Parlamentar do União Brasil fala, entre outras
coisas, das pautas que vai defender no novo mandato
Junior Soares/Folha de Pernambuco
Por Carlos
André Carvalho
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o programa Folha Política, da Rádio Folha FM 96,7,
desta sexta-feira (13), a deputada eleita Socorro Pimentel (União
Brasil), em entrevista a Jota Batista e Carol Brito,
fala, entre outras coisas, sobre as pautas que vai defender no seu novo
mandato, que começa em fevereiro, o projeto de reforma administrativa da
governadora Raquel Lyra (PSDB), em tramitação na Assembleia
Legislativa de Pernambuco (Alepe) e as artuculações para a eleição da
nova Mesa Diretora da casa legislativa.
Atos golpistas em Brasília
Um sentimento de tristeza e preocupação com esse momento político que a gente
vem atravessando. Conquistamos o estado democrático de direito à custa de muita
luta, de tantas vidas perdidas. O presidente da República e seus aliados
instauraram, pelas redes socias, um governo paralelo, de ódio que atingiu parte
da população. Temos uma população dividida e partimos para um terceiro turno,
da questão da tomada do poder, de instauração de um golpe. Vejo pessoas
capacitadas, que têm um vivenciamento na política pedindo o retrono da
ditadura e isso me deixa muito triste. Houve uma certa negligência por parte
dos poderes no Distrito Federal. Negligenciaram ou subestimaram. Mas eu tenho
muita esperança, meu lema é de que tudo vai melhorar. Foi preciso passar
por isso para que medidas mais austeras fossem tomadas, que pessoas hoje
estivem presas, reclusas para tomarem pé da responsabilidade dos seus atos. Foi
um ato puramente terroristas e aí eu concordo quando medidas austeras são
tomadas dentro do rigor da lei. Que algo assim não aconteça mais em nosso
país.
Reforma administrativa de Raquel
Temos aí um governo novo que está querendo instaurar mudanças e serão mudanças
muito bem-vindas. A governadora teve um compromisso de campanha e tem suas
diretrizes que deve contemplar com a reforma administrativa. Não vejo como
nada de mais. Eu senti uma abertura de diálogo com o Poder Legislativo (por
parte da governadora). Eu quero fazer parte de um Poder Legislativo que
discuta, que debata, que não seja subserviente. A gente vai ter reunião
das comissões na próxima segunda-feira e hoje estarei me debruçando sobre a
reforma administrativa para que a gente possa propor emendas, mudanças, ver o
arcabouço das ações prioritárias que o governo quer instaurar.
Decreto de Raquel
Acredito que se ela (Raquel Lyra) fizer um poder com diálogo entre os poderes,
vai alcançar seus objetivos. Houve alguns ruídos. Talvez a comunicação, a forma
como foi feito, mas todos fazem. Poderia ter sido feito de forma gradual ou por
etapas (exoneração de cargos comissionados) de forma que não houvesse uma pausa
na prestação de serviços, mas não foi o que aconteceu. Houve esse
ruído. Acredito que agora as coisas estão acontecendo sem deixarem, de
fato, a governadora assumir. Houve essa dificuldade, mas a página já foi
virada. Vou dialogar sempre que possível com a governadora e a
vice-governadora, mesmo porque já estive na Assembleia com as duas. Pernambuco
vai viver um novo momento. A gente vai esperar dando o tempo necessário para
ver resultados. Não adianta fazer movimentos que podem atrapalhar o
processo, porque vai atrapalhar a vida de todos.
Posicionamento
Ao longo deste ano, vou estar ao lado das ações que vão contribuir para o
estado. Fui candidata apoiando Marília Arraes nos dois turnos e ficaria feliz
se ela estivesse no governo, mas não me coloco na bancada de oposição. Nós
teremos bancada da situação, da oposição e independente. Eu vou fazer parte da
bancada independente e se tiver alguma crítica, algo que incomode, vou falar,
mas sou uma pessoa de muito diálogo. Acredito que a gente deva dar tempo a
qualquer chefe do Executivo poder colocar em prática o que ele planejou para o
seu governo. Algumas ações têm que ser rápidas. Saúde pública, segurança
pública, distribuição e oferta de água não podem esperar.
União Brasil e PP
O União Brasil elegeu cinco deputados. Dentro do partido existe um diálogo
grande e de respeito aos posicionamento de parlamentares e do próprio
presidente (do partido). Naquele momento em que houve a ação deliberada de um
deputado de fazer parte dessa fusão, eu não quis fazer parte daquilo. Naquele
momento não houve diálogo. Foi uma coisa colocada como se todos deputados
eleitos fossem fazer parte daquela fusão. Não me vi como parte envolvida. Logo,
a gente soltou uma nota para a imprensa e nas redes sociais, falando do nosso
posicionamento. Junto com o PP, por mim, não.
Mesa diretora
Ainda não defini. Estou conversando. A gente vai construir o melhor caminho
para o fortalecimento do Poder Legislativo. Alguns nomes estão sendo colocados.
A gente tem o nome de Álvaro Porto e Antonio Moraes, duas pessoas
íntegras, que já atuaram comigo quando estive na Alepe. Já me procuram (Álvaro).
Vamos ouvi-los e decidir o nosso voto. Se a mesa quiser, estaremos colocando
nosso nome à disposição. Já venho sendo procurada (por candidatos à Primeira
Secretaria). É uma construção que vai ter como base a representatividade
dos partidos. A gente tem que saber que existe isso. Minha preocupação é quanto
à independência e fortalecimento do poder. Vou estar junto daquele que
faça o exercício desses dois pontos básicos para que a gente possa ter um casa
que realmente seja do povo pernambucano, que seja independente. Não
adianta estar num mandato em que a gente seja marionete, não possa dar nossa
voz porque é tratorado.
Perspectivas para Araripina
Sou a única representante eleita. Vou ter essa responsabilidade a mais pela
nossa região, mas isso não tira a responsabiliade de fazer um mandato para todo
o estado de Pernambuco. Quanto a 2024, a construção de um nome (para prefeito
de Araripina) já vem sendo feita, mas não existe ainda uma definiçao real.
A gente não pode abreviar nosso mandato. A gente discute os nomes, mas sem
perder as rédeas de que o mandato vigente ainda é do prefeito e de sua equipe.
No tempo certo, vamos conversar com nossos aliados. É uma construção de
diálogo.
Diferencial na Alepe
Eu chego muito mais madura do ponto de vista político, mais aberta ao
diálogo, sabendo da necessidade de eu ainda aprender muito. Temos nossas
diretrizes com base na saúde pública, da mulher e da criança, do abastecimento
hídrico, segurança pública, mas a gente amplia porque a gente vai formatar
nosso mandato trazendo o povo para junto do Legislativo. Quero construir um
mandato participativo para fazer a diferença na Alepe.
Blog do Paixão