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A Saga de Gonzagão: 50 anos de chão - Parte VI


A famosa emissora realmente escreveu certo por tortas linhas. Tinha em seu cast – misturando a proposta getulista à da Boa Vizinhança, numa polivalência cultural realmente impressionante – vários tipos de orquestras: sinfônica, de música brasileira, de tangos, de danças da moda, de ritmos caribenhos. E vários tipos de intérpretes: cantores de opereta, de baladas francesas, de fox trot, de bolero, de canções do Oeste americano vertidas para o português, mas também de samba, de choro e de toda sorte de gêneros regionalistas., o Pedro Raimundo das rancheiras dos Pampas, a Stellinha Egg do folclore central, as duplas caipiras de sotaque mineiro ou paulista e, naturalmente, o som nordestino do moço Luiz Gonzaga.


Os preconceitos estava m longe de ser superado quando Lula e sua sanfona foram ouvidos pela primeira vez no Auditório da PRE-8. Campeonato no papel de representante da nordestinidade, ele tratou de vestir-se a caráter, alpercatas de couro, roupas de boiadeiro, chapéu de cangaço. Afinal,se Pedro Raymundo entrava no palco de bombachas para representar o Sul, se Ruy Rey trajava-se de rumbeiro e se Bob Nelson era caubói estilizado (enfeitado de revólveres, cartucheiras e tudo mais, para se transformar num Roy Rogers tupiniquim), por que não ele, Gonzaga, se vestindo à maneira do Sertão?

Floriano Faissal, diretor artísticos da Nacional, protestou em nome do “bom gosto”.

- Enquanto eu mandar nesta rádio, não permitirei que você apareça diante do nosso público vestido de bandido de Lampião.

É evidente que Faissal acabaria mudando de ideia, mas não sem antes obrigar Gonzaga a cantar, no maior desconforto, se smoking. Contra a vontade, e por motivos diferentes dos de Catulo, converteu-se num sertanejo vestido a rigor.

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