Operações
Pitonisa e Múltipla escolha foram deflagradas, nesta quinta (20), em Pernambuco,
mais três estados e Distrito Federal. Foram cumpridos dez mandados de captura e
30 de buscas.
Por g1 PE
Operações prendem suspeitos de fraudar concursos públicos e cumprem mandados em quatro estados e no DF (VÍDEO AQUI!)
S |
ervidores públicos
estão entre os alvos de duas operações deflagradas,
nesta quinta (20), contra fraudes em concursos públicos realizados
paras as polícias de Pernambuco. Segundo a Polícia Civil, integravam a
organização policiais civis e militares, além de bombeiros e funcionários do
Departamento Estadual de Trânsito (Detran).
Ainda de acordo
com a polícia pernambucana, foram cumpridos dez mandados de prisão e 30 de
busca e apreensão. Além do estado, as ações aconteceram em Alagoas, Paraíba,
Distrito Federal e Espírito Santo.
Em entrevista
coletiva concedida, nesta quinta, na sede da Polícia Civil, no Centro do
Recife, os delegados das equipes de combate à corrupção detalharam as ações das
operações Pitonisa e Múltipla Escolha.
Elas investigaram
crimes praticados em seleções públicas para as Polícias Civil e Militar de
Pernambuco, em 2016.
A delegada Viviane
Santa Cruz afirmou que vários dos investigados possuem cargos públicos. Não são
mas policiais, mas pessoas de outros órgãos estaduais e federais. “Tem gente
que participa do Detran e da Universidade Federal”, declarou.
Itens apreendidos em operações da Polícia Civil de Pernambuco — Foto: Divulgação/PCPE
A delegada disse
também que há indícios de que alguns desses servidores entraram no serviço
público “mediante meio fraudulento”.
A corporação não
esclareceu quantos são os servidores públicos envolvidos nem conduta de cada um
deles.
Santa Cruz disse,
ainda, que a grande maioria reside em Pernambuco, mas alguns, por terem passado
em concursos, migraram para outros locais.
“Existem alvos em outros locais, porque há um núcleo da organização que atuava em vários estados da federação. Existe um núcleo específico que comandava a operação em Pernambuco”, declarou.
Viviane Santa Cruz
disse também que, ao serem interrogados, envolvidos negaram a participação nas
fraudes, embora a polícia tenha acumulado muito material para comprovar a
relação deles com a organização.
A policial disse
que, agora, a meta é retirar do serviço público funcionários que entraram por
meio de fraudes nos concursos.
“A polícia vai
compartilhar os resultados das investigações com a corregedoria para fazer o
procedimento administrativo. É para a pessoa ser retirada do serviço público.
Alguns foram identificados. Queremos identificar outras pessoas”, informou.
Documentações apreendidas em operações da Polícia Civil — Foto: Divulgação/PCPE
Ainda segundo a
delegada, há, atualmente, pessoas envolvidas nas fraudes dento do serviço
público. “Vamos informar isso para a corregedoria. Para que não tenhamos mais
essas pessoas prestando serviços para a população”, declarou.
O delegado Diogo
Vitor afirmou que a polícia pernambucana tem, agora, dez dias para concluir o
inquérito policial.
“Foram realizados
diversas oitivas, interrogatórios e foram apreendidos materiais. A gente
precisa analisar esse material para concluir. Há indicativo deles terem
praticado outros concursos públicos", afirmou.
Nas operações
foram apreendidos computadores, celulares, armas de fogo, munições e
documentos.
Como a quadrilha atuava
As investigações
quem embasaram as operações Pitonisa e Múltipla Escolha começaram em junho de
2018. Segundo a s apurações, os candidatos aos concursos tinham que pagar para
entrar no esquema.
Ainda de acordo
com a polícia, nas avaliações dos concursos, especialistas nas matérias faziam
as provas e transmitiam o gabarito por meio de micropontos e microcelulares,
colocados em relógios.
"Trata-se de
uma organização criminosa com expertise em fraude de concurso público. Pessoas
eram contratadas para fazer a prova. Em seguida, essas pessoas repassavam o
gabarito para pessoas que aceitavam pagar por esse serviço", afirmou o
delegado.
Segundo ele, são
pessoas acostumadas com essa prática. "Alguns, inclusive, já foram alvo de
ação da Polícia Civil de Alagoas, da Polícia Civil da Paraíba, também no
combate a essas fraudes", afirmou Diogo Vitor.
A delegada Viviane
santa Cruz disse que o grupo atuava em fraudes em concurso público no Brasil
inteiro.
“A gente também
identificou que eles criavam microcélulas para participar de concursos diversos
e tinham alguns alvos em comum, que atuavam no Brasil todo”, afirmou.
A policial
observou que a organização cooptava a clientela. Quem entrasse no esquema
pagava um determinado valor para participar da fraude.
“Caso houvesse um
resultado positivo no final do concurso, se a pessoa ingressasse, tinha que
arcar com um valor a mais, posteriormente”, acrescentou.
A delegada
disseque não foi detectada a participação de organizadores ou componentes de
bancas examinadoras nas fraudes dos concursos.
“Os integrantes da
organização usavam táticas para treinar as pessoas a entrar nas salas e passar
pelos detectores de metal. O processo era feito sem conhecimento dos órgãos
operativos”, comentou.
Viviane Santa Cruz
afirmou também que foram investigadas outras ações a organização, como compra
de diplomas legais e Fichas 19, documentos que comprovam a conclusão do ensino
médio.
‘Era para a pessoa
ter os requisitos exigidos e poder ter condições de fazer os concursos”,
acrescentou.
Blog do Paixão