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Opinião: Recife continua uma Biafra


Por Magno Martins / Foto: Reprodução

E

m janeiro de 1970, a guerra civil na Nigéria, um dos países mais pobres do mundo, finalmente terminou. O conflito foi travado com a arma da fome e abalou o mundo, muitos alemães se manifestaram contra a Guerra do Biafra e *Biafra acabou virando sinônimo de miséria, de uma chaga social terrível que enche nossos olhos de lágrimas. Próximo a completar seu primeiro ano de mandato, o prefeito João Campos (PSB) não conseguiu avançar em políticas transformadoras da face oculta da Biafra recifense.


Foto: Reprodução


Moradores de rua continuam sem tratamento social acolhedor. Basta dar uma passadinha na Rua do Imperador, transformada na Venezuela nordestina, com centenas de famílias abandonadas morando em barracas de papelão improvisadas. Mas João deve estar, a esta altura, debruçado, na companhia de marqueteiros, em cima de uma campanha midiática para incutir na população a ideia de que é o rei da cocada preta e que seu Governo é uma Brastemp.

Não acredite! Você deve se deparar com um filmete recheado de factoides. Recife continua a mesma Biafra que Geraldo, antecessor e tutor político de João, batizou, desavergonhadamente, de “Capital do Nordeste”. Só se for do abandono, do retrocesso, da miséria, dos engarrafamentos, da sujeira, de um panorama débil e penoso.

O que mudou no Recife? Sob o olhar da limpeza, absolutamente nada. Dá vergonha andar na cidade, especialmente nos bairros mais pobres, longe dos refletores formadores de opinião, onde habitacionais rastejam, morros sem obras estruturadoras, palafitas crescendo, nada para transformar a face africana. Que obra ou projeto de infraestrutura saiu do papel e chegou aos olhos dos recifenses, através da Câmara de Vereadores, para debate?

Recife continua imbatível como campeã em pior trânsito do País, com uma mãozinha dada pelo prefeito na medida em que reduz o espaço dos automóveis para abrir vias de ciclistas em ruas já historicamente estranguladas. Cadê as centenas de creches prometidas? Milhares de mães continuam sacrificando empregos porque não têm com quem deixar seus filhos.

Cartão postal na era Jarbas, o Bairro do Recife continua às moscas, igualmente o centro da cidade sem o prometido projeto de revitalização. Os canais, como o do Arruda, uma podridão. Falta água nas comunidades, o transporte público continua caro e de péssima qualidade. O prefeito comemorou uma classificação bizarra no ranking da Transparência Brasil, mas até agora não deu um pio nas razões que levaram a Polícia Federal a promover sete operações na gestão de Geraldo Covidão, recorde nacional em investigações de dinheiro público da União remetido ao município para salvar vidas ameaçadas pela covid-19.

Também outrora orgulhoso cartão de visitas, a praia de Boa Viagem é uma vergonha, suja, abandonada, sem vida nem atrativos para os turistas, principalmente no período noturno quando vira um verdadeiro cemitério, diferente das orlas de Fortaleza, Salvador e Maceió. Não precisa ir muito longe. Na vizinha João Pessoa, Tambaú é uma festa.

Por fim, a única ação visível de João foi se promover como gestor eficiente em cima do programa de imunização contra a covid, através de lotes de vacinas enviadas pelo Governo Federal, além de um auxílio para micro empreendedores sem um acompanhamento técnico e duradouro, porque não consegue se desvencilhar no viés político, da instrumentalização do cargo para tirar dividendos eleitorais.

Exemplos de avanços – Recife paga o preço do isolamento político e da inexistência de um modelo administrativo confiável. Alguém pode perguntar por que Jaboatão, Caruaru e Petrolina fizeram o diferencial nos últimos anos enquanto Recife não conseguiu destaque? Jaboatão, na RMR, apesar dos seus latentes contrastes sociais, tem realizações, com prêmios internacionais. Caruaru também andou para frente e Petrolina virou, nos últimos anos, o maior canteiro de obras do Estado.


Foto: Reprodução

Meritocracia ao inverso – Ainda está bem presente na mente dos recifenses, na propaganda eleitoral passada, o discurso do então candidato a prefeito do Recife, João Campos, falando numa tal meritocracia, dando como exemplo o fato de, eleito deputado federal, ter feito seleção pública na contratação de servidores para o seu gabinete. Eleito prefeito, nomeou filhos de políticos para a sua equipe e acomodou parentes fazendo a política do nepotismo cruzado. O governador Paulo Câmara já havia nomeado Maria Eduarda, sua irmã, diretora da Perpart e, na semana passada, Pedro, também irmão, virou o todo poderoso chefe de projetos especiais da Secretaria de Planejamento.


Foto: Reprodução


Manda quem pode!
 – No último sábado, postei neste blog, com exclusividade, que ao ser nomeado chefe de projetos especiais do Governo do Estado, Pedro Campos, que batizei de dente de leite do projeto ambicioso da família Campos, irá gerir uma fatia orçamentária de R$ 5 bilhões até abril, quando deve se afastar para disputar um mandato de deputado federal. Desse montante, com o seu crivo, sairão as verbas para todas as obras pendentes no Estado, desde uma simples pavimentação de uma rua a um projeto de infraestrutura viária ou hídrica.

Governador – Na prática, o governador de fato, na gestão dos R$ 5 bilhões, será o candidato mirim da capitania hereditária. Pedro, não o Simão, que negou Cristo por três vezes, mas sim o Campos, não negará um tostão do bolão que estará em suas mãos para gerir aos que, evidentemente, tiverem a oferecer o que ele precisa: votos. Quer sair das urnas em 2022 como o deputado federal mais votado do Estado.

O mundo mudou – O que apurei, em reserva, é que o prefeito João Campos não está gostando nem um tiquinho da grande visibilidade que o irmão Pedro está ganhando. Não esperava que, dentro do próprio clã, aparecesse, não mais que de repente, como diz o poeta, alguém para roubar um pouco da pouca luz que tem hoje. Enganou-se João, o príncipe!  Apesar dos sonhos e da megalomania de sua Tabata, o mundo não gira mais absolutamente e unicamente em torno dele.

Definição de Biafra no dicionário inglês

A definição de Biafra no dicionário é uma região de E Nigéria, anteriormente uma região de governo local: se separou como uma república independente durante a Guerra Civil, mas derrotada pelas forças do governo da Nigéria 

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