EVA WILMA
“Quero um mundo de liberdade”
Ela já fez teatro, cinema e televisão com o maior sucesso. Agora, completando 25 anos de carreira, uma de nossas mais brilhantes intérpretes abre o jogo.
Reportagem de José Saffioti Filho / Manchete
Os astros que se cuidem. Eva Wilma, única estrela da Tupi capaz de balançar o IBOPE, vai comemorar seus 25 anos de carreira artística voltando, depois de dois anos de ausência, à próxima telenovela das oito.
Motivo do afastamento? Morte. A antiga Eva Wilma morreu. Morreu o broto ingênuo dos anos 50, a esposa exemplar e feliz dos anos 60, a mulher insegura e medrosa dos anos 70. A fênix ressurge, em 78, como uma nova mulher, consciente dos verdadeiros papéis que tem de assumir e sabendo, depois de muitas machucaduras, que o mundo encantado acabou. Agora a realidade deve ser encarada: o desfecho do casamento de vinte e um anos com o ator John Herbert, sua posição de mulher desquitada, a coragem de assumir seu amor pelo ator Carlos Zara e sua condição de atriz e mulher desarmada.
Após vinte e cinco anos de teatro, cinema e televisão. Eva Wilma Riefle, filha de alemão com argentina e avós russos, nascida em dezembro de 1933, não tem do que se envergonhar de uma carreira que, desde o início foi meteórica. Após os primeiros passos, no balé de Maria Olenewa, em 1949, a primeira grande chance viria em 1953, uma ponta no filme Uma Pulga na Balança, de Luciano Salce. Nos dois anos seguintes participaria da formação do histórico Teatro
da Arena, atuando em oito espetáculos consecutivos. Chico Viola não Morreu, Cidade Ameaçada, A Ilha e São Paulo S.A, são alguns dos dezoitos filmes em que atuou, sendo onde vezes premiada como a melhor atriz do ano.
Dedicou mais ao teatro: dezenove peças e nenhum prêmio (o que muitos consideram uma injustiça), com interpretações marcantes em Um Bonde Chamado Desejo (uma Blanche Dubois que apaixonou as plateias e exasperou os críticos). Black Out (numa interpretação que o autor Frederick Knott achou superior à de Audrey Hepburn) e Oh, que Delícia de Guerra (onde representou, cantando e dançando, dezenove personagens). Atualmente, em São Paulo, interpretou o Vladimir, a “Consequência da impotência” em Esperando Godot, de Samuel Bekcett, mesmo papel que Cacilda Becker fazia quando morreu. “Meu personagem é um mendigo ou palhaço que mostra o lado racional dos indivíduos, à espera de um tal Godot, simbolismo com mil significados, que tanto pode ser o sonho de uns pela vitória do Corinthians como a expectativa de outros por um Brasil melhor com o General Figueiredo.
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