Por Folha de Pernambuco
Cresce
ocupação de leitos de enfermaria e de UTI para a Covid-19 na rede pública em
Pernambuco
Em 18 de outubro, taxa de
ocupação de enfermarias era de 38%. Nesta terça (27), chegou a 46%. Nas UTIs,
havia doentes em 65% dos leitos, na quarta (21), e em 75%, nesta terça.
Por Arline Lins e Monica Silveira, TV Globo e G1 PE
Curva de ocupação de leitos dedicados à Covid-19
volta a crescer em Pernambuco — Foto: Reprodução/TV Globo
A ocupação de leitos para pacientes com a Covid-19
teve aumento em Pernambuco. Um levantamento feito pela TV Globo mostra
que há, atualmente, mais doentes em enfermarias e em Unidades de Terapia
Intensiva (UTIs) públicas do que há uma semana.
Pernambuco tem, hoje, 933 leitos de enfermaria e
785 de UTI na rede pública, de acordo com o estado. Segundo análise de dados
publicados nos boletins da Covid-19 pelo governo, no domingo (18), a taxa de
ocupação das enfermarias era de 38%.
O documento divulgado pelo governo, na segunda
(26), apontou que a ocupação desse tipo de leito chegou a 45%. Nesta terça
(27), havia doentes em 46% das vagas, conforme o estado.
Nas UTIs, o aumento foi registrado desde a
quarta-feira (21). Naquele dia, aponta o levantamento da TV Globo,
a taxa de ocupação era de 65%.
No último boletim, de segunda, havia pacientes em 72% das vagas para esse tipo de tratamento. Nesta terça, a taxa atingiu a casa de 75%, segundo o estado.
Nesta terça, o governo divulgou a taxa de ocupação
de leitos da rede privada. Após uma reunião entre o secretário estadual de
Saúde, André Longo, e representantes dos hospitais particulares, no Recife, o
estado informou que há 132 enfermarias para a Covid-19 e uma ocupação de 21%.
Também são disponibilizadas 202 UTIs e 74% delas estavam ocupadas.
Depois da reunião, o presidente do Sindicato dos
Hospitais de Pernambuco, Sindihospe, George Trigueiro, afirmou que as pessoas
“estão procurando mais as emergências dos hospitais do que antes, quando
estavam com mais medo”.
Segundo ele, no início da pandemia, as pessoas
foram orientadas ficar em casa e só procurar unidades de saúde em caso de falta
de ar.
"Agora, as pessoas estão com a orientação de
ir para a urgência em caso de qualquer sintoma respiratório. As unidades da
rede particular estão recebendo mais gente nas emergências", declarou.
Sobre possíveis motivações para essa maior
incidência de pessoas com algum sintoma em busca de hospitais, George apontou
algumas questões.
"As pessoas estão se aglomerando.Teve feriado
e convenções partidárias. Também houve politização da doença, como está
acontecendo agora com a vacina", disse.
Governo
Por meio de nota, o governo fez um balanço da
reunião com os representantes dos hospitais. O estado apontou que a taxa global
de ocupação da rede pública atual é de 59%, “mantendo uma tendência de
estabilidade desde o pico da pandemia”.
Ainda de acordo como estado, o Sindhospe informou
que os serviços particulares “estão operando dentro da normalidade, inclusive
com desmobilização de leitos para o novo coronavírus e a retomada da
assistência das outras patologias que ficaram reprimidas no período mais
crítico do isolamento social”.
Segundo a nota do estado, o sindicato afirmou que,
“diferentemente do que vem circulando em mensagens nas mídias sociais, não
houve superlotação dos leitos hospitalares”.
Na reunião, o secretário estadual de Saúde, André
Longo, disse que solicitou ao Sindhospe para que as unidades particulares
mantenham a Central de Regulação do Estado atualizada sobre as vagas
disponibilizadas para os casos suspeitos e confirmados e as respectivas taxas
de ocupação.
"Nessa reunião, ficou muito claro que não há
nenhum tipo de superlotação nessas unidades privadas. Alguns desses hospitais
relataram uma procura maior de casos leves, que nem sempre têm relação com a
Covid-19 e nem sempre geram internamento. Não houve um crescimento
significativo nas taxas de ocupação nem na rede pública nem também na rede
privada", afirmou André Longo.
O governo afirmou, ainda, que a "possibilidade
de aumento nas internações" pode ter relação com o feriadão de Nossa
Senhora Aparecida, em 12 de outubro.
"A gente reforça a necessidade do cuidado,
porque uma coisa que se cogitou, nessa reunião, é a possibilidade de que esse
aumento na procura de casos leves tenha relação com o feriadão do dia 12 de
outubro, onde as pessoas se expuseram mais. É preciso, então, reforçar as
medidas sanitárias, buscar o cuidado sempre que for sair de casa",
declarou Longo
Evolução
Nesta terça, o governo de Pernambuco informou que,
diante das as análises epidemiológicas das últimas semanas, foi observado “um
leve aumento de 1,1% nas suspeitas de casos leves, nos últimos 15 dias”.
Em relação aos casos graves, a Secretaria de Saúde
informou que houve “quedas sucessivas nas ocorrências, como também dos óbitos”.
O estado disse que, diante desse quadro, mais de
1,5 mil leitos foram desativados. Segundo a secretaria, a rede de saúde
“continua com capacidade de mobilização para, se necessário, retomar leitos
para assistência à Covid-19.
Boletim
Nesta terça, Pernambuco totalizou 160.354 casos confirmados da Covid-19
e 8.575 mortes provocadas pela doença. O estado chegou a
esses números, que começaram a ser contabilizados em março, após registrar, nesta
terça-feira (27), mais 878 infectados e 11 óbitos por causa do novo coronavírus.
Desde o início da pandemia, Pernambuco registrou
mais de 160 mil infectados pelo novo coronavírus. Também foram notificadas,
desde março, mais de 8.500 mortes.
Blog do Paixão