Impasse continua em São Paulo entre candidaturas de Fernando Haddad (PT) e Márcio França (PSB)
Por Agência O Globo
Carlos Siqueira (PSB) e Gleisi Hoffmann (PT). Foto: Reprodução
As direções do PT e PSB decidiram que vão recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para ampliar o prazo previsto para consolidar a federação entre as duas legendas. O limite hoje para entrar com o pedido de formação do bloco vai até 1 de março — data considerada infactível pelos presidentes do PT, Gleisi Hoffmann, e do PSB, Carlos Siqueira, que se reuniram nesta quinta-feira (20) em Brasília. O jurídico dos dois partidos pretendem entrar com a ação até a próxima segunda-feira.
— Esta não foi uma reunião de definição, mas uma reunião de conversas e entendimentos. O que ficou claro é que a gente tem a disposição de construir a federação (...). Mas o tempo da política não pode ser dado pelo tempo burocrático do TSE — afirmou Gleisi.
As duas legendas trabalham com a possibilidade de alargar o limite para junho — até lá teriam tempo para discutir um novo programa e regimento para a definição de candidaturas estaduais e municipais, uma vez que a lei obriga a federação a lançar chapas únicas por pelo menos quatro anos.
Além de discutir os primeiros passos da federação, o encontro serviu para Gleisi e Siqueira apararem as arestas nas disputais estaduais em pelo menos seis estados. Pelo que ficou conversado entre os dois, o PSB lançaria candidatos em Pernambuco, Rio de Janeiro e Espírito Santo, enquanto o PT ficaria com a Bahia, Sergipe e Rio Grande do Norte. Em São Paulo, onde o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) e o ex-governador Márcio França (PSB) pretendem concorrer ao Palácio dos Bandeirantes, o impasse continua e está longe de ser resolvido.
— O PT entende que a candidatura de Haddad é essencial. E o PSB também entende que a candidatura de França é importante. (...). E, com muito respeito, temos que chegar a um denominador. — acrescentou Gleisi.
Ao lado da petista, Siqueira acrescentou que a aliança em São Paulo não pode ser "apenas matemática". — Antes de ter um entendimento eleitoral, é preciso um entendimento político. A política antecede todos os números — disse ele. A fala visa rebater a argumentação de dirigentes petistas de que a preferência deve ser dada a quem está melhor colocado nas pesquisas - nos levantamentos, Haddad aparece à frente de França nas intenções de voto.
Além de Gleisi e Siqueira, participaram do encontro o secretário nacional do PT, deputado Paulo Teixeira, o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB) e o ex-governador de São Paulo Márcio França (SP). Ele saiu do encontro antes dos demais e afirmou que não pretende desistir da candidatura em prol de Haddad.
O pessebista ainda reconheceu que é valido adotar o critério do desempenho nas pesquisas, mas ponderou que é preciso "avaliar quem é o candidato que amplia mais" - no caso, quem conseguiria mais votos fora do campo da esquerda.
Após reunião, PSB e PT reafirmam federação como objetivo e vão contestar prazo no TSE
Por Blog da Folha
Dirigentes do PT e do PSB decidiram, em reunião na sede do partido socialista, em Brasília, nesta quinta-feira (20), entrar com recurso para pedir prazo maior para definição da federação partidária que poderá reunir as duas legendas, além de PCdoB e PV. Após o encontro, durante entrevista coletiva, os dirigentes dos partidos reafirmaram a intenção de formar uma federação, mas ponderaram que é preciso que o prazo da legislaçnao eleitoral precisa respeitar o tempo da política.
Para isso, as agremiações vão questionar no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o prazo de março para concluir os processos de federação partidária definido por regulamento do tribunal. O prazo é diferente do estabelecido na lei aprovada pelo Congresso Nacional, no ano passado. Segundo o projeto de lei, as legendas teriam até as convenções partidárias para fechar os acordos. Segundo a presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), a expectativa é de que os advogados de cada legenda já preparam o documento que deverá ser apresentado na próxima semana.
O prazo maior visa ter um maior conforto na definição das alianças nos estados. Até o momento, PSB e PT tem projetos divergentes em alguns estados e precisam se acertar antes de fechar a formação da federação.
“Temos caminhado bem no Rio de Janeiro. Estamos juntos com o PSB, PCdoB e agora com PSOL, com a candidatura do (deputado federal Marcelo) Freixo (PSB). Espirito Santo é um estado em que também estamos conversando, que o PSB governa e, como disse (o presidente nacional do PSB Carlos) Siqueira tem outros estados que o PSB vai definir candidaturas e vamos conversar. Por isso que o prazo é importante porque tem definições que são vão ocorrer após o prazo de janela partidária de abril. Então, o tse nos força a fazer uma discussão sem ter essa clareza", afirmou Gleisi.
"O tempo da política não pode ser pressionado pelo da burocracia. Quando o legislativo definiu um prazo para as federações, o fez levando em consideração o tempo da política brasileira. Então, nós precisamos desse tempo. Temos a disposição e esperamos que o TSE seja sensível”, apelou a petista.
Segundo Carlos Siqueira, os partidos não discutem a possibilidade de não dar certo. “O que se cogitou é a unidade das forças de esquerda, em São Paulo, inclusive, principalmente, em torno de uma das candidaturas e ambas são candidaturas (Márcio França pelo PSB e Fernando Haddad pelo PT) importantes que nos aprovamos e apreciamos e precisamos discutir quem na política pode encarnar essa possibilidade. Não estamos discutindo a hipótese de não dar certo, nós queremos que dê certo e vamos continuar discutindo”, ponderou.
Na próxima quarta-feira, os partidos vão iniciar a discussão sobre estruturação da federação, seu funcionamento e estatuto. O encontro deverá reunir dirigentes do PSB, PT, PCdoB e PV.
Blog do Paixão