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CACIQUE MILLENNIAL: HERDEIRO DE CLÃ DO NORDESTE QUER SER NOME DE NOVA POLÍTICA

 


O candidato à prefeitura do Recife pelo PSB, João Campos, em caminhada pelo bairro Brasília Teimosa, periferia da capital pernambucana. O filho de Eduardo Campos lidera a disputa pelo comando da cidade. Foto: Rafael Bandeira 

Líder de disputa eleitoral em Recife é entusiasta de 'sociedade digital' sem abrir mão da velha tropa de cabos eleitorais

Bruno Góes /Época


O acidente aéreo que matou Eduardo Campos e mudou os rumos da disputa eleitoral em 2014 ano também antecipou a sucessão política dentro de um dos clãs mais tradicionais do Nordeste. O segundo filho do ex-governador, João Campos, que poucos meses antes da morte do pai chegou a abrir mão de disputar uma vaga na Câmara dos Deputados para apaziguar um dissentimento político com a prima, a então vereadora Marília Arraes (PSB), foi alçado ao posto de herdeiro de uma dinastia que comandou Pernambuco por cinco mandatos — Eduardo Campos foi governador entre 2007 e 2014 e Miguel Arraes, bisavô de João, por três vezes entre os anos 1960 e 1990.

Após a morte do pai, João tomou as rédeas da política dentro de casa, isolou a prima, anulou a investida do irmão de seu pai Antônio Campos, o Tonca, que tentou cacifar como sucessor do clã, e abriu caminho para a continuidade da dinastia familiar em Pernambuco. Dois anos depois de afastar os desafetos, ele foi eleito o deputado federal mais votado de Pernambuco, com 460 mil votos e caminha para conquistar a prefeitura de Recife. Na última pesquisa Datafolha, divulgada na quinta-feira, 22, João Campos aparece em primeiro lugar com 31% das intenções de voto, seguido por Marília Arraes (PT), 18%, Delegada Patrícia Domingos (Podemos), 16%, e Mendonça Filho (DEM), 15%. 

Entre um programa e outro na TV, João Campos, que namora a colega de Congresso Tabata Amaral (PDT-SP), se vende como um “prefeito da nova geração”, como um jovem que mira o “futuro”, um entusiasta de uma “sociedade digital”. Logo no início do documento oficial que traz as propostas de governo, o candidato faz considerações sobre o “Recife 4.0”, cidade que deve ser adaptada à quarta revolução industrial. O apelo à juventude destacada pela campanha, entretanto, por vezes sucumbe à política tradicional. Entre os gastos declarados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), João Campos investiu, até agora, R$ 3,7 milhões. Entre os principais gastos estão “atividades de militância”. São os velhos cabos eleitorais, remunerados por R$ 300, R$ 400, R$ 900 ou até R$ 1.800 para entregar panfletos, balançar bandeiras ou segurar placas.

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