Foto: Carlos Chagas examina a menina Rita, em Lassance, Minas Gerais, uma das primeiras pacientes diagnosticadas com a doença de Chagas.
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onsiderada
uma das maiores injustiças da história da premiação, a derrota do médico
brasileiro foi promovida pelo boicote de seus próprios conterrâneos.
Carlos Chagas é um dos maiores médicos e pesquisadores da história do Brasil e do mundo. Aluno do grande sanitarista Oswaldo Cruz, Chagas foi responsável pelo controle de várias epidemias no país e ajudou a consolidar o sistema público de saúde. Mas, seu maior feito ocorreu no início do século XX, quando viajou para Lassance, em Minas Gerais, para controlar um surto de Malária, que ocorria na pequena cidade.
Lá, o médico teve
contato com outras doenças. Em uma de suas experiências, após analisar sangue
retirado de um pequeno macaco, descobriu um novo tipo de microorganismo, o qual
nomeou de Trypanosoma Cruzy (em homenagem ao seu mestre Oswaldo Cruz).
Intrigado
com a descoberta, Carlos passou a investigar cientificamente a constatação , e
em tempo recorde descreveu: o agente causador, o vetor(barbeiro), os
hospedeiros, as manifestações clínicas e a epidemiologia, se tornando o
primeiro médico da história da Ciência a descrever o ciclo completo de uma
doença. A enfermidade recebeu o nome de Chagas.
O feito caiu como uma bomba sobre a comunidade científica da
época. Seu trabalho foi lido por milhares de cientistas conceituados em todo o
mundo.
E em 1913 recebeu sua primeira indicação ao Prêmio Nobel, com
grandes chances de levar a cobiçada medalha.
Porém, Chagas foi
boicotado por parte da comunidade científica brasileira, que achava impossível
alguém realizar um feito como o dele. Alguns cientistas até chegaram a publicar
artigos desmentindo a doença e tentando descredibilizar o pesquisador. O que
gerou um desconforto com a comunidade internacional que decidiu realizar uma
escolha mais segura. O prêmio, então, foi para o Francês Charles R. Richet,
muito competente, mas com pesquisa considerada bem aquém do trabalho do
brasileiro.
Até
hoje, a perda do Nobel de Chagas é considerada a maior injustiça da história da
premiação.
O brasileiro recebeu uma outra indicação em 1921, também foi
titulado como Doutor Honoris Causa por Harvard e Universidade de Paris.
Foto – Fundação Oswaldo Cruz
Iconografia da História
Referências:
Blog do Paixão