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Do Correio Braziliense
A Executiva Nacional do União Brasil se reunirá nesta quarta-feira (13), na sede do partido, em Brasília, para decidir se afastará o presidente da legenda, o deputado federal Luciano Bivar (PE). O comando da sigla é alvo de disputa entre o parlamentar e o presidente eleito, Antonio Rueda. O embate ganhou novas nuances com os incêndios em duas casas da família Rueda em Ipojuca, no litoral sul de Pernambuco.
Um dos principais partidos do país, o União Brasil tem a terceira maior bancada da Câmara, com 59 deputados; conta com uma parcela bilionária do Fundo Partidário; e emplacou três ministros no governo: Juscelino Filho (Comunicações), Celso Sabino (Turismo) e Waldez Góes (Desenvolvimento Regional).
Em meio à acirrada disputa para comandar a sigla, os Rueda acreditam que os incêndios foram um “atentado motivado por questões político-partidárias” e apontam Bivar como o principal suspeito. Os políticos concorriam à cadeira da presidência. Em 29 de fevereiro, os integrantes do partido decidiram por unanimidade que Rueda deve assumir o cargo. A atual gestão termina em 31 de maio.
“Desde 26 de fevereiro, uma série de ameaças têm sido perpetradas por parte do deputado Luciano Bivar contra Antonio Rueda. Esse cenário de disputa inicial se dá em um contexto de disputa partidária. E, num primeiro momento, há a gravação que mostra que o deputado Bivar ameaça diretamente Antonio Rueda e seus familiares”, afirmou o advogado de Rueda, Paulo Catta Preta. “No dia 28 de fevereiro, um dia antes da convenção partidária (eleição), comunicamos a existência dessa gravação à Polícia Civil do Distrito Federal.”
A denúncia, anterior ao incêndio, foi encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF), por haver parlamentares envolvidos, mas ainda não foi analisada. O advogado informou que vai incluir a investigação do incêndio no pedido ao Supremo. “Embora não se possa assegurar a autoria do incêndio, naturalmente a suspeita inicial vai ser de quem vem ameaçando, há 10 dias, a vítima”, afirmou Catta Preta.
Bivar, por sua vez, negou relação com os incêndios. “Tudo é ilação, é mais um factoide. O que tenho conhecimento é que eram duas casas antigas, que estavam com estruturas físicas comprometidas, e acho que caberia investigar se tinha seguro para esses danos e se houve incêndio”, frisou, em evento no Palácio do Planalto.
Ele também refutou ter ameaçado o rival. “Não existe nenhuma ameaça velada. Mesmo porque, homem não ameaça, homem faz”, acrescentou, dizendo que houve ameaças à sua família.
Processo para expulsar Luciano Bivar é aberto
União Brasil deu 72 horas para o deputado apresentar defesa após crise envolvendo o presidente eleito da legenda, Antonio Rueda, que teve duas casas incendiadas em Ipojuca
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Atualizado em 14/03/2024
O União Brasil aprovou, em reunião na tarde de ontem, processo para expulsar do partido o deputado federal Luciano Bivar, atual presidente da legenda. A Executiva Nacional da sigla acatou a representação e deu o prazo de 72 horas para que ele apresente defesa. O União tem até 60 dias para deliberar.
Luciano Bivar foi alvo de uma denúncia protocolada por parlamentares e governadores membros da sigla, após crise envolvendo a disputa entre o atual cacique do partido e Antonio Rueda pela presidência da legenda. Na representação, os signatários pedem o afastamento provisório de Bivar e a expulsão com desfiliação.
Pesam sobre o presidente do União acusações de ameaça contra Rueda, que foi eleito o novo chefe do partido, e de envolvimento no incêndio que atingiu duas casas da família do sucessor de Bivar, em Ipojuca, no Litoral Sul de Pernambuco, na última segunda-feira (11).
Após a denúncia, a diretoria do partido se reuniu, na tarde de ontem, para decidir sobre o afastamento e expulsão com desfiliação de Bivar. A reunião foi conduzida por Rueda e, com 17 votos favoráveis e 15 abstenções, o processo foi iniciado. “Determino de imediato a notificação do representado, Luciano Bivar, para que, no prazo de 72 horas, preste os esclarecimentos necessários”, anunciou o recém-eleito presidente da sigla.
Depois que a defesa de Bivar apresentar os esclarecimentos, a Executiva do partido vai avaliar a manifestação e decidir se afasta temporariamente o deputado da presidência. Caso afastado, Rueda assume interinamente a presidência do União até o fim do mandato do deputado, que termina em 31 de maio.
A partir de junho, começa o mandato de Rueda, que foi eleito presidente do União Brasil na convenção realizada pelo partido em 28 de fevereiro.
A reportagem do Diario de Pernambuco tentou contato com Luciano Bivar, mas não teve sucesso até o fechamento desta edição.
ACUSAÇÕES
Os Rueda acreditam que os incêndios foram um “atentado motivado por questões político-partidárias” e apontam Bivar como o principal suspeito.
“Desde o dia 26 de fevereiro, uma série de ameaças têm sido perpetradas por parte do deputado Luciano Bivar contra Antonio Rueda. Esse cenário de disputa inicial se dá em um contexto de disputa partidária. E, num primeiro momento, há a gravação que mostra que o deputado Bivar ameaça diretamente Antonio Rueda e seus familiares”, afirmou o advogado de Rueda, Paulo Catta Preta.
Bivar, por sua vez, negou relação com os incêndios e disse tratar-se de um factoide. “Tudo é ilação, é mais um factoide. O que tenho conhecimento é que eram duas casas antigas, que estavam com estruturas físicas comprometidas, e acho que caberia investigar se tinha seguro para esses danos e se houve incêndio”, disse, em evento no Palácio do Planalto, na terça-feira (12).
O secretário de Defesa Social de Pernambuco, Alessandro Carvalho, disse que há indícios de uma ação criminosa. “Há indícios, sim, de que pode ter sido criminoso, porque foram duas casas que foram incendiadas. Quando você tem um incêndio que é um curto-circuito ou o aquecimento de um aparelho, seria uma casa. Ocorrer em duas casas é algo que já chama atenção”, disse o secretário. (Da Redação com Agências)
Luciano Bivar (União Brasil) é acusado de ameaçar de morte Antônio Rueda, que teve propriedades queimadas na última semana (Marina Ramos / Câmara dos Deputados)
Por 11 votos a 5, Luciano Bivar é afastado do União Brasil e Antônio Rueda assume presidência
Rueda foi eleito presidente e já tomaria posse em junho; apesar da deposição, Bivar não foi expulso da sigla
Por: Guilherme Anjos / Diário de Pernambuco
Atualizado em 20/03/2024
Luciano Bivar (União Brasil) é acusado de ameaçar de morte Antônio Rueda, que teve propriedades queimadas na última semana (Marina Ramos / Câmara dos Deputados)
Em votação realizada nesta quarta-feira (20), o União Brasil decidiu pelo afastamento do seu presidente, o deputado federal Luciano Bivar da presidência. Assim, assume o vice Antônio Rueda, que já teria a titularidade do cargo em junho, após vencer as eleições partidárias em fevereiro.
Foram 11 votos a favor do afastamento, contra cinco em defesa de Bivar, e uma abstenção. A representação encabeçada pela senadora Professora Dorinha e assinada por governadores e parlamentares do partido também pedia a expulsão de Bivar, mas o deputado permanece na sigla.
O afastamento, no entanto, ainda é provisória, e o partido deve aguardar análise e efetivação da decisão pelo Conselho de Ética. Como manteve sua filiação, Bivar se mantém, sem riscos, como primeiro secretário da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados.
Questão de ordem
O início da votação foi de briga entre os correligionários. Luciano Bivar apresentou questão de ordem para o “impedimento” de oito colegas para a votação por já terem proferido algo contra ele, ou expressado interesse em lhe tirar da presidência, e por isso não seriam “isentos” para participar da votação.
Os membros do partido que Bivar tentou impedir são o próprio Antônio Rueda, o deputado federal Pauderney Avelino; o presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Milton Leite; o governador de Goiás, Ronaldo Caiado; o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto; o líder do partido na Câmara, Elmar Nascimento; a tesoureira da sigla e irmã de Rueda, Maria Emília Rueda; e Cláudio Cavalcanti.
Até então na função de presidente, Bivar votou a favor da própria questão de ordem, gerando a revolta de ACM Neto, um dos principais aliados de Rueda. “O senhor não vai ganhar no grito, presidente Bivar. E o senhor não vai considerar nenhum de nós impedidos”, se exaltou.
Após bate-boca, ACM Neto, presente na sede do União Brasil em Brasília, pediu para que o microfone de Bivar, que participou por videoconferência, fosse cortado. E assim foi feito. Relatora do caso, Professora Dorinha votou contra a questão de ordem.
Acusações
Luciano Bivar foi acusado de ameaçar Antônio Rueda de morte, episódio que veio à tona após as propriedades no litoral pernambucano do novo presidente do União Brasil e de sua irmã, tesoureira da sigla, pegarem fogo na noite de 11 de março.
Em nota, o partido se pronunciou sobre esta e outras acusações. “O deputado federal foi alvo de representação que o acusou de ofensas e ameaças a dirigentes partidários e seus familiares. Ele também foi acusado de praticar violência política contra mulher, além de validar cartas de desfiliação de seis deputados do União Brasil do Rio de Janeiro sem submeter à decisão colegiada do partido”, escreveu.
No último sábado (16), a defesa de Luciano Bivar submeteu documentação negando as acusações. “O representado expressou para o senhor Antônio Rueda que ele estava ‘morto’ no contexto da relação pessoal de amizade e profissional", declarou.
Blog do Paixão