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Cidade de MT que registrou chacina que matou 7 criou um clube de tiro por ano

Entre 2020 e 2022, três estabelecimentos foram abertos. Edgar de Oliveira, autor do massacre, era registrado como CAC e também já fez parte de estabelecimento em Sinop. No estado, houve um aumento de 170% na abertura de locais para prática esportiva.


Edgar Ricardo de Oliveira, de 30 anos, está preso e responde pela chacina que vitimou sete pessoas em Sinop (MT) — Foto: Reprodução/Rede social

Por Amanda Aquino e Kessillen Lopes, g1 MT

Em Sinop, cidade onde aconteceu a chacina que vitimou sete pessoas no dia 21 de fevereiro, foram criados três clubes de tiro entre 2020 e 2022. Em 2019, primeiro ano do Governo Bolsonaro, nenhum novo estabelecimento do tipo foi aberto no município, mas depois, a cada ano, um foi criado, conforme levantamento do g1, baseado em informações disponibilizadas pelo Exército Brasileiro. O município tem cerca de 149 mil habitantes, conforme estimava do IBGE (Instituto Brasileiro de Geogradia e Estatística).


Já em Mato Grosso, o número de clubes de tiro registrou aumento de 170% entre 2019 e 2022. Há quatro anos, havia dez clubes no estado e, em 2022, eram 27. O g1 tenta contato com a Federação de Tiro de Mato Grosso (FTMT).


Conforme a legislação, o Exército é o responsável por analisar e aprovar a abertura de clubes de tiro, bem como autorizar que uma pessoa possa virar CAC (grupo formado por caçadores, atiradores e colecionadores) ou adquira uma nova arma dentro da lei.

Em todo o Brasil, no mesmo período analisado, o órgão autorizou a abertura de 1.483 clubes, uma média de um por dia durante o mandato do ex-presidente.

Mais pessoas armadas

Nos últimos quatro anos, também foram mais de 56 mil armas registradas por CACs em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. No último ano, houve uma disparada, com 33.079 novas armas cadastradas, o que representa uma média de 90,6 armas por dia e aumento de 1.010,4%, comparando com dados de 2019.

Edgar Ricardo de Oliveira, de 30 anos, um dos autores da chacina, era registrado como CAC desde março de 2022, de acordo com o Exército. Ele é uma das 22.011 pessoas que conseguiram certificados CAC no último ano na região militar que abrange Mato Grosso.

O registro de Edgar encontra-se suspenso após a chacina, com processo administrativo instaurado para cancelamento.

O investigado também fazia parte de um clube de tiro de Sinop, mas, segundo a federação, ele foi desfiliado por faltas. Nas redes sociais, Edgar fazia postagens durante a prática dos disparos com arma de fogo.


Vídeo mostra dupla matando sete pessoas em bar em MT

A chacina





Edgar está preso desde o dia 23 deste mês, quando se entregou à polícia e confessou o crime. Atualmente, ele está na Penitenciária Central do Estado (PCE). O comparsa dele, Ezequias Souza Ribeiro, foi morto em confronto com a polícia.

As câmeras de segurança do bar registraram o momento da execução. Nas imagens, é possível ver quando Ezequias, de camiseta azul, armado com uma pistola, rende as pessoas e as leva para perto de uma parede. Enquanto isso, Edgar, de camiseta listrada, pega uma espingarda, calibre 12 mm, na caminhonete estacionada em frente ao estabelecimento e retorna, atirando várias vezes.

Uma das vítimas, de 12 anos, depois de vários disparos, tenta correr para fora do estabelecimento. Ela e outro homem foram mortos, segundo a perícia, com tiros nas costas.

Antes de fugirem na caminhonete, um dos suspeitos pega uma quantia de dinheiro que está em uma das mesas de sinuca, além de outros objetos.

A Polícia Civil apontou que a chacina foi cometida por motivo fútil, pois Edgar não se conformou em perder partidas de sinuca para uma das vítimas.
O que motivou o aumento de armas

Bolsonaro tinha entre suas principais pautas o armamento da população. O ex-presidente editou decretos que facilitaram o acesso às armas e maior limite de munições disponíveis por ano para CACs.

A quantidade de brasileiros com autorização para ter arma de fogo aumentou sete vezes durante o governo Bolsonaro. Ao longo do mandato, a quantidade de CACs subiu de 117.467, em 2018, para 813.188, em 2022.

Os registros concedidos aos CACs ao longo do governo Bolsonaro representam a liberação de 619 novas armas por dia no país nos últimos quatro anos.

Os decretos de Bolsonaro foram parcialmente suspensos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em setembro de 2022. No dia 2 de janeiro, o presidente Lula (PT) revogou as normas sobre armas e definiu novas regras, dentre as quais a suspensão de novas concessões para CACs registrarem novas armas.

Também estipulou que novos CACs podem ter três armas – o limite vale para colecionadores, caçadores e atiradores.

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