Depois vieram o sucesso, a glória, a força do talento derrubando preconceitos e reabrindo as portas do meio musical para o esquecido nordeste. Em 1950, o baião já era tão ouvido no rádio quanto o samba, o bolero e os outros ritmos estrangeiros da moda. Muitos chegavam a pensar que aquela “nova dança” tinha sido inventada por Luiz Gonzaga e seus dois parceiros, Humberto Teixeira e Zé Dantas (na verdade, o baião, cujo nome deriva de baiano, já era conhecido em fins do século passado, e Januário deve tê-lo tocado em seu fole).
Humberto Teixeira e Zé Dantas nunca foram muito amigos, Gonzaga era o único elo entre eles. Teixeira, que apareceu primeiro, era advogado. Dantas, mas moço cinco anos, era médico. Os dois se interessavam por política, o primeiro elegendo-se deputado pelo partido de Adhemar de Barros e o outro orgulhando-se de ser “apenas um anônimo sertanista”. Teixeira tinha uma ambição: universalizar a música nordestina, o que tentou fazer através da lei que levou o seu nome. Dantas preferia cantar as coisas do agreste. Foi o próprio Luiz Gonzaga quem melhor estabeleceu as diferenças entre os dois.
Livro: 50 anos de chão de João Máximo
Blog do Paixão