Foram emitidos dez mandados de prisão e 13 de busca e apreensão em
cidades de PE e CE. Segundo PF, parte dos pagamentos do garimpo eram feitos com
verbas da prefeitura de Serrita.
Por G1 PE
Dinheiro
do garimpo era utilizado para compra de veículos e outras atividades de
"aparente legalidade", segundo a PF — Foto: Polícia Federal/Divulgação
Três policiais militares e o vice-prefeito de Serrita, no Sertão de Pernambuco, foram presos durante a operação Frígia, da Polícia Federal (PF), deflagrada nesta terça-feira (27) para combater uma organização criminosa que atuava com garimpo ilegal no Sertão de Pernambuco. Além dos três PMs, um policial federal foi afastado das funções (veja vídeo acima).
O G1 tentou contato por telefone com a prefeitura e
com o vice-prefeito, mas não obteve retorno até a última atualização desta
reportagem. A Polícia Militar de Pernambuco informou, em nota, que não foi
notificada oficialmente e que, quando for, "tomará as medidas legais
cabíveis".
De acordo com a PF, a organização criminosa extraía minérios em terrenos públicos e particulares na Zona Rural de Verdejante, em Pernambuco, e, por fim, comercializava o ouro. O Ministério Público Federal, que também participou da operação, informou que os investigados realizavam desde a extração da pedra bruta in natura até a venda do produto a receptadores no Recife e em Juazeiro do Norte (CE).
O dinheiro da venda
era usado com “aparência de legalidade”, segundo a polícia, com a compra de
veículos e de outros atos que configuram lavagem de dinheiro.
As investigações
também constataram que alguns dos pagamentos pelos serviços feitos pelo garimpo
eram realizados através de verbas da prefeitura de Serrita.
Ao todo, foram
expedidos dez mandados de prisão e outros 13 de busca e apreensão nas cidades
de Serrita, São José do Belmonte e Igarassu, em Pernambuco, e em Juazeiro do Norte e Jardim, no Ceará. Segundo a PF, há indícios de que
agentes públicos e particulares, financiadores, refinadores de minério e
receptadores fazem parte da organização.
Ao todo, 57 policiais federais participaram da operação, que foi o resultado de uma investigação feita em parceria entre a delegacia de Salgueiro e o Ministério Público Federal.
Garimpo ilegal era
feito no Sertão de Pernambuco, segundo PF — Foto: Polícia Federal/Divulgação
Segundo a PF, estão
sendo investigados os crimes de usurpação de bens da União, lavagem de
dinheiro, crime ambiental e organização criminosa. As penas dos crimes
ultrapassam os 20 anos de reclusão, além de multa.
"As evidências colhidas nesta etapa da Operação Frígia serão analisadas pelo MPF e pela PF, na continuidade das investigações sobre o caso, para posterior adoção das medidas cabíveis", informou o Ministério Público Federal, em nota.
Blog do Paixão