Filha de lavrador e empregada doméstica, engenheira civil se formou em
1945, na UFPR, em Curitiba. Em 13 de janeiro de 2023, quando completaria 110
anos, paranaense foi homenageada pelo Google.
Por g1 PR — Londrina
Enedina Marques é a primeira engenheira negra do Brasil; ela se formou na UFPR — Foto: Artes/ g1
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ilha de um lavrador e uma
empregada doméstica, Enedina Alves Marques foi a primeira engenheira negra do
Brasil. Ela se formou em engenharia civil em 1945, na Universidade Federal do
Paraná (UFPR), em
Curitiba,
e foi homenageada pelo Google nesta sexta-feira (13) quando completaria 110 anos.
Mesmo
diante de diversos percalços no caminho, a paranaense não desistiu da educação.
Na adolescência, se dividia entre o trabalho e os estudos. Aos 32 anos, se
graduou.
A história da mulher guerreira foi inspiração para um livro infantil escrito pela professora pós-doutora em estudos interdisciplinares sobre mulheres, gênero e feminismos, Lindamir Salete Casagrande. Casagrande explica que o contexto histórico em que a engenheira viveu torna o pioneirismo dela ainda mais relevante.
"A universidade não era pensada para mulheres e nem para pretos. Pense: foi uma mulher preta, pobre, filha de escravos libertos que sobreviveu em uma turma com homens brancos da elite. Foi uma batalha muito árdua e significativa."
"A vida dela não foi fácil. Ela lutou muito para se formar. Foi a única dos sete irmãos, todos homens. Ela era a única mulher. Eles todos trabalhavam e ela foi a única que estudou. Só que antigamente o estudo não era valorizado como é agora", contou.
Grandes obras de Enedina Marques
"Imagine o que significa uma mulher negra tocar a obra da usina em um campo no meio do mato? Como dizem, é bem provável que ela carregasse um revólver na cintura, e que de vez enquanto ela desse uns tiros para o alto. Era uma necessidade muito grande de se fazer respeitar."
Enedina quando era professora no Paraná, ao lado das colegas — Foto: Acervo/Arquivo Público Municipal Maria da Glória Foohs
Segundo a biografia da engenheira, durante a infância, Enedina ajudava a mãe com o serviço doméstico, na casa do militar Domingos Nascimento, em troca de estudos.
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