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Entenda o que é Febre do Oropuche, que teve dois casos confirmados em Pernambuco; mosquitos, sintomas e prevenção

Secretaria de Saúde monitora virose transmitida por mosquito, com sintomas parecidos com a dengue.

Por g1 PE


Mosquito maruim é um dos transmissores da febre Oropouche — Foto: Reprodução


Os dois primeiros casos de Febre do Oropouche foram confirmados pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) na quarta-feira (22). Comum na região Norte, a virose também já foi notificada em vários estados do país. Apesar de chamar atenção por provocar sintomas parecidos aos da dengue, a Oropouche é transmitida por um tipo diferente de mosquito (veja vídeo acima).

O g1 conversou com o infectologista e diretor geral de Vigilância Epidemiológica do Estado de Pernambuco, Lucas Caheté, para saber dos riscos desse tipo de virose e entender a diferença dela para as outras arboviroses já comuns no país.

O que é Febre Oropouche e quais são os sintomas?

A Febre Oropouche é uma virose transmitida principalmente por mosquitos que, depois de picarem uma pessoa ou animal infectado, mantêm o vírus em seu sangue por alguns dias e, posteriormente, podem passar o vírus ao picarem outra pessoa saudável.

Ela apresenta sintomas parecidos com os provocados pela dengue e pela chikungunya, incluindo dores de cabeça, muscular, nas articulações, além de náusea e diarreia. Os sintomas semelhantes podem complicar a identificação da doença.

Como a virose é transmitida?

Segundo o Ministério da Saúde, a doença tem dois ciclos de transmissão:
  • Ciclo Silvestre: no qual os animais, como bichos-preguiça e macacos, são os portadores do vírus. Alguns tipos de mosquitos, como o Coquilletti diavenezuelensis e o Aedes serratus, também podem ser portadores do vírus. Mas o inseto Culicoides paraenses, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora, é considerado o principal transmissor nesse ciclo.
  • Ciclo Urbano: neste cenário, os humanos são os principais portadores do vírus. Além do mosquito comum, como o maruim, a muriçoca ou pernilongo (Culex quinquefasciatus) também pode transmitir o vírus.

O infectologista Lucas Caheté destacou que o maruim é o principal transmissor da doença, ao contrário da dengue e da chikungunya, que é transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti.

O que pode causar a proliferação dos mosquitos?

"Tem muito a ver com área de mato, floresta. O maruim mesmo, além de locais de água parada, também gosta muito de resto de frutas e folhas", disse Caheté.

Os primeiros casos no estado foram "importados" por alguém que viajou para a região amazônica?

Em 2023, o Brasil teve um registro de 773 casos da Febre do Oropuche, dos quais 99% ocorreram na região Norte. No entanto, Lucas Caheté reforça que a possibilidade de o vírus ter relação com viagens foi descartada pela SES. Segundo o diretor geral de Vigilância Epidemiológica de Pernambuco, a infecção provavelmente foi resultado de um ciclo local.

"A gente também não tem a identificação de qual mosquito em si causou essas infecções. A gente começou a vigiar esses casos porque a Vigilância imaginou que tivesse uma subnotificação. Nisso, o laboratório central começou a analisar amostras que estavam sendo identificadas como dengue e chikungunya, mas davam negativos e, quando testamos para Oropouche, elas deram positivo", disse.

Em qual período a doença é mais comum?

Assim como na dengue, os casos de Oropuche aumentam devido à grande incidência de chuvas em todo o país na época do verão, pois o acúmulo de água faz com que a proliferação se intensifique.

"Por isso é esperado que quando a gente tiver o aumento das outras arboviroses no Brasil, também tenhamos o aumento da Oropouche", disse Caheté.

A Febre do Oropouche pode chegar em ambientes urbanos?

De acordo com o infectologista, sim. Por isso, é crucial monitorar a transmissão local.

"Tem um risco dela proliferar, tanto no meio transmissor, como o aumento dos casos. Por isso que é importante identificar esses casos, porque a Vigilância Epidemiológica já aborda naquela região os vários focos dos mosquitos e passa orientações para aquelas pessoas", afirmou.

Como evitar que vírus se propague e se torne endêmico?

A principal medida recomendada pelo infectologista Lucas Caheté é coletiva: acabar com os focos do mosquito, como a água parada.

"Precisamos prestar atenção na limpeza do ambiente, evitar acúmulo de folhas e frutas, pois são ambientes propícios à proliferação do maruim. Locais com pouco saneamento básico também são mais propensos", disse.

Além disso, o especialista reforçou a necessidade de medidas pessoais, como uso de repelente e roupas compridas, que evitem a exposição de braços e pernas.

O que fazer se apresentar os sintomas?

Por ter sintomas parecidos com a dengue, a recomendação do médico infectologista é que a pessoa procure um posto de saúde à medida que sintomas graves aparecerem, como manchas no corpo e sangramento.

Como não há tratamento específico para o vírus que causa a Febre do Oropuche, e também não existe uma vacina que previna a doença, as pessoas infectadas devem fazer uso, prescrito por profissional de saúde, de analgésicos e antitérmicos comuns.

É importante reforçar que, apesar de não ter tratamento, a doença não é considerada grave pelo Ministério da Saúde.

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