Por Adriana de Paula /
Iconografia da História
U |
m decreto
de 24 de fevereiro de 1932 instituiu o voto secreto, o voto feminino, o sistema
de representação proporcional em dois turnos e criou a Justiça Eleitoral. Nesse
momento, nascia o primeiro Código Eleitoral do Brasil e também o desejo de
criar uma “máquina de votar”. Esse desejo só seria realizado em 1996, momento
em que aconteceu no país a primeira eleição com urna eletrônica.
Durante o período em que a cédula de papel foi utilizada várias
notícias de fraude vieram à tona. Desse modo, havia a ideia de que um sistema
mecânico tornaria a eleição mais confiável e mais rápida, diminuindo a
intervenção humana no resultado da eleição.
Funcionário faz manutenção da urna de madeira em 1958.
Até as eleições municipais de 1996, quando as urnas eletrônicas foram
usadas pela primeira vez, diversas tentativas foram feitas para que os
resultados dar urnas fossem confiáveis e qualquer questionamento sobre a
transparência do processo fosse apagada.
Em 1952, o Tribunal Superior Eleitoral comprou aparelhos fabricados nos
Estados Unidos para realizar testes. A iniciativa era mais uma tentativa de
implantar as “máquinas de votar” e agilizar o processo de apuração dos votos e
coibir as fraudes e os erros.
O custo elevado da tecnologia importada adiou o projeto de implantação
das máquinas de votar, mas algumas medidas começaram a ser implantadas para dar
mais credibilidade ao processo eleitoral.
Mulheres trabalham na apuração dos votos das eleições de 1978, em São Paulo.
Em 1955, foi instituída uma cédula eleitoral única. Antes disso, as
cédulas eram impressas e distribuídas pelos próprios candidatos, o que
favorecia as fraudes e os erros na contagem de votos.
Em 1995, teve início o processo de implantação da urna eletrônica. Cerca
de 20 projetos de entidades públicas e privadas entraram na concorrência para
produzir o equipamento, mas o projeto desenvolvido por um grupo técnico formado
por engenheiros do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), do Centro
de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CpqD), do Exército, da
Aeronáutica (Ciência e Tecnologia Aeroespacial – CTA) e da Marinha foi o
escolhido para dar início à eleição eletrônica no país.
O
equipamento criado pelo grupo foi utilizado nas eleições de 1996 e segue sendo
usado até hoje com as atualizações necessárias. Em 2000, o Brasil passou a ter
a sua eleição 100% informatizada, tornando-se o primeiro país do mundo a
atingir esse feito.
Atualmente, vemos dois movimentos no país. De um lado, uma ação
para a implantação da biometria na identificação de todos os eleitores
brasileiros, de outro, uma proposta de retorno ao voto impresso há também um
movimento que pede o retorno do voto impresso.
Referências:
https://www1.folha.uol.com.br/webstories/cultura/2020/08/a-historia-da-urna-eletronica/
https://exame.com/brasil/urna-eletronica-historico-fraudes/
Blog do Paixão