Ele ganhou o apelido Pelé quando tinha entre 7 e 8 anos, em Bauru. Rei do Futebol também atuou no NY Cosmos com a missão de popularizar o futebol nos Estados Unidos.
Por Jornal Nacional
Charge que representa o maior de todos juntos dos grandes craques do futebol mundial
Na história do futebol mundial, ninguém conseguiu ser maior do que Pelé.
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izem que todas as histórias têm um começo, um meio e um fim. Nem todas.
O roteiro de vida que Pelé escreveu com os pés, pelos campos do planeta, não
tem ponto final. É uma história que vai continuar sendo contada e recontada, de
geração a geração, gol a gol.
A cada imagem revisitada de um personagem que nasceu para se tornar
imortal, para se tornar uma lenda.
A saga do menino pobre que nasceu num lugar escondido entre as montanhas
de Minas Gerais: Três Corações, uma
cidade que viveu às escuras até 1940. Quando a luz chegou, a alegria foi tanta
que um dos moradores decidiu dar ao filho que nascia um nome em homenagem ao
inventor da lâmpada elétrica: Thomas Edison.
E veio então ao mundo uma criança iluminada: Edison Arantes do
Nascimento. O filho primogênito do casal Dondinho e Celeste. Dondinho era
jogador do time de futebol local. O pequeno Edison ainda era chamado de Dico,
quando toda a família se mudou para Bauru, em São Paulo. O pai tinha recebido
proposta para trocar de clube.
Dico cresceu e ganhou a rua. Aos 6 anos, já se dividia entre os estudos
e os chutes em bola de meia. Em Bauru, foi chamado pela primeira vez de Pelé.
“ Aí o garoto chamou ‘Pelé’, eu não sei se foi uma brincadeira, se eu
falei alguma coisa errada, se foi uma piada. Eu briguei com ele porque eu não
queria o apelido de Pelé, uma coisa feia, eu achava na época. Toda a garotada
do prédio, as meninas, começaram a chamar ‘Pelé, Pelé’, e eu brigava com todo
mundo. Foi assim que eu peguei o apelido Pelé, sem saber porque e hoje eu
adoro, porque é um nome conhecido no mundo todo”, contou o Rei do Futebol.
A fama mundial só viria uma década depois do novo apelido, mas o
franzino herdeiro de Dondinho já era um craque com a bola no pé.
Com 9 anos, Pelé viu o pai chorar, na derrota para o Uruguai em plena
final da Copa e lançou uma profecia:
“ Brinquei com meu pai, 'não chora, não, pai, eu vou ganhar uma Copa
para você". Oito anos depois, 1958, eu estava na Suécia”, relembrou Pelé.
O garoto tinha mesmo futuro. Aos 13 anos, já era titular do Baquinho, a
divisão de base do Bauru Atlético Clube.
Técnico do time, o ex-jogador da seleção, Waldemar de Brito percebeu
logo que Pelé era um fora de série. Waldemar tinha contatos no Santos e
convenceu Dondinho e dona Celeste a tentar a sorte num grande clube.
Santos e Pelé. Pelé e Santos. Uma tabelinha que deu muito certo. No
único clube brasileiro que defendeu, Pelé jogou 19 temporadas, ganhou 26
títulos. Com ele em campo, o Santos conquistou seis campeonatos brasileiros,
duas Taças Libertadores da América e dois Mundiais Interclubes.
Vestindo a camisa 10, que se tornaria marca registrada, Pelé fez muitos,
muitos gols: 1.091 para ser mais preciso. O primeiro foi marcado logo na
estreia, ainda em 1956. A goleada sobre o Corinthians de Santo André teve pouco
destaque na imprensa e o nome da jovem promessa ainda saiu errado: 'Telé'.
Mas em pouco tempo o nome Pelé estaria na boca de todo o país e o sonho
de jogar na Seleção parecia mais real a cada dia. Com apenas 16 anos, Pelé
tomou um susto ao ouvir a notícia pelo rádio.
Um ano depois, Pelé estava na Copa, ele se divertia como um adolescente.
Começou o Mundial na reserva e só foi estrear na terceira partida, na vitória
sobre a União Soviética. Não saiu mais. Pelé ainda não sabia, mas estava
prestes a entrar para a história como o jogador mais jovem a ganhar uma Copa.
Na virada contra a Suécia na decisão, ele fez outros dois gols. Um
deles, presente em qualquer antologia do futebol. Brasil 5 a 2. Brasil campeão
do mundo, era emoção demais para um garoto de 17 anos.
Na Copa do Chile, em 1962, marcou logo na estreia, mas uma contusão o
tirou do segundo jogo. Teve que ver o bicampeonato mundial na arquibancada.
Também não deu sorte na Copa de 66 na Inglaterra. Caçado em campo no
terceiro jogo contra Portugal, jogou o segundo tempo machucado e o Brasil foi
eliminado.
No Santos, a rotina de gols e títulos se manteve. Dia 19 de novembro de
1969, em um jogo contra o Vasco, chegou a uma marca histórica.
“Pênalti! Está aí o momento mais emocionante do futebol em 1969. A
segundos do gol do século. Atenção, caminha Pelé, chutou é gol! Gol de Pelé!
Pelé, mil gols! Pelé, o mundo aos seus pés!”, narrou o Waldir Amaral, no
milésimo gol de Pelé.
E Pelé tinha fôlego para mais. A Copa de 70 no México foi a última,
inesquecível. Fez quatro gols, deu o passe açucarado para Carlos Alberto Torres
marcar aquele que virou o símbolo do tri.
Três lances desse Mundial não balançaram a rede, mas entraram para a
história.
O chute do meio-campo contra a Tchecoslováquia. A cabeçada para a
incrível defesa do inglês Banks e o drible sem bola no uruguaio Mazurkiewicz.
Depois da Copa, Pelé foi aplaudido de pé por todo o Maracanã ao se
despedir da Seleção no jogo contra a Iugoslávia. É até hoje o artilheiro que
fez mais gols pelo Brasil: 95.
Pelé vestiu pela última vez a camisa do Santos em 1974 na Vila Belmiro.
Sua casa por quase duas décadas, chorou como uma criança. Era a segunda
despedida, não seria a definitiva.
A saudade da bola falou mais alto. Na temporada seguinte, uma proposta
milionária convenceu Pelé a aceitar um desafio: popularizar o futebol nos
Estados Unidos. No NY Cosmos ele chegou aos 1.282 gols e conquistou o 32º
título da carreira.
Em 1977, finalmente deu adeus aos campos em um amistoso entre o Santos e
o Cosmos. Deixou a marca de artilheiro na última despedida. Deixou muito mais.
Deixou um nome que virou adjetivo: Pelé, o Pelé dos futebolistas. Pelé,
o rei que reinventou o futebol. Pelé, o eterno namorado da bola.
“Querida bola, se existe uma coisa importante no mundo, é você. Se Deus mandou você para mim, e ter tanta liberdade, tanta amizade com você, é porque Deus me ama”, disse o rei.
Pelé: velório começa às 10h de segunda-feira
na Vila Belmiro, em Santos; enterro será na terça
Pelé morreu nesta quinta-feira (29), aos 82 anos, em decorrência da
falência de múltiplos órgãos, resultado da progressão do câncer de cólon.
Por g1 Santos
Pelé acena antes da partida final da Copa das Nações Africanas entre Costa do Marfim e Zâmbia no Stade de L'Amitie em Libreville, Gabão, em 12 de fevereiro de 2012 — Foto: Francois Mori/AP/Arquivo
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velório de Pelé, o rei do futebol, será realizado na segunda-feira (2), segundo informações divulgadas pelo Santos Futebol Clube. O "atleta do século" morreu na tarde desta quinta-feira (29) no Hospital Albert Einstein, em São Paulo.
O
corpo de Pelé será velado no Estádio Urbano Caldeira, a Vila Belmiro, em Santos. O corpo do
rei do futebol deixará São Paulo e seguirá para o estádio na madrugada de
segunda-feira (2).
O caixão será posicionado no centro do gramado. A previsão é que o velório comece às 10h de segunda-feira e seja aberto ao público. Segundo o Santos FC, o público que for ao estádio para se despedir de Pelé entrará pelos portões 2 e 3, com saída pelos portões 7 e 8. Já as autoridades terão acesso pelo portão 10 da Vila Belmiro.
O velório deve continuar até as 10h de terça-feira (3), quando será realizado um cortejo pelas ruas de Santos. O cortejo passará pelo Canal 6, onde mora a mãe de Pelé, dona Celeste, seguindo para o Memorial Necrópole Ecumênica para sepultamento reservado aos familiares.
Confira os detalhes sobre o cortejo e velório do Rei Pelé — Foto: Arte/g1
Morte
Pelé estava internado desde 29 de novembro
para uma reavaliação da terapia quimioterápica para tumor de cólon e tratamento
de uma infecção respiratória.
O Hospital Albert Einstein divulgou um boletim médico
confirmando que Pelé faleceu às 15h27 "em decorrência da falência de
múltiplos órgãos, resultado da progressão do câncer de cólon associado à sua
condição clínica prévia".
Em nota, o hospital se solidarizou com a família e todos
que sofrem com a perda do Rei do Futebol.
Blog do Paixão