Anderson Torres em foto de
arquivo — Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil
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Polícia Federal cumpriu nesta manhã de sábado (14) o mandato de prisão preventiva contra o ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres.
Acusado
de omissão e conivência que teriam facilitado os ataques de bolsonaristas
radicais às sedes dos Três Poderes no domingo, o ex-ministro chegou ao
Aeroporto Internacional de Brasília pouco antes das 8h deste sábado (14).
Torres
estava em Orlando, nos Estados Unidos, mesma cidade onde se encontra o
ex-presidente Jair Bolsonaro, muito próximo do ex-ministro. Assim que o avião
pousou em Brasília (DF), Torres foi conduzido por policiais federais e deixou o
aeroporto de maneira discreta.
Conforme a PF, Torres já foi encaminhado para a custódia, onde permanecerá à disposição da Justiça.
Determinada
pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, e
chancelada pela maioria do plenário da corte, o pedido de prisão de Torres
ocorreu após o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, apontar “as
diversas omissões, em tese dolosas, praticadas pelos responsáveis pela
segurança pública no Distrito Federal e que contribuíram para a prática dos
atos terroristas” de 8 de janeiro na capital federal.
Ao
cumprir mandado de busca e apreensão na casa do ex-ministro no âmbito da
decisão de Moraes, a Polícia Federal encontrou em um armário uma minuta de
decreto para instaurar um “estado de defesa” na sede do Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) de forma a abrir caminho para mudar o resultado da eleição do
ano passado, em que Bolsonaro foi derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo
Torres, o documento foi “vazado fora de contexto” após ser apanhado quando ele
não estava em sua residência, e provavelmente integrava pilha de papéis para
descarte. “Tudo seria levado para ser triturado oportunamente”, afirmou o
ex-ministro em postagem no Twitter.
* Com informações da Reuters
Torres nega conivência com terroristas
Foto: Reprodução
Horas após os atos terroristas em Brasília, na madrugada do dia 9 de
janeiro, Anderson Torres se pronunciou pelas redes sociais, repudiou os ataques e negou
conivência com os vândalos bolsonaristas.
"Lamento profundamente que sejam levantadas hipóteses absurdas de qualquer tipo de conivência minha com as barbáries que assistimos", escreveu.
Na oportunidade, ele chamou os atos antidemocráticos de "execrável
episódio". "Em um caso de insanidade coletiva como esse, há que se
buscar soluções coerentes com a importância da democracia brasileira",
disse.
Após a decretação da prisão, Torres informou que
interromperia as férias nos EUA e voltaria ao Brasil para se entregar à Justiça.
"Hoje (10/01), recebi notícia de que o Min Alexandre de Moraes do STF determinou
minha prisão e autorizou busca em minha residência. Tomei a decisão de
interromper minhas férias e retornar ao Brasil. Irei me apresentar à Justiça e
cuidar da minha defesa", afirma Torres.
"Sempre pautei minhas ações pela ética e pela legalidade. Acredito na justiça brasileira e na força das instituições. Estou certo de que a verdade prevalecerá", declarou.
Informações do G1
Blog do Paixão