A Rua Velha e o Distrito de Morais como marco na História de Araripina

Por Everaldo Paixão

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 Rua Velha no Distrito do Morais, em Araripina, Sertão do Pernambuco, ganhou nova identidade e foi restaurada dando agora ares de um verdadeiro centro histórico, para um lugar que foi Fazenda, além do principal distrito quando o Município de Araripina se emancipava em 1928. 

Morais é um distrito do município de Araripina, no estado de Pernambuco. Fica a 12 quilômetros da sede. Foi o primeiro distrito do município, após a separação do município de Ouricuri, ou seja, o mais antigo. Tem uma população em torno de mais de 5 mil habitantes. Destaca-se na indústria do gesso, sendo o distrito com o maior número de empresas do ramo do município que é responsável por 95% da produção nacional e com as maiores reservas da matéria-prima.

Minas de Gesso no Distrito do Morais. Fotos: Everaldo Paixão

O distrito de Morais existe há mais ou menos 117 anos, desde a chegada dos primeiros habitantes. Morais (Antiga Fazenda Morais) e Vila São Gonçalo pertenciam ao município de Ouricuri. Até que no dia 11/09/1928, São Gonçalo passou a ser Cidade e o Morais passou a pertencer ao município de São Gonçalo. Desde aí várias mudanças políticas ocorreram, tornando assim São Gonçalo a se chamar Araripina. E o município ser composto apenas por Araripina e Morais. Só mais tarde com o desenvolvimento de Araripina, agregaram-se ao município, o Distrito de Nascente, Gergelim, Lagoa do Barro e Bom Jardim. Ficam assim, oficialmente, formado por cinco distritos e a cidade.

Igreja do Bom Jesus. Arquitetura de 1947. Fotos: Everaldo Paixão

Pelo fato do Morais ser o primeiro distrito de Araripina, cresceu muito e atraiu moradores dos lugares vizinhos. Além disso é o único dos cinco distritos que é cortado pela BR 316, que dá acesso a todas as cidades do país. Se tornando muito reconhecido por caminhoneiros e motoristas de ônibus, que sempre param por lá para pegar cargas, almoçar ou simplesmente coletar passageiros.

Para a população de pouco mais de 5.000 habitantes, o distrito possui duas escolas: a Escola Dionísio Bom de Oliveira – Municipal e a Escola Moisés Bom de Oliveira – Estadual.

Os Festejos do Bom Jesus acontecem no mês de Agosto com novenário e festa popular, assim como os festejos de Nossa Senhora de Fátima que acontecem no mês de maio. A religiosidade tem sido também marcante para a comunidade do distrito e as Igrejas do Bom Jesus, fundada em 1947, a capela de Nossa Senhora de Fátima, além da Assembleia de Deus, Congregação Cristã, são o retrato da diversidade religiosa.

Os sítios Ventania, Tamanduá, Ramalhete, Sangradouro, Oliveira, Batinga, Santo Antônio, Pau D’arco, além da Chapada do Ramalhete e Serra do Morais, são as sub-localidades que dependem de todos os serviços prestados ao Distrito.

História

Fotos do Distrito do Morais. Fotos: Everaldo Paixão

A Fazenda Morais, de grande extensão, era ocupada por mais de cinco dezenas de possuidores e Antonio Bom de Oliveira foi um dos seus principais representantes.

Francisco da Rosa Muniz, então prefeito de Araripina em 1932, nomeiou Boaventura Neves de Oliveira Juiz de Casamentos Civis do Distrito de Morais e Iraci Idocelino de Oliveira foi nomeada professora municipal no Distrito em 1935 pelo então prefeito José Deodato Santiago (Zé Bringel).

Em 1937, na segunda administração de Joaquim Alexandre Arraes, Rosa Amélia da Conceição era nomeada para reger interinamente a Escola 13 de Maio, no Distrito de Morais.

Como a própria história, a Fazenda Morais, o atual Distrito de Morais, com a sua Rua Velha e antiga, de casarões com arquitetura milenar, já simboliza os principais traços e passos dados para o que hoje Araripina, a Princesa do Sertão Araripeano, representa para a Região do Araripe, para o Estado e para o Brasil.

Casarões da Rua Velha do Distrito de Morais, considerado centro histórico, restaurado pela prefeitura municipal de Araripina. Fotos: Everaldo Paixão