O paciente, que é
vacinado, está em isolamento e cumpre quarentena em casa. Os órgãos de saúde
estadual e municipal estão monitoramento o caso. Ministro Queiroga disse neste
domingo que 'cuidados com essa variante são os mesmos' já recomendados para
outras cepas.
Por Bruno Tavares, TV Globo e g1
SP — São Paulo
Teste de Covid-19 — Foto: Divulgação
A |
Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa) informou neste domingo (28) que um passageiro brasileiro com passagem
pela África do Sul e que desembarcou em Guarulhos, na Grande São Paulo, testou
positivo para a Covid-19.
Não
há confirmação se o caso é da variante ômicron. O paciente, que já
está em isolamento, é vacinado, segundo a agência. É um homem, de 29 anos,
morador de Guarulhos, que está em casa e tem apenas sintomas leves da doença.
“A Agência fiscaliza e exige, por força de portaria interministerial, que o viajante apresente exame PCR negativo para Covid-19 realizado em, no máximo, 72 horas antes do voo internacional (na origem do voo)”, diz a nota da Anvisa. Em nota, o Ministério da Saúde ressaltou que "não foi identificado nenhum caso confirmado da variante B1.1.529 [a ômicron] no Brasil" e informou que o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS) do estado de São Paulo também realiza o rastreamento e monitoramento dos outros passageiros e tripulantes do voo.
Em vídeo publicado neste domingo em
seu perfil no Instagram, o ministro Marcelo Queiroga reafirmou
que é uma "variante de preocupação, mas não é uma variante de desespero",
como já havia falado no sábado (27). "Gostaria de tranquilizar todos os
brasileiros porque os cuidados com essa variante são os mesmos cuidados com as
outras variantes. A principal arma para enfrentar essas situações é nossa
campanha de imunização."
Estado de saúde do passageiro
O passageiro em questão chegou ao Brasil com
teste negativo, assintomático e, após sua chegada, às 21h12 do sábado, a Anvisa
foi informada sobre o resultado positivo de um novo teste de RT-PCR, realizado
pelo laboratório localizado no Aeroporto de Guarulhos.
“Diante do resultado, a Agência
notificou o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS)
nacional, estadual e municipal, às 1h07 do dia 28/11. A Vigilância
epidemiológica do Município de Guarulhos também foi acionada para
acompanhamento do caso”, diz a nota da Anvisa.
O paciente está em isolamento e cumpre
quarentena em casa, e os órgãos de saúde estadual e municipal passam a fazer o
monitoramento do caso, que também é acompanhado pelo Ministério da Saúde. O
sequenciamento genético para a identificação da cepa do vírus está sendo feito
pelo Instituto Adolfo Lutz, e a previsão é que a análise fique pronta em até
cinco dias.
O Centro
de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde do Estado de São Paulo
(CIEVS) diz que acompanha e auxilia nas investigações de todas as variantes que
causam preocupação, tais como alpha, beta, gama, delta e ômicron.
A partir desta segunda (29), o Brasil
vai fechar as fronteiras aéreas para passageiros vindos de seis países do Sul
da África.
O voo, da companhia Ethiopian
Airlines, foi o único vindo do continente africano no sábado para o Aeroporto
Internacional de Guarulhos e não há previsão de novos voos para este domingo.
Controle na capital
A Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo
anunciou na sexta (26) um novo
monitoramento das cepas do coronavírus em circulação na capital paulista em
parceria com o Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo (USP).
Antes, o sistema de monitoramento de variantes da Covid-19 era conduzido
majoritariamente pelo Instituto Butantan.
O novo acompanhamento, que deve ter início nesta semana, é uma estratégia epidemiológica diante da descoberta da variante ômicron, detectada na África do Sul e que já chegou a quatro continentes. Ainda não se sabe se ela é mais transmissível ou mais letal. A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que precisará de semanas para compreender melhor o comportamento da variante.
De
acordo com o secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido, qualquer outra
medida de resposta à possível chegada da nova variante ao Brasil não pode ser
tomada ainda por conta da escassez de informações sobre ela. Os técnicos da
secretaria devem ter uma nova reunião na segunda-feira (29) para decidir quais
medidas devem ser adotadas no âmbito da Vigilância Epidemiológica municipal.
“Nosso pessoal já conversou hoje com o
Instituto de Medicina Tropical, vamos enviar as amostras a partir da semana que
vem”, disse Aparecido.
De acordo com o secretário, os
sequenciamentos serão feitos em um esquema parecido com o que foi adotado para
detectar a variante delta. A diferença é que, no caso da delta, a parceria foi
feita com o Instituto Butantan, ligado à Secretaria Estadual da Saúde.
Blog do Paixão