Joel
Paviotti / Iconografia da História
E |
m 1646, na pequena
vila de Tejucupapo, localizada na Capitania de Pernambuco, ocorreu um fato
notório que marcou a história da região. Durante o início do século XVI,
embarcações holandesas invadiram regiões da América Portuguesa (posteriormente
Brasil) e se estabeleceram em terras pernambucanas.
Durante a década
de 1545, a população local, com apoio da coroa portuguesa, se organizou para
expulsar os invasores. Após muitas batalhas, os holandeses foram expulsos, mas
alguns destacamentos de soldados flamengos, alçados ao mar, em embarcações
médias e tomados pela fome, passaram a andar pela costa pernambucana a fim de
encontrar alimentos.
Tejucupapo foi o
lugar escolhido para ser saqueado por 600 desses homens, os quais, após um
estudo sobre o lugar, resolveram atacar a cidade em um domingo, pois era o dia
em que a maioria dos homens ia até o Recife para comercializar farinha de trigo
e caju. Eles imaginaram que com apenas mulheres no local, o saque seria fácil.
Ledo engano!
Segundo a
historiografia, no dia do ataque dos holandeses, algumas mulheres que colhiam
frutos avistaram as embarcações holandesas logo cedo, o que permitiu avisar as
outras moradoras. Foi então que Maria Camarão, Maria Quitéria, Maria Clara e
Joaquina organizaram uma ação para enfrentar os invasores. Junto com os poucos
homens que estavam na aldeia, crianças e uma imensa maioria de mulheres, o
grupo planejou a resistência armada contra os 600 holandeses. Como armas de
fogo eram raras e havia poucas espadas disponíveis, as mulheres cozinharam pimentas
dedo de moça em água fervente e se esconderam entre as árvores. Enquanto homens
e crianças atiravam pedras, paus e tiros nos invasores, os quais fugiam para
dentro do matagal, as mulheres os esperavam com a mistura fervente. Com as
panelas em mãos, jogavam as pimentas no rosto dos algozes, causando dor tão
intensa que provocava desorientação, facilitando o abatimento do inimigo com
facas.
No fim do dia, 300
cadáveres de holandeses estavam estirados em solo pernambucano. O resto fugiu,
após observar a enrascada que entraram ao desafiar as mulheres pernambucanas
Imagem – Tereza
Costa Rêgo
Referências:
www.portalabrace.org ›
textosPDF
Luciana de Fatima
Rocha Pereira de Lyra – Heroinas de Tejucupapo … – Portal ABRACE
http://www.unicap.br/…/10/21/as-heroinas-de-tejucupapo/
Blog do Paixão