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História de Araripina: Somente quem viveu sabe


Era desse jeito. Foto: Reprodução

*Geoanalde Elhember

Varrendo a internet me deparei com esta imagem e, voltei no tempo, ano de 1979 quando meu pai, João Evangelista, comprou um aparelho de TV preto e branco, uma antena de aproximadamente dois metros de comprimento, dois receptores de sinal amplimatic e um cornversor. Tudo isso somado a duas varas de cano de ferro de 6 metros cada e alguns rolos de ateme para travar a danada. O movimento da TV havia começado em 1970 mas, em Lagoa do Barro, graças ao bom inverno do ano citado acima, Lista, Nelsom Pereira e Zé Bihum adquiriram os aparelhos que se tornaram a sensação do momento.

Zezinho da eletrônica veio instalar a antena e, já juntava uma grande quantidade de pessoas admiradas com o tal aparelho e, alguns comentavam que Lista, Nelson e Zá Bihum estavam ricos pois, haviam comprado uma televisão. Risos!

Para que se tenha uma ideia, passava a novela Pai Herói, Globo de Ouro, Sessão da Tarde... e, a sala estava sempre cheia e em aproximadamente dois meses dois sofás e um conjunto de cadeiras se acabaram. Além dos apetrechos de casa, era comum ver gente sentada no piso e na janela de forma a lotar e, para melhorar ainda mais a situação, papai foi à sede da cidade no dia da feira e trouxe uma tela com rajas coloridas que dava a impressão que a televisão era em cores.

Quando era domingo, os filmes traziam para nossa casa uma gama de crianças e jovens que não podiam perder de forma alguma o Zorro e suas peripécias com seu famoso cavalo preto Tornado.

Vivi tudo aquilo e achava interessante, pois, meu avô Telésforo contava que quando adquiriu o primeiro rádio, muitas pessoas vinha de Nascente, Gergelim e alguns povoados do vizinho estado do Piauí somente para ouvir o rádio a válvulas que pegava estações de São Paulo, Rio, Brasilia, Salvador... e, rádios internacionais.

Ah, quanta saudade. Hoje, as TVs são coloridas de plasma, de led mas, praticamente em cada uma moradia tem um aparelho e o povo não se reúne para tal finalidade.

A imagem não é de nossa casa, mas, me levou de volta a minha Lagoa do Barro e me fez viajar em um rio de saudades.

Ou seria uma Lagoa de saudades? 

*Geonaldes Elhemberg (Pepêta) é poeta, professor de História, Contador de História e atual Secretário de Cultura do Município de Araripina. 

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