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Jovens de 12 a 17 anos são principais vítimas de estupro em Pernambuco, aponta Secretaria de Defesa Social

Desde 2015, foram registrados pela SDS 18.413 casos no estado. Desses, 12.811, ou 69,57%, foram de vítimas com menos de 18 anos.

Por Maristela Niz e Priscilla Aguiar, g1 PE e TV Globo


Mulher de 22 anos passou parte da infância e toda a adolescência sendo vítima de violência — Foto: Reprodução/TV Globo

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ovens de 12 a 17 anos são as principais vítimas de estupro registrados em Pernambuco. É o que apontam dados da Secretaria de Defesa Social (SDS). Desde 2015, foram notificdos18.413 casos no estado. Desses, 12.811 (69,57%) envolveram vítimas com menos de 18 anos.

Ainda segundo a SDS, foram 7.051 casos na faixa etária entre 12 e 17 anos e 5.760, entre zero e 11 anos. Entre crianças e adolescentes, a maioria das vítimas é composta por meninas.

Este ano, até 31 de agosto, foram registrados 1.466 casos de estupro. Desses, 1.018, ou 69,44%, foram de menores de 18 anos. São 574 casos na faixa etária de 12 a 17 anos e 444, entre zero e 11 anos.

Em 2022, 893 casos foram de vítimas do sexo feminino e 123 do sexo masculino. Em dois casos, o sexo da vítima não foi informado.

Mulher de 22 anos passou parte da infância e toda a adolescência sendo vítima de violência — Foto: Reprodução/TV Globo

Uma mulher de 22 anos que preferiu não ser identificada passou parte da infância e toda a adolescência sendo vítima de violência.

Estuprada por um vizinho dos 7 aos 10 anos e pelo próprio irmão dos 11 aos 20, ela só conseguiu denunciar os abusos que sofreu há dois anos.

"O meu vizinho sempre me manipulava. Falava para não contar para ninguém e que o meu pai era amigo dele e que não iria gostar. Eram esses tipos de ameaça. O meu irmão também. Ele tentava me convencer que a relação entre irmãos era comum, era normal, era algo que poderia me gerar vantagens. Ele queria ter um relacionamento conjugal comigo. Era mais que uma obsessão", disse.

Registros

A psicóloga Walkíria Alves, que também é secretária da Mulher do Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife, lembra que muitos casos não são denunciados e existe uma subnotificação.

"A gente tem dados que apontam que, em média, no Brasil, ocorram, por ano, 527 mil estupros ou tentativas de estupro. Desses, somente 10% devem chegar a delegacias. É importante a gente denunciar, porque o silêncio só protege o agressor. O silêncio não protege a vítima", destacou.

Ela alertou para comportamentos de crianças e adolescentes que possam indicar que elas estão sendo vítimas de violência sexual.

"Se ela fica mais triste, mais irritada ou mais agitada, se começar a entrar em depressão ou a tiver uma involução no aprendizado, por exemplo. Se a criança tem medo, vergonha, não quer sentar no colo daquela pessoa ou não quer ficar com ela, não insista", afirmou Walkíria Alves.

Em adolescentes, os sinais podem ser diferentes. "A gente pode ter vários desdobramentos. Desde a adolescente achar que tem uma relação com aquela pessoa a ter um transtorno dissociativo ou ficar agressiva ou depressiva, apresentar autolesão", afirmou.


Sede do Maria Purcina, no Cabo de Santo Agostinho — Foto: Reprodução/TV Globo

Para dar assistência, Pernambuco tem 37 centros de referência que acolhem mulheres em situação de violência doméstica e familiar. Dois funcionam no Cabo de Santo Agostinho. Um deles é o Maria Purcina, que oferece assistência psicológica, social e jurídica.

"Quando a mulher chega aqui, é acolhida por uma equipe multidisciplinar, com psicóloga, assistente social e advogada, todas mulheres. Quando essa mulher chega, nós nos apresentamos e tentamos favorecer o ambiente acolhedor", afirmou a psicóloga Samira Ferreira, que trabalha no Maria Purcina.

Como denunciar

De acordo com a delegada Mariana Vilas Boas, denúncias destes crimes podem ser feitas pelo disque 100 ou por meio do registro de um Boletim de Ocorrência.

"As denúncias também são encaminhadas a delegacia através de notificação do sistema de saúde, as notificações compulsórias e através do sistema da educação", afirmou.

Segundo a delegada, os temas variam dependendo do tipo de crime. "Se tratar por exemplo de um estupro de vulnerável, essa pena varia de 8 a 15 anos. Temos também crimes de maus-tratos, violência doméstica e familiar contra a criança. Dependendo da conduta, a pena vai variar", disse.

  

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