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Com matadouro público fechado, marchantes confessam recorrer à clandestinidade em Petrolina

Em agosto, a prefeitura assinou o contrato de concessão com a empresa que venceu a licitação e anunciou a volta ao funcionamento a partir de setembro, mas isso não aconteceu. 

Por G1 Petrolina


Gilberto está abatendo um boi por semana na clandestinidade — Foto: Reprodução/ TV Grande Rio

O Matadouro Público continua fechado em Petrolina, no Sertão de Pernambuco. O local entrou em reforma em 2017. Desde então, a data de reinauguração foi adiada várias vezes. Em agosto, a prefeitura assinou o contrato de concessão com a empresa que venceu a licitação e anunciou a volta ao funcionamento a partir de setembro, mas isso não aconteceu.

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O machante Gilberto Castro tem 45 anos de profissão, ele nunca recorreu à clandestinidade, mas ultimamente disse que não está vendo outra alternativa. Está abatendo um boi por semana e o bode está trazendo da propriedade dele que fica em Casa Nova, na Bahia.

“Esses bodinhos que estão aqui, eu trago de uma fazenda minha que eu tenho na cidade de Casa Nova, 12 km da cidade. E um boi que estou trazendo por semana de Zé Cicero. Estou pegando de lá justamente pra não fechar tudo. Porque um comércio que eu tenho dentro de Petrolina, aqui no Gercino Coelho, na Cohab Massangano, no Ouro Preto. E hoje quem matava 10 a 12 bois, estou abatendo um boi.Tô abatendo um boi e está vindo clandestino, eu não nego pra ninguém na minha vida, porque o gato que vem gelado de outros abatedouros de fora de uns cidadãos de Petrolina que estão fornecendo bois está caro demais”. 

Gilberto diz que se sente frustrado em relação ao matadouro público de Petrolina. Mesmo sem inauguração oficial, ele diz que chegou a abater alguns animais no novo espaço, em outubro, e possui os comprovantes. “Eu chorei, no dia que chegou a ordem que estava suspenso o matadouro”.

Em agosto, a Prefeitura de Petrolina assinou o contrato de concessão pra administração do abatedouro público do município. A empresa ‘Equipeabate’ venceu a concorrência. Mas, em setembro a 8ª vara da Justiça Federal concedeu liminar para interromper a retomada das atividades no antigo prédio às margens do Rio São Francisco e em área com muitas residências. A decisão foi revogada pelo Tribunal Regional Federal que liberou a conclusão da obra. A reforma foi concluída mas para voltar a funcionar ainda é preciso fazer uma perícia no local.

A grande crítica da maioria dos marchantes é em relação à taxa cobrada para abater o bode do matadouro de Petrolina. Hoje o valor cobrado é de R$27 por animal. Segundo os marchantes o imposto é alto e prejudica o trabalhador e quem consome a carne. “O bode hoje está de R$25 a R$24, quando o matadouro reabrir e começar a funcionar, o bode tem que ser vendido na média de R$29 ou R$30. O consumidor vai ficar difícil”, explica o marchante Luiz Fernandes.

Maria das Dores compra sempre carne de bode na feira do José e Maria. A aposentada diz que ficaria mais tranquila se o matadouro público estivesse funcionando. “Espero que saia logo pra ver se vem uma melhora pra carne”.

A agricultora Maria Elisa da Cruz também espera que o matadouro volte a funcionar pra que o consumidor tenha acesso à carne de origem segura. “Se tivesse o abatedouro era melhor, do que a gente comprar de origem clandestina, que a gente não sabe né? Mas a gente compra de uma pessoa que a gente conhece. Se tivesse o abatedouro era melhor”.

O Matadouro de Petrolina fechou em 2017. O Governo Municipal iniciou a requalificação em janeiro de 2018. A previsão é que tudo ficasse pronto em julho do mesmo ano. Já foram investidos cerca de 2 milhões de reais na modernização e implantação de equipamentos.

A prefeitura informou em nota que o abatedouro não chegou a funcionar. Apenas foram testados os equipamentos e os funcionários foram treinados. O município informou também que nas próximas semanas, a nova concessionária montará a infraestrutura, logística e equipe de trabalho para começar a operação de abate de animais atendendo todos os critérios dos órgãos fiscalizadores federais, estaduais e municipais.

  

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