionais - especialmente pela resiliência. E ela não está
sozinha. A própria OIT definiu que, devido à pandemia, o tema a ser promovido
no Dia Mundial das Habilidades dos Jovens, celebrado no dia 15 de julho, seria
“Habilidades para uma Juventude Resiliente na Era da COVID-19 e Além”. A
justificativa para isso é que, com a pandemia, o jovem sofreu em diversas
áreas: com a perda do emprego, com a paralisação da sua educação e com
incerteza sobre o futuro.
No ponto de vista de Andréa, a resiliência será importante para que os jovens consigam superar os desafios atuais e para que eles possam se adaptar às mudanças futuras. “O novo normal é focado em comportamentos e isso precisa ser visto pelas instituições de ensino. A principal característica que esse profissional precisará demonstrar é a adaptabilidade, que virou caso de sobrevivência no mundo corporativo. Além disso, criatividade e resiliência. Uma pessoa resiliente consegue focar em soluções, mesmo em um ambiente problemático”, pondera.
Blog do Paixão